sábado, março 31, 2007

Concurso para professor titular


Grosseira inconstitucionalidade.

A definitiva, (e finalmente sensata) proposta do Ministério da Educação que, inicialmente, previa que todas as faltas fossem consideradas na ponderação do factor assiduidade, o que foi desde logo alvo de grande contestação por parte dos professores e dos sindicatos, não contabiliza, agora, «as faltas, licenças e dispensas legalmente consideradas, durante os cinco anos relevantes para o efeito, como prestação efectiva de serviço».

Não faria sentido que assim não fosse, de outro modo, o concurso para professor titular enfermaria de grave e grosseira inconstitucionalidade. Seria um recurso demasiadamente fácil de ganhar até em sede de Tribunal Administrativo quanto mais em sede de Tribunal Constitucional…

O Ministério da Educação emendou a mão, o que se saúda; facto que só pode ser entendido como um acto de sanidade mental e coerência administrativa e, sobretudo, evitou passar pelo papel de incompetência grosseira.




quinta-feira, março 29, 2007

Consequências do triste espectáculo

do Conselho Nacional do CDS/Paulo Portas




Os sucessivos presidentes do CDS ou do CDS/PP, quando perderam ou abandonaram o cargo, foi sempre em circunstâncias conflituosas e desagregadoras e, de seguida, afastavam-se discretamente do partido.

A excepção, claro está, foi Paulo Portas que “meteu umas férias”, aproveitadas para passear e torpedear o partido a partir da Assembleia da República. Teve tempo de retemperar-se, reunir os capangas e preparar o impiedoso assalto, segundo as suas regras, atropelando tudo e todos!

Maria José Nogueira Pinto teve a decência de renunciar ao lugar de vereadora da CML, entregando o lugar ao partido de que saiu. Um gesto raro e honrado nos tempos que correm…




"Portugal, um Retrato Social"


Excelente! Parabéns António Barreto!...


O primeiro episódio de “Portugal, um Retrato Social” revestiu-se de uma importância e significado excepcionais!... Há muito que Portugal precisava de um estudo sociológico destes feito com seriedade e alguma profundidade e rigor científico.

O primeiro episódio de “Portugal, um Retrato Social” foi o exemplo daquilo a que se chama, verdadeiramente, Serviço Público. Parabéns à RTP também. Esta série documental constituirá, seguramente, um instrumento muito importante para o para compreender melhor a evolução da actual e futuras gerações de portugueses, para percebermos o País que somos e, como fomos no século passado.

Esta obra revela-se fundamental para entendermos a evolução social do país ao longo dos últimos 40 anos, onde a demografia, economia, indústria, saúde e educação, entre outros, são as notas dominantes.

Pela profundidade do trabalho, pela coragem, pela isenção, pela concepção e conteúdos, mas também pelo formato leve e esclarecedor, o primeiro programa assegurou já nota 20, por isso espero já, ansiosamente, pela emissão dos próximos programas.

De facto, muita coisa que mudou. Portugal de hoje tem diferenças abissais em relação ao Portugal de há 40 anos.

“Vivíamos felizes” na mais longa ditadura de Europa. Éramos, orgulhosamente, analfabetos e possuíamos a maior taxa de mortalidade infantil (“os anjinhos”).

Tínhamos censura à imprensa e comunicação social, (lápis azul”) tínhamos polícia política, tínhamos os mais baixos rendimentos e a pior alimentação da Europa. Não tínhamos nem saúde nem segurança Social, no entanto alimentávamos uma estúpida guerra colonial que matou e estropiou, uma parte significativa da juventude portuguesa, em nome não se sabe bem de quê!...

Quero acreditar que se a votação do GRANDE PORTUGUÊS fosse depois da exibição do primeiro episódio deste novo programa, talvez o estranho resultado a que se chegou, tivesse sido o outro…




terça-feira, março 27, 2007


Salvador Dali

segunda-feira, março 26, 2007

O Melhor Inglês…


Como dizia este estadista inglês de enorme dimensão, (o mais votado Grande Inglês) Sir Winston Churchill: A democracia é o pior dos sistemas; excepto todos os outros....”

Qual é então a essência da democracia? Talvez seja a de um regime político onde há uso sistemático de mecanismos que permitem a alternância pacífica de quem está no poder através de eleições democráticas!

Vivemos numa democracia baseada em valores elementares como os direitos humanos e a liberdade de expressão e associação.

Salazar criou um sistema que foi o contrário disso e onde pessoas foram perseguidas e torturadas apenas pelo crime de terem uma opinião diferente. E às vezes nem isso!...

Se acreditamos que os valores da Democracia são bons, (afinal podemos dizer e escrever o que pensamos) é impossível que Salazar tenha defesa.

Nesses tempos por escrever estas linhas eu estaria possivelmente preso…




O Pior Português…

– Ontem à noite ganhou alguém que criou neste país, uma marca de - subdesenvolvimento, que ainda hoje se sente e é visível o nosso atraso relativamente aos nossos parceiros europeus, nomeadamente na Economia, mas, sobretudo, na nossa, (falta de) Educação.

– Ontem à noite ganhou alguém que levou o país e com ele o povo ao obscurantismo, pela repressão e pela força, pela fome e pela miséria.

– Ontem à noite ganhou alguém que criou uma polícia política (PIDE-DGS) que perseguiu e torturou todos aqueles que discordavam do regime.

– Ontem à noite ganhou alguém que mandou assassinar Humberto Delgado, aquele a quem falsificou as eleições, controladas, que permitiu.

- Ontem à noite ganhou alguém que promoveu o meio rural à pobreza e o país a um atraso que ainda hoje se sente.

- Ontem à noite ganhou um déspota que toda a vida andou a evitar as eleições democráticas tendo, finalmente, a sua primeira vitória eleitoral depois de morto. A memória dolorosa de um povo não se respeitou. A memória do sofrimento, das vidas destruídas, da tortura; do atentado à dignidade, da promoção da pobreza honrada e da ignorância feliz.

A violência, a prepotência, o mais elementar desrespeito pelo valor da dignidade humana, a promoção do atraso económico, social e mental, foi tudo esquecido. Esfumou-se a memória. Parece que foi há tanto tempo, já não interessa e as gentes dos brandos costumes dirão que "nem tudo foi tão mau assim..."

Não ofende quem quer…

A propósito do desconvite de Cavaco Silva, ao Grande Obreiro da nossa assinatura ao Tratado de Adesão, todos tivemos a oportunidade de poder assistir aquela notável lição de Civismo e Democracia que o Dr. Soares deu na sua entrevista à SIC notícias.

Gostei de assistir e fiquei satisfeito por ver que Mário Soares continua a ser a maior referência da nossa Democracia pela sua lucidez, pela sua cultura, pela sua dimensão intelectual e pela enorme e vasta experiência política reconhecida em Portugal e, sobretudo, no Estrangeiro.

Por isso na tomada de posse estranhei o abrupto, e nada habitual, abandono do Ex-Presidente da República, da cerimónia. Mas só há pouco tempo tive conhecimento que, aquando da investidura de Cavaco Silva, o protocolo de Estado foi alterado para não dar destaque ao Dr. Soares. Por isso ele saiu antes dos cumprimentos e fez bem, tanto mais que quando perdeu as eleições, Cavaco Silva nem sequer se dignou, a ir à cerimónia de posse do Sampaio.

Com esta última atitude do Sr. Silva pudemos verificar que há um abismo entre o sentimento e expressão democrática de Mário Soares e a pose saloia que o homem de Boliqueime nunca deixará de ser, ou seja um PR mesquinho e sem dimensão intelectual que, eventualmente, pensará que somos todos atrasadinhos mentais....

domingo, março 25, 2007

50 anos da assinatura dos Tratados de Roma


A União Europeia chega hoje, em paz, à meia-idade.

Faz precisamente 50 anos que, em 25 de Março de 1957, se celebravam na capital italiana, os dois acordos que instituíram a Comunidade Económica Europeia (CEE) e a Comunidade Europeia da Energia Atómica (Euratom).

Seis anos antes, já tinha sido dado o mote, com a criação da Comunidade Europeia do Carvão e do Aço (CECA), para esta evolução, na pós-guerra, das relações entre os países europeus.

Há mais de 20 anos, em Janeiro de 1986, era a vez de Portugal se juntar à família europeia, com assinatura da adesão no mosteiro dos Jerónimos, feita por Mário Soares, num dos vários processos de adesão que têm marcado a história europeia, cujo último alargamento veio juntar, no início deste ano, a Bulgária e a Roménia.

Com tanto nostalgismo salazarento nem quero imaginar que país seríamos nós, hoje, sem este importante motor de desenvolvimento, mas, sobretudo, sem esta importante alavanca cívica e política de sustentabilidade democrática.

Somos, hoje, um país completamente diferente e sem comparação possível ao país do “orgulhosamente sós”.

Na fase de pré-adesão, ainda me recordo do discurso inflamado dos euro-cépticos de que foram exemplo: os líderes do PCP, do CDS, com Manuel Monteiro, Paulo Portas, entre outros, todos eles contra a adesão de Portugal, invocando (a inevitável) perda de cidadania, blá, blá, blá… Recordam-se?

Hoje é a vez de eu assistir, com mágoa, à deselegância do Presidente Cavaco Silva excluir das cerimónias oficiais o nosso grande embaixador e timoneiro da adesão Europeia que foi sem qualquer dúvida o Dr. Mário Soares.

Além de deselegante foi muito feio negar a presença do principal responsável da assinatura do Tratado de Adesão. Afinal o Homem nem sequer precisava porque mesmo na ausência do evento ninguém lhe pode negar o lugar próprio que já possui na nossa História recente. Afinal ele, realmente, só assinou o Tratado!...

quinta-feira, março 22, 2007

Dia Mundial da Água


Durante a Conferência das Nações Unidas, (Eco 92) realizada em 1992, no Rio de Janeiro, sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento, o dia 22 de Março foi instituído o “Dia Mundial da Água” com o objectivo de estimular a reflexão sobre a situação dos recursos hídricos, mobilizando a sociedade civil e o poder público para a elaboração de medidas práticas de preservação deste património natural.

A escassez de água já é uma realidade em muitos lugares do planeta. Actualmente, cerca de 1 bilião de pessoas não tem acesso a água potável. Nos países em desenvolvimento, a falta de água potável está relacionada a cerca de 80% das mortes e enfermidades.

O futuro que, neste modelo de desenvolvimento, perspectiva uma cada vez mais acelerada escassez de água, coloca em discussão o controle público/privado deste bem essencial à vida.

A preservação da água exige novas apostas na inovação tecnológica, e um novo modelo de desenvolvimento, para optimizar as questões relacionadas com a sua gestão e uso racional, quer na expansão industrial e agrícola como no crescimento populacional, evitando a degradação dos mananciais e fontes e alteração do ciclo hidrológico provocado principalmente pelo feroz desenvolvimento urbano a que está ligada uma feroz desflorestação à qual, todos nós assistimos impotentes.


quarta-feira, março 21, 2007

Dia da Árvore e da Poesia porque amanhã é a vez da Água


Assistimos à chegada, à nova estação, do comboio que marca o fim do sempre longo percurso do Inverno e com ele, também, o início da Primavera que com a Árvore e a Poesia partilham as celebrações do dia!...

É, definitivamente, a transição para o período estival do ano, cá para os lados do Hemisfério Norte.

No entanto, este ano, a Primavera não chega muito convicta, pois não consegue sequer superar as baixas temperaturas trazidas pelo vento glaciar que sopra de norte inquieto e mal-humorado.

Mesmo assim, contrastando com períodos de abertura, entre nuvens ameaçadoras e chantagistas que ameaçam, de quando em vez, trazer a chuva de volta batendo temerariamente o pé a um sol fraquejante que vai mostrando os seus raios envergonhados pelo frio intenso que se faz sentir, pelo que não tem cumprido o seu papel.

Amanhã é a vez da preciosa Água que, por isso mesmo, e de mãos dadas com a Vida, partilhar-se-á com os restantes seres vivos…

Árvores! Corações, almas que choram,
Almas iguais à minha, almas que imploram
Em vão remédio para tanta mágoa!

Árvores! Não choreis! Olhai e vêde:
- Também ando a gritar, morta de sede,
Pedindo a Deus a minha gota de água!

Florbela Espanca (in Charneca em Flor)

segunda-feira, março 19, 2007

Ao fim de semana a Oposição tem mais encanto…

Para a Oposição acabar em beleza o fim-de-semana, só faltava, o CDS-PP, nos ter brindado com triste espectáculo do seu Conselho Nacional e ter definitivamente provado, em Óbidos, a sua irrelevância no panorama político português.

A demagogia do PSD


Depois de mais uma semana infeliz, e plena de inoportunidade, o líder do PSD criticava, na quinta-feira passada, em Bruxelas, o encerramento da embaixada de Portugal em Bagdad, considerando essa decisão «um erro». Vá se lá saber quais os estranhos desígnios do grande líder laranja no sacrificado Iraque!...

Não contente com o ridículo da proposta feita, o grande líder, no dia seguinte, exigia também uma rápida diminuição nos impostos: IVA e o IRC, dizendo que a descida proposta era muito importante para a economia, mas também para a competitividade.

Só que nesta proposta foi contrariado por Manuela Ferreira Leite, a autoridade do partido na área das Finanças. A antiga ministra do “caroço” voltaria a reiterar a irresponsabilidade da proposta, na reunião do Conselho Nacional, onde considerou uma eventual descida de impostos como um erro.

Perante tal desaforo, o pequeno líder não se conteve. Puxando pelos galões subiu ao palanque e gritou para quem ainda o consegue ouvir: “Sou eu que dirijo o partido. Há uma linha de orientação que vai continuar a ser seguida.” Assim é que é! Já ia sendo tempo dos militantes saberem que é que manda no partido!...

terça-feira, março 13, 2007

Demasiadamente preocupante…

O Aquecimento Global do Planeta



Até parece que ninguém liga a este tema. As alterações climatéricas estão aí à vista de todos, todos os anos cada vez mais frequentes, e ninguém está preocupado... Os políticos entretêm-se a discutir décimas de redução percentual na emissão de gases poluentes, no que mais parece uma brincadeira de garotos a jogar "Quem melhor consegue iludir o Protocolo de Quioto". Mas é por isso que são políticos; é por isso que não ficam lá eternamente; é por isso que nunca serão responsáveis por nada; é por isso que o problema continua aos tropeções. Até que um dia chegue o último político, e tenha o ingrato papel de fechar a luz. A humanidade não agradece.

Porque continuamos a assistir à impunidade dos países mais poluentes a nível atmosférico e não só, relativamente à não ratificação do protocolo de Quioto? Porque continuam a ser a ONU uma instituição internacional fantoche, na qual, sete países do mundo se lhe podem sobrepor com direito de veto relativamente às decisões por esta tomadas?

Se o direito internacional existe e tem uma finalidade, se o valor e universalidade dos direitos humanos continuam a estar, relativismo cultural à parte, muito para além dos interesses económicos de alguns países, porque razão continuamos a deixar as coisas como estão, e deixar que destruam a nossa morada comum, em nome da ganância económica e da indiferença para com a construção de uma sociedade mais justa e equilibrada?

Demasiadamente preocupante…

Libertação de icebergues da placa antárctica

Os cientistas que se têm dedicado a esta causa sabem que as alterações naquelas placas geladas não são tão lentas como se pensava, que ocorrem muito depressa e que esse facto reflecte-se na subida do nível do mar.

Desde 2002 têm sido registados fenómenos de libertação de icebergues da placa antárctica maiores do que alguns dos países de pequena dimensão.

O chefe do departamento de oceanografia da NASA, Eric Lidstrom, afirmava durante uma conferência sobre os oceanos, que decorreu na Austrália, que: "Tudo indica que este processo vai acelerar".

De acordo com os oceanógrafos da agência espacial norte-americana, NASA, a subida do nível do mar e o degelo dos pólos podem ser fenómenos bem mais graves do que se previa…

Ainda segundo Eric Lidstrom, se as grandes placas polares se envolverem nessas alterações, "o nível do mar pode subir dezenas de metros".

segunda-feira, março 12, 2007

DECLARAÇÃO do IRS VIA INTERNET JÁ COMEÇOU


O prazo para entrega das declarações de IRS via internet do modelo 3-1 (trabalhadores por conta de outrem e pensionistas) começou no dia 10 e termina no dia 15 de Abril.

A grande novidade deste ano é o pré-preenchimento das declarações. No entanto, deste pré-preenchimento (realizado com base nas declarações modelo 10 entregues pelas respectivas entidades patronais até ao final do mês de Fevereiro) só consta o rendimento bruto e a respectiva retenção na fonte. Se existirem despesas de Educação ou Saúde, juros dos empréstimos de créditos à habitação ou outro tipo de benefícios fiscais, os valores têm de ser preenchidos pelo próprio contribuinte.

Sabe-se que só metade das famílias portuguesas paga IRS. De acordo com os últimos números da Administração Fiscal (que englobam os anos de 2004 e 2005), dos 4,2 milhões de agregados que declararam rendimentos, 52 por cento (2 217 419) chega ao fim sem que exista qualquer liquidação de imposto.

Isto significa que, depois de descontadas as deduções previstas na lei (por composição do agregado familiar, por despesas de Saúde e Educação e tendo em conta ainda as retenções na fonte e os benefícios fiscais para quem os tenha), só sobre 48 por cento das famílias portuguesas recai uma colecta líquida de imposto. Ainda de acordo com as contas feitas pelas Finanças, há cada vez mais contribuintes a declarar IRS, mas cada vez menos pessoas a pagar.

Com efeito, de 2004 para 2005 o número de famílias que entregaram declarações subiu 1,2 por cento enquanto os agregados com imposto efectivamente pago diminuiu cerca de seis por cento.

Adaptado do jornal Correio da Manhã

O Balanço de dois anos de Governo

Não acho que estes dois anos tenham sido maus, antes pelo contrário, mas também não podemos afirmar que tudo correu bem.

Do lado bom temos: o défice está controlado, verifica-se, finalmente, ausência de orçamentos rectificativos e parece haver uma real contenção da despesa pública. A Economia está finalmente a crescer, (se bem que pouco, mas mais do que o previsto pelas agências internacionais) e as exportações em subida.

Menos bem, está a evoluir o Plano Tecnológico, o Simplex e a Reforma da Segurança Social. Foi dado um abanão, no bom sentido na I&D com protocolos assinados com grandes universidades estrangeiras (MIT) e com grandes empresas.

Foram feitas as opções claras e correctas no domínio energético e na Formação Inicial e Profissional (Programa Novas Oportunidades). Apesar de necessários, nem sempre bem foram os safanões na Educação, e na Saúde, havendo ainda a considerar mais algumas reformas já em andamento.

Eis o resumo de um Governo determinado, que sabe o que quer, que não cede facilmente a pressões corporativas e com uma visão de futuro. Em tão pouco tempo era difícil conseguir melhor.

Ganhou-se definitivamente credibilidade! Portanto, o problema já não é este Governo, o problema é se nas próximas eleições voltamos a baralhar para ficar tudo adiado ou até regredirmos. Só outro governo de maioria poderá catapultar definitivamente Portugal para tão ansiado desenvolvimento, a par dos “países da frente”, desiderato que há tanto tempo, e com tanto afinco, perseguimos.

domingo, março 11, 2007

Nas hostes laranja o disparate não pára nem tem hora…

Segundo a estatística Europeia a nossa economia obteve, no ano passado, um crescimento de 1,3 por cento face a 2005.

Se por um lado cresceu a um ritmo superior ao esperado pelos analistas e pelas principais instituições internacionais, por outro foi cerca de uma décima inferior ao previsto pelo Governo. Será desta que vez que vamos descolar no sentido da convergência europeia?

De imediato, no raiar da notícia, e para não perder a visibilidade que tanto procura, Miguel Frasquilho, um economista laranja de fraquíssimo desempenho nos governos do PSD não perdeu tempo. Imaginem que este “entendido economista”, que enquanto nos governos por onde passou não deu provas de coisíssima nenhuma, (como comprovaram os resultados) considerou que este resultado foi revelador de uma "evolução medíocre".

Para concluir quero lembrar, ainda, que o pedante Miguel Frasquilho fez parte dos anedóticos governos de Durão Barroso e de Santana Lopes, onde a evolução da economia não foi apenas medíocre, mas antes negativa. Isto é: cresceu para baixo!...

Notável, este laranjal, não acham?..

A reforma da Educação e a receptividade docente


Este Ministério da (pouca) Educação conseguiu uma coisa verdadeiramente notável!... Ao fim de 30 anos de democracia conseguiu colocar todos os professores, bem como as suas mais variadas estruturas sindicais do mesmo lado da barricada, lutando contra as políticas tresloucadas de má-educação.

A equipa do M.E. com esta sua atitude autista, prepotente e, até inconstitucional, enferma de uma doença fatal para o sistema educativo em Portugal. Não será nunca possível implementar qualquer reforma de ensino, em qualquer parte do mundo, à revelia dos principais protagonistas da mudança ou seja, da classe docente.

Nunca haverá combate eficaz ao insucesso e abandono escolar com medidas que apenas visem economizar recursos através de tabelas salariais dos professores portugueses. Estas medidas apenas irão penalizar as vítimas do costume. A prepotência não mudará, verdadeiramente, coisa nenhuma, a não ser o ambiente nas salas de professores e não será, seguramente, no sentido da colaboração.

A política educativa da Ministra reforça o seu carácter persecutório. Pelas suas próprias palavras esta senhora, “perdeu os professores no processo mas ganhou a população”. Será que ganhou mesmo a população? Qual? A população analfabeta?

Mal vai o país que trata tão mal os seus profissionais da educação. Com dirigentes assim, a Educação só pode estar no mau caminho…

quinta-feira, março 08, 2007

O concurso a professor titular

ou

o anacronismo bacoco de um Ministério que deveria dar o exemplo

O que fará um professor de toda uma vasta experiência profissional, adquirida ao longo dos anos, que se revelou um contributo decisivo para aplicar na sua actividade pedagógica do dia-a-dia, como também na valorização da sua carreira docente?

Se é efectivamente esta longa experiência que permite, a cada um de nós, professores, enriquecer o currículo, é também esta longa experiência docente que é colocada ao serviço da causa contribuindo para excelência pedagógica da actividade docente. Daí que tenha toda a lógica que, para o primeiro concurso a professor titular, deve ser tido em conta todo o tempo de serviço que o docente colocou ao serviço do ensino público. Daí que também o concurso não deverá nunca reportar-se apenas a alguns anos de serviço, mas sim a toda uma longa experiência que se reflecte na actividade docente e que deverá ser, seguramente, valorizado.

Mais grave ainda, (porque inconstitucional) é o que concerne ao desconto na pontuação das ausências motivadas por nojo, (morte de filhos, cônjuges, ascendentes directos e outros familiares) como ainda entre muitas outras situações as que estão legalmente equiparadas a serviço lectivo efectivo, como as obrigatórias comparências em: Tribunais, a participação em actividades de serviço público (como por exemplo, actos eleitorais, reuniões nas Assembleias Municipais e outras actividades autárquicas locais) e, imagine-se, até nas dispensas para formação quando é o próprio Ministério da Educação a exigir e a propor formação para promover as boas práticas e a inerente melhoria da actividade docente…

Para não ser penalizado no concurso a titular, o professor deve: deixar de se valorizar pedagogicamente, não comparecer nos tribunais cada vez que é convocado a estar presente, evitar ir ao funeral dos pais, não estar presente no funeral dos filhos, ficar impedido de participar na vida cívica e política do país e passar a rejeitar a formação contínua e pós-graduada?

Ou é regulamentação feita à medida, ou um verdadeiro anacronismo bacoco, proveniente de um Ministério que deveria dar o exemplo, e que apenas beneficia quem, nos últimos tempos, exerce cargos de gestão e de administração nas escolas.

Apesar de tudo há sempre tempo de emendar a mão… Haja pelo menos bom senso!

quarta-feira, março 07, 2007




President George W. Bush and Condoliza Rice


Um diálogo simplesmente hilariante clicar aqui

terça-feira, março 06, 2007

Bem prega frei Tomás

(faz o que ele diz e não faças o que ele faz…)

Paulo Macedo saiu porque o Governo, (e muito bem) não admite excepções relativamente ao privilegiado estatuto remuneratório do senhor Director-geral dos Impostos.

Concordo! Apesar do sentido do serviço público ninguém é insubstituível e muito menos se coexistir à revelia do tecto salarial estabelecido pela lei vigente; mas o que mais me intriga é porque razão outros casos gritantes como o presidente da CGD, o governador do Banco de Portugal e os administradores, (até os muito maus) de tantas empresas do Estado podem continuar ganhar escandalosamente acima daquele que acaba de convidar a sair o referido Director-geral dos Impostos?

Sr. Sr. Primeiro-ministro porque estará a demorar tanto tempo a aviar-lhes a tal receita com que acabou de brindar o director-geral dos Impostos? Serão eles mesmo insubstituíveis ou o esforço de contenção é só para as vítimas de sempre?

Ora Sr. Primeiro-ministro, vamos lá acabar rapidamente com essa imoralidade, pois de insubstituíveis estão os cemitérios cheios…

domingo, março 04, 2007

Universidade (In)Dependente?



Depois do pouco edificante “caso Moderna” a escandaleira tem agora a sua reedição na Universidade Independente.

Com inevitáveis excepções, as universidades privadas continuam a obedecer a interesses pessoais, sem benefícios para o ensino e para o País. Com a crise instalada na Universidade, estão colocados em causa os interesses dos alunos e professores, os menos culpados mas ainda assim os que sofrem e que estão, sobretudo, preocupados com a possibilidade de a Universidade fechar e de não verem os seus estudos e direitos reconhecidos.

Com honrosas excepções, com o disse, (entre as quais a Universidade Católica) as universidades privadas portuguesas parecem associações de malfeitores que se escudam nas até agora insuspeitas áreas do ensino e do conhecimento, para acederam aos seus inconfessáveis actos criminosos.

Felizmente o ministro do Ensino Superior, Mariano Gago, está atento e ordenou já a intervenção da Inspecção-Geral para determinar se mantém o reconhecimento da Universidade Independente e a autorização de funcionamento dos seus cursos.

Venham cá os teóricos das virtudes do ensino de iniciativa privada com as habituais comparações e rácios entre o ensino público e o ensino privado defender o indefensável…

A tentação é grande!... Bem prega São Tomáz…

Paulo Portas

– A tentativa de regresso à liderança do CDS-PP, do ex-director do jornal Independente que detestava o poder e tudo aquilo que girava à sua volta. Lembram-se? Como as coisas mudam na política…

Seguramente o maior camaleão da política portuguesa. Antigo ministro de Barroso e Santana Lopes e da aquisição de submarinos ainda hoje mal explicada que como devem estar lembrados foi uma atitude despesista num país que estava de tanga… Que deixou o partido em estado miserável depois da queda da coligação que sustentava o nosso Santana Lopes. Memória curta, pois é novamente candidato à liderança do CDS e, “pelo seu jogo de cintura”, vai ser uma inevitabilidade perante o entusiasmo da direita mais extrema na ânsia de conseguir votos laranja que nunca antes conseguiu…



Marques Mendes

– Desapareceu quando deveria estar presente e reapareceu quando a prudência deveria afastá-lo estrategicamente.

Apesar de não ter as condições mínimas para a liderar sequer um clube de leitura, o homem não consegue resistir a um bom banho de populismo bacoco, como se viu nas suas últimas aparições, (e intervenções). Na entrevista foi patético, nem com a Judite a puxar por ele, numa tentativa de o ressuscitar para a política oposicionista…

O líder não vai conseguir aguentar a pedalada tantos que são problemas: a Câmara de Lisboa, Filipe Meneses, Marcelo, Santanistas, cavaquistas, o referendo perdido, o abandono dos mais próximos e dos outros que sorrateiramente espreitam a sua oportunidade… Finalmente, pensando obter dividendos políticos, enredou-se naquele Carnaval madeirense, apesar de ter sido desconvidado para a festa do Chão da Lagoa! …

Casa onde não há pão… não é sr. Mendes?



Marcelo Rebelo de Sousa

– Acabo de ouvir o professor cuja banalidade da conversa tida nada acrescentaria a uma converseta de café. Ainda há bem pouco tempo a sua opinião era influente e levada a sério. Agora é apenas a voz de si próprio, desgastado pelo tempo, e sem espaço para projectos pessoais. Será que o PSD irá ressuscitá-lo para a sucessão pós mendista e fazer calar de vez o Pedrocas que já por aí anda a movimentar-se?

Esta cena dos próximos capítulos, na liderança do partido laranja, não foi coisa de que não me tivesse ocorrido já para fazer frente à sua cíclica orfandade...

Em defesa dos nossos valores Civilizacionais


O ditador só manteve o poder por via da opressão, da manutenção da ignorância e da miséria da esmagadora maioria da população portuguesa. Por isso uma das grandes consequências, talvez a principal do Estado Novo, fosse precisamente a imensa e gritante ignorância cultural, cívica e política que as pessoas, 30 anos depois de Abril, ainda reflectem nos seus comportamentos e atitudes.

O que Portugal não tem e deveria ter era a capacidade de preservar os seus espólios, (mas todos) que uma vez perdidos nunca mais se poderá refazer História.

Concordo que é de enorme importância que se possa estudar o período de Salazar como quaisquer outros períodos ou outras personalidades e daí a elevada importância que se criem museus, arquivos, bibliotecas, locais de estudo e investigação em qualquer local ou localidade que isso nunca fará de nós especiais admiradores de Salazar, (nem dos restantes) mas sim pessoas preocupadas com o nosso irrepetível legado histórico.

Enquanto jovem assisti e tomei parte de alguns movimentos cívicos e políticos durante o PREC e da transição deste país para a democracia, depois de uma longa noite fascista. E, ao defender a preservação do espólio desta tenebrosa figura só poderão acusar-me de querer preservar a possibilidade de estudo de matérias, que se não forem recuperadas se perderão para sempre, e nunca de homenagem a quem prepotentemente, e apenas por vontade própria, apodreceu na cadeira do poder…

Mais que um testemunho histórico, o facto de se estar a tentar erigir um museu Salazar é, no mínimo, uma afronta a todos aqueles que sofreram. É uma afronta lamentável a todos que sofreram com os seus familiares e foram condenados, torturados, estropiados e mortos pelo regime. Esses sim, são testemunhos históricos da estupidez humana, e se há alguém neste caso que merece um museu, são eles, porque perderam a vida a lutar para que nós, tão singelamente, possamos escrever em Liberdade: Fascismo nunca mais!

Fico surpreendido, quando me deparo com neo-fascistas, e ex-fascistas que perderam a vergonha, e defendem agora o que nunca tinham defendido antes, ou seja, o seu direito à expressão na Democracia que o 25 de Abril permitiu quando, o Estado Novo que tanto defendem, nunca respeitou democraticamente, fosse o que fosse, eliminando por todos os meios aqueles que dele discordavam. Bastará para isso recordar a morte de Humberto Delgado, as vítimas do Tarrafal, os presos do Forte de Peniche, de Caxias e tantos outros “locais especializados na eliminação de pessoas” que apenas gritaram pela Liberdade.

Por tudo isso é fundamental manter viva a memória do terror do fascismo para que as gerações futuras não permitam o retorno à barbárie.

Agora, quem defendeu durante tantos anos o Não Direito à Liberdade de Expressão devia ser comedido agora nessa reivindicação, ou pelo menos, disfarçar hoje, aquilo que, ferozmente, ontem tanto defendeu.

O mundo civilizado e a Humanidade agradecem.