quarta-feira, março 21, 2007

Dia da Árvore e da Poesia porque amanhã é a vez da Água


Assistimos à chegada, à nova estação, do comboio que marca o fim do sempre longo percurso do Inverno e com ele, também, o início da Primavera que com a Árvore e a Poesia partilham as celebrações do dia!...

É, definitivamente, a transição para o período estival do ano, cá para os lados do Hemisfério Norte.

No entanto, este ano, a Primavera não chega muito convicta, pois não consegue sequer superar as baixas temperaturas trazidas pelo vento glaciar que sopra de norte inquieto e mal-humorado.

Mesmo assim, contrastando com períodos de abertura, entre nuvens ameaçadoras e chantagistas que ameaçam, de quando em vez, trazer a chuva de volta batendo temerariamente o pé a um sol fraquejante que vai mostrando os seus raios envergonhados pelo frio intenso que se faz sentir, pelo que não tem cumprido o seu papel.

Amanhã é a vez da preciosa Água que, por isso mesmo, e de mãos dadas com a Vida, partilhar-se-á com os restantes seres vivos…

Árvores! Corações, almas que choram,
Almas iguais à minha, almas que imploram
Em vão remédio para tanta mágoa!

Árvores! Não choreis! Olhai e vêde:
- Também ando a gritar, morta de sede,
Pedindo a Deus a minha gota de água!

Florbela Espanca (in Charneca em Flor)