domingo, março 25, 2007

50 anos da assinatura dos Tratados de Roma


A União Europeia chega hoje, em paz, à meia-idade.

Faz precisamente 50 anos que, em 25 de Março de 1957, se celebravam na capital italiana, os dois acordos que instituíram a Comunidade Económica Europeia (CEE) e a Comunidade Europeia da Energia Atómica (Euratom).

Seis anos antes, já tinha sido dado o mote, com a criação da Comunidade Europeia do Carvão e do Aço (CECA), para esta evolução, na pós-guerra, das relações entre os países europeus.

Há mais de 20 anos, em Janeiro de 1986, era a vez de Portugal se juntar à família europeia, com assinatura da adesão no mosteiro dos Jerónimos, feita por Mário Soares, num dos vários processos de adesão que têm marcado a história europeia, cujo último alargamento veio juntar, no início deste ano, a Bulgária e a Roménia.

Com tanto nostalgismo salazarento nem quero imaginar que país seríamos nós, hoje, sem este importante motor de desenvolvimento, mas, sobretudo, sem esta importante alavanca cívica e política de sustentabilidade democrática.

Somos, hoje, um país completamente diferente e sem comparação possível ao país do “orgulhosamente sós”.

Na fase de pré-adesão, ainda me recordo do discurso inflamado dos euro-cépticos de que foram exemplo: os líderes do PCP, do CDS, com Manuel Monteiro, Paulo Portas, entre outros, todos eles contra a adesão de Portugal, invocando (a inevitável) perda de cidadania, blá, blá, blá… Recordam-se?

Hoje é a vez de eu assistir, com mágoa, à deselegância do Presidente Cavaco Silva excluir das cerimónias oficiais o nosso grande embaixador e timoneiro da adesão Europeia que foi sem qualquer dúvida o Dr. Mário Soares.

Além de deselegante foi muito feio negar a presença do principal responsável da assinatura do Tratado de Adesão. Afinal o Homem nem sequer precisava porque mesmo na ausência do evento ninguém lhe pode negar o lugar próprio que já possui na nossa História recente. Afinal ele, realmente, só assinou o Tratado!...