quarta-feira, junho 28, 2006

PORTUGAL DOS PEQUENITOS

Com estes dirigentes dificilmente se chegará, sequer, à Idade da Pedra Polida

Como de costume, acordei, uma vez mais, ao som das notícias matinais da TSF. Até aqui nada de estranho. No entanto, como muitas vezes me acontece, com as notícias com maior impacto, senti-me hoje, particularmente incrédulo ao teor de uma notícia estranha que registei ainda estremunhado, fazendo-me recuar à pré-história ou seja, imagine-se, à Idade da Pedra!...

A notícia referia que o insuspeito Presidente da Associação Nacional de Municípios, Fernando Ruas teria aconselhado, em plena Assembleia Municipal, os autarcas (pelo menos, das freguesias do seu concelho) a correr à pedrada os funcionários do Ministério do Ambiente, sempre que estes pretendessem exercer as funções de fiscalização a que se obrigam, mediante os incumpridores da Lei. E porquê? Porque só deste modo os autarcas poderiam livrar-se daqueles elementos indesejáveis e dar continuidade às iniciativas a que se propuseram, sem desagradáveis entraves ambientalistas que aqueles funcionários representam às políticas de “desenvolvimento” de tão zelosos e cumpridores autarcas.

Pois bem, esta notícia surrealista traz-me à memória os desenhos animados que se situavam na Idade da Pedra criados pela dupla Hanna-Barbera e vistos por milhões de telespectadores em todo o mundo.

O troglodita Fred Flinstone era o personagem principal da série, casado com a dona-de-casa Wilma que se metia constantemente nas mais variadas trapalhadas acompanhado do seu melhor amigo, Barney, casado com a também dona-de-casa Betty, vivendo felizes na cidade de Bedrock.

É deste modo que a notícia me transporta à idade da pedra e me coloca perante este quadro do Cavaquistão, que agora poderia também passar-se a designar por Viseurock, com o troglodita Ruas no papel principal de uma história passada no tempo em que as pessoas eram corridas à pedrada. Com guerreiros desta índole os cidadãos da polis de Viseurock, tendo ao comando o troglodita Ruas da Pedra Lascada, dificilmente atingirão, sequer, a Idade da Pedra Polida.

Por este andar não há Plano Tecnológico que resista!...

terça-feira, junho 27, 2006

Discurso do Ministro Brasileiro da Educação nos EUA...

Recebi, via e-mail, através de um amigo, este discurso que merece ser lido, reflectido e divulgado. Por isso entendi por bem dar-lhe eco através do meu blog. Afinal não é todos os dias que um Brasileiro dá um verdadeiro "baile" aos Americanos...

Durante um debate numa universidade nos Estados Unidos, o actual Ministro da Educação Brasileiro, Cristovam Buarque, foi questionado sobre o que pensava da internacionalização da Amazónia (ideia que surge com alguma insistência nalguns sectores da sociedade americana e que muito incomoda os brasileiros).

Um jovem americano fez a pergunta dizendo que esperava a resposta de um Humanista e não de um Brasileiro. Esta foi a resposta do Sr. Cristovam Buarque:

"De facto, como brasileiro eu simplesmente falaria contra a internacionalização da Amazónia. Por mais que nossos governos não tenham o devido cuidado com esse património, ele é nosso.

Como humanista, sentindo o risco da degradação ambiental que sofre a Amazónia, posso imaginar a sua internacionalização, como também de tudo o mais que tem importância para a humanidade.

Se a Amazónia, sob uma ética humanista, deve ser internacionalizada, internacionalizemos também as reservas de petróleo do mundo inteiro...

O petróleo é tão importante para o bem-estar da humanidade quanto a Amazónia para o nosso futuro. Apesar disso, os donos das reservas sentem-se no direito de aumentar ou diminuir a extracção de petróleo e subir ou não o seu preço.

Da mesma forma, o capital financeiro dos países ricos deveria ser internacionalizado. Se a Amazónia é uma reserva para todos os seres humanos, ela não pode ser queimada pela vontade de um dono, ou de um país.

Queimar a Amazónia é tão grave quanto o desemprego provocado pelas decisões arbitrárias dos especuladores globais. Não podemos deixar que as reservas financeiras sirvam para queimar países inteiros na volúpia da especulação.

Antes mesmo da Amazónia, eu gostaria de ver a internacionalização de todos os grandes museus do mundo. O Louvre não deve pertencer apenas à França.

Cada museu do mundo é guardião das mais belas peças produzidas pelo génio humano. Não se pode deixar esse património cultural, como o património natural Amazónico, seja manipulado e destruído pelo gosto de um proprietário ou de um país.

Não faz muito tempo, um milionário japonês, decidiu enterrar com ele, um quadro de um grande mestre. Antes disso, aquele quadro deveria ter sido internacionalizado.

Durante este encontro, as Nações Unidas estão realizando o Fórum do Milénio, mas alguns presidentes de países tiveram dificuldades em comparecer por constrangimentos na fronteira dos EUA. Por isso, eu acho que Nova York, como sede das Nações Unidas, deve ser internacionalizada. Pelo menos Manhatan deveria pertencer a toda a humanidade. Assim como Paris, Veneza, Roma, Londres, Rio de Janeiro, Brasília, Recife, cada cidade, com sua beleza específica, sua história do mundo, deveria pertencer ao mundo inteiro

Se os EUA querem internacionalizar a Amazónia, pelo risco de deixá-la nas mãos de brasileiros, internacionalizemos também todos os arsenais nucleares dos EUA.

Até porque eles já demonstraram que são capazes de usar essas armas, provocando uma destruição milhares de vezes maior do que as lamentáveis queimadas feitas nas florestas do Brasil.

Nos seus debates, os actuais candidatos à presidência dos EUA têm defendido a ideia de internacionalizar as reservas florestais do mundo em troca da dívida.

Comecemos usando essa dívida para garantir que cada criança do Mundo tenha possibilidade de comer e de ir à escola. Internacionalizemos as crianças tratando-as, todas elas, não importando o país onde nasceram, como património que merece cuidados do mundo inteiro. Ainda mais do que merece a Amazónia.

Quando os dirigentes tratarem as crianças pobres do mundo como um património da Humanidade, eles não deixarão que elas trabalhem quando deveriam estudar, que morram quando deveriam viver.

Como humanista, aceito defender a internacionalização do mundo. Mas, enquanto o mundo me tratar como brasileiro, lutarei para que a Amazónia seja nossa. Só nossa! "

Este Discurso NÃO FOI PUBLICADO.

Ajude a divulgá-lo, porque é muito importante...Mais ainda, porque foi um discurso CENSURADO!

domingo, junho 25, 2006


Para a Humanidade meditar profundamente





quinta-feira, junho 22, 2006

O que já fiz hoje para poupar água?


Elemento essencial da vida, a água é talvez o recurso mais precioso que a Terra coloca à disposição da Humanidade.

Apesar da sua vital importância, quanto desperdício, quanta negligência e que falta de visão se verifica em relação a este recurso tão escasso, pelo que seria de se esperar que os seres humanos tivessem pela água o maior respeito e a maior parcimónia na sua utilização. De facto, a continuar esta atitude laxista, o futuro da espécie humana e de tantos outros seres vivos poderá ficar comprometido a menos que haja uma melhora significativa na utilização administração dos recursos hídricos em que cada um de nós pergunte, diariamente a si próprio: o que já fiz hoje para poupar água?

A morte já espreita na estúpida luta pela água potável


A antevisão dum cenário possível num futuro, demasiadamente, próximo.

A luta sanguinária entre dois clãs, sobre a disputa de água potável, num confronto que até incluiu o lançamento de morteiros levou à morte de 14 pessoas numa zona árida do Paquistão, região do globo onde a água já é preciosa mesmo sem seca.

É de salientar que na última semana uma vaga de calor está a atingir o centro do Paquistão, com temperaturas que chegam aos 50 graus e fez já pelo menos 84 mortos.

Teme-se que volte a repetir-se o cenário de seca ocorrido em 2003 que provocou mais de 230 mortos no país.

Capitalismo selvagem continua não olhando

a meios para atingir os seus fins…


A promiscuidade entre capitalistas e políticos norte-americanos, (acompanhados agora pelos senhores da economia emergente dos países asiáticos) é a grande responsável pelo estado das coisas a que o planeta chegou em termos ambientais.

Estes cavalheiros sem escrúpulos, persistem na manutenção do modelo obsoleto de desenvolvimento, sem que ninguém os trave nesta rápida marcha em direcção ao caos e à extinção dos seres vivos no planeta. O importante é o lucro, independentemente das consequências que daí advêm, não olhando a meios para atingir os fins determinados.

Os detentores do poder económico, que são também os detentores da indústria tradicional nos Estados Unidos, continuam com uma mentalidade economicista do século passado, defendendo um modelo inverosímil de desenvolvimento que nos levará a todos, inevitavelmente, ao Apocalipse.

PORTUGAL DOS MUITO PEQUENITOS




O mal de inveja do sucesso alheio

ou os "amigos" de Scolari


Já todos sabíamos que era tremenda a dificuldade em gerir um povo sempre insatisfeito com o sucesso de terceiros e que continua a alimentar uma cultura de inveja e maledicência centrada nas frustrações das suas próprias incapacidades, não admitindo nunca o êxito daqueles que pelo seu trabalho esforçado conseguem atingir patamares elevados por mérito próprio.

Vem isto a propósito dos factos que calam todos os argumentos: nunca a selecção nacional de futebol foi tão sólida, teve tão bons resultados e revelou tanto prestígio internacional como desde que Luiz Felipe Scolari assumiu as funções de seleccionador.

Longe vão os tempos das "vitórias morais": com Scolari - que foi campeão do mundo pelo Brasil - Portugal sagrou-se em 2004 vice-campeão da Europa, qualificou-se já no segundo jogo para os oitavos-de-final no Campeonato do Mundo e tem neste momento a mais longa série de jogos sem perder.

Contra todas as evidências, porém, mantém-se entre nós uma brigada de ferozes críticos que apontam baterias a Scolari. Uma brigada composta por "treinadores de bancada" cujos únicos créditos no futebol são os palpites que emitem à mesa do café - com a diferença, neste caso, de a mesa do café se transformar em coluna de jornal ou tempo de antena na televisão. Destacam-se, neste lote, Manuel Serrão, José Guilherme Aguiar e Miguel Sousa Tavares, indefectíveis portistas, que não conseguem vislumbrar sombra de mérito no trabalho de Scolari.

No programa, “O Dia Seguinte” da SIC, Guilherme Aguiar dizia que o seleccionador mais não era do que "uma espécie de Sargento de Ferro, do Clint Eatswood", cuja única especialidade era congregar as suas tropas. "Hitler fez a mesma coisa", acrescentou com desdém o “esclarecido” comentador televisivo conotado com o FC Porto. Desvalorizou o currículo de Scolari, esquecendo que se trata "apenas" do homem que em 2002, foi campeão do mundo com o Brasil.

Se em no Euro-2004 Portugal perdeu duas vezes com a Grécia, também é verdade que ganhámos os restante jogos, mesmo contra a Inglaterra e a Holanda, e fomos (somos) vice-campeões da Europa, ou seja a melhor equipa europeia presente neste mundial. Nunca ninguém nos levou tão longe nesta competição. Nem Toni, nem Queiroz, nem Artur Jorge, nem Oliveira, nem Humberto, nem toda essa legião de "catedráticos" do futebol que por aí anda a rogar pragas ao seleccionador conseguiram alguma vez fazer melhor. Este é um dos mais graves problemas portugueses: a inveja do mérito alheio, mesmo quando esse mérito é tão evidente que salta à vista...

O movimento anti-Scolari, que não integra só portistas, quem mais se distingue são os comentadores do "Trio d'Ataque", da RTP. O benfiquista António-Pedro Vasconcelos, o sportinguista Jorge Gabriel e o portista Rui Moreira, deslocaram-se à Alemanha para comentar o Mundial no canal público. E que concluiram? Duas vitórias consecutivas de Portugal e o acesso antecipado aos oitavos-de-final (antes ainda do jogo contra o México) não lhes bastaram para reconhecer o mérito da selecção e do seleccionador. Esta semana lá desfiaram os habituais argumentos contra Scolari, amontoando críticas à equipa portuguesa. Para não já falar das infelizes declarações desse “insigne” dirigente portista que apita dourado e a quem os analfas azuis prestam incondicional vassalagem, passo a destacar algumas:


Rui Moreira:

- "Neste momento não há rotinas de jogo na Selecção."

- "Há algumas lacunas a nível de banco."


António-Pedro Vasconcelos:

- "O problema mais grave de Portugal é a defesa. Miguel não me dá a mesma segurança que o Paulo Ferreira."

- "Pauleta é a grande vítima da falta de velocidade da Selecção."

- "A Selecção ainda não foi verdadeiramente posta à prova."


Jorge Gabriel:

- "Falta velocidade ao futebol português."

- "Acho preocupante o momento de forma de Cristiano Ronaldo."

- "Se o Cristiano Ronaldo falha aquela grande penalidade não tínhamos mais Cristiano Ronaldo."

Carlos Daniel, que moderava o debate, bem tentava chamá-los à realidade, mas eles continuavam a falar como se Portugal tivesse perdido contra Angola e contra o Irão, em vez de ter ganho.

Quem sabe se um deles ainda chega a seleccionador nacional para mostrar ao curioso Scolari como se conquista um Campeonato do Mundo?

Os eternos detractores de Scolari, como Miguel Sousa Tavares, começam a ficar sem argumentos face aos resultados…

Palavras para quê!... Hoje a selecção portuguesa venceu o México com a equipa B.

terça-feira, junho 20, 2006


GRADUALMENTE VAI NASCENDO UMA NOVA NAÇÃO NA PENÍNSULA IBÉRICA

Finalmente um Estatuto de Autonomia para a Catalunha

O "Sim" venceu com cerca de 74% dos votos e abstenção ultrapassa 50%. Os eleitores catalães aprovaram assim o novo Estatuto da Catalunha.

73,91% votaram "sim", enquanto o "não" recolheu 20,81% dos votos, tendo a abstenção ultrapassado os 50%. Esta baixa participação dos eleitores (49,42% ) que em vez de lutar pela autonomia teriam preferido ir à praia, poderá proporcionar várias leituras relativamente ao Estatuto da Autonomia.

A favor do "sim": socialistas, democratas-cristãos (CIU), comunistas e verdes.

A favor do "não"o PP. Mais uma grande derrota para os conservadores do maior partido da oposição que apelaram ao "não" por considerarem que o Estatuto é uma ameaça à unidade da Espanha.

Esta questão das autonomias não é recente e está prevista na Constituição Espanhola de 1978. A Lei fundamental dos nossos vizinhos reconhecia, já naquela altura, a Catalunha, o País Basco e a Galiza como "nacionalidades históricas", considerando ainda 17 regiões espanholas com capacidade de usufruir de um estatuto de autonomia.

O estatuto agora aprovado é, seguramente, o grande passo para elevar a Catalunha a nação, reforçando desde já os poderes do Governo Regional em matéria política, fiscal e administrativa da futura "Nação Catalã".


segunda-feira, junho 19, 2006

PORTUGAL DOS PEQUENITOS

Curiosa análise às contas do Fisco

Do total de rendimentos brutos declarados em sede de IRS, a maioria, cerca de 70 por cento pertencem a trabalhadores dependentes (categoria A), refere um estudo da Administração Fiscal relativo aos anos de 2003 e 2004 que aborda as liquidações das declarações deste imposto que incide sobre os rendimentos das pessoas singulares.

O valor declarado pela categoria A, de IRS, em 2004, atingiu os 47,498 mil milhões de euros, crescendo em mais de 1,5 por cento relativamente ao ano anterior (46,796 mil milhões de euros).

As profissões liberais, (categoria B) representam apenas 8,3 por cento do total do rendimento bruto, ou seja, 5627 milhões de euros.

Saliente-se ainda, no que diz respeito aos agregados com IRS liquidado com rendimento bruto até 13 500 euros (que representam 36,3 por cento do total), o montante de imposto é de 3,7 por cento do total do IRS liquidado em 2004. Já relativamente aos agregados com IRS liquidado com rendimento bruto entre 13 500 e 100 mil euros (o que corresponde a 62 por cento do total), o montante de imposto é de 71,9 por cento do total do valor do IRS liquidado em 2004.

Finalmente, os agregados com IRS liquidado com rendimentos brutos superiores a 100 mil euros (ou seja, apenas 1,7 por cento do total), o montante do imposto é de 24,3 por cento do valor total do IRS liquidado em 2004.

Resumindo: a percentagem do IRS entrado nos cofres do estado em 2004 foi distribuída da seguinte forma: Categoria A - 69,8%; Categoria B - 8,3%, Categoria E - 0,4%; Categoria F - 3,4%; Categoria G - 1,1% ; Categoria H - 17,1%.

Concluindo: apesar do maior rigor, do avanço tecnológico e do consequente cruzamento de dados quem fugia ao fisco, continua claramente a fugir e a rir-se de todos nós…

Ao contribuinte cumpridor será difícil imaginar que, a seguir aos trabalhadores por conta de outrem, (categoria A), são os pensionistas (categoria H) quem mais contribui para o IRS. Incrivelmente, as profissões liberais, os empresários e outros trabalhadores independentes da categoria B contribuem para o IRS apenas com menos de metade do imposto pago pelos pensionistas. É uma fuga escandalosa não concordam?

Culpados? Todos nós… Se exigíssemos as facturas e/ou os recibos quando vamos às compras, ao médico, ao advogado, ao engenheiro, ao arquitecto ou a outros profissionais liberais seria bem mais difícil esta situação escandalosa acontecer!

É um dever cívico de qualquer cidadão exigir que todos os outros comparticipem nos custos do desenvolvimento do nosso país. Apesar disso somos muitas vezes cúmplices deste roubo diário às finanças do país.

Quantas vezes estes cidadãos sem escrúpulos por vezes ainda perguntam: “quer factura/recibo”?Se respondermos afirmativamente vem logo a resposta desmotivadora: “deste modo a sua factura vai subir, pois vai ter que pagar mais o imposto”.

Quando os outros não pagam temos que ser nós a pagar por eles… Isto é vamos ter que pagar mais impostas quando, não exigimos recibos ou quando queremos poupar uns trocos, ao evitar pagar IVA, não pensando que deste modo, quem presta o serviço nada declara, não pagando qualquer imposto sobre o dinheiro que recebeu!

Não podemos permitir esta descarada e consentida fraude fiscal que grassa na Sociedade Portuguesa e que delapida sistemática e impunemente as finanças públicas. Não devemos admitir que alguém nos pergunte se queremos factura/recibo, seja médico, advogado, engenheiro, comerciante ou outro. A passagem desse documento, não depende de vontades é SEMPRE OBRIGATÓRIA.

terça-feira, junho 13, 2006

PORTUGAL DOS PEQUENITOS


Manuel Alegre e a agonia do MIC


O Movimento de Intervenção e Cidadania (MIC), foi criado em torno da candidatura de Manuel Alegre à Presidência da República que alcançou nas urnas cerca de 1,2 milhões de votos.
O PRD também tinha 17% e depois morreu.

Seria de aplaudir se o tal movimento de cidadania, desse frutos. Mas como se materializa? O movimento resumir-se-á a manifestações de rua com uns quantos empunhando bandeiras e algumas palavras de ordem relativas ao momento político?

O problema é que Alegre não é possuidor da força e estatura, nem de uma mensagem suficiente forte, capazes de fracturar minimamente o PS, para que daí pudesse resultar uma viragem à esquerda na política do partido, capaz de ir ao encontro dos desejos do “seu eleitorado”, que votou inequivocamente nesse sentido.

Se a intenção era o nascimento de um partido novo com novas ideias; mas pelas personagens nunca deixaria de ser um recente partido velho, com velhas ideias, ou melhor, sem ideia alguma…

Contrariamente ao que aconteceu na últimas eleições, desta vez parece não haver lugar para o deputado Manuel Alegre e companhia em futuras listas, e isso não é bom augúrio para a “raparigada” do MIC claro.

A votação que Alegre obteve deveu-se ao facto de o PS ter apoiado Soares. Foi como que uma resposta, dada por alguns, à escolha do partido, foi uma resposta de protesto. Votaram nele porque não queriam Mário Soares e rapidamente esqueceram o poeta... Não há outra leitura e o MIC não terá consistência, irá esbater-se no tempo, não tenhamos qualquer dúvida.

Manuel Alegre devia era ganhar juízo e demitir-se do PS e dos lugares públicos que ocupa para por em prática as propostas de renovação na politica e nos partidos que foi seu apanágio nas presidenciais.

Manuel Alegre vem uma vez mais revelar que anda na política por interesse e começou a ser uma pessoa que ninguém pode levar a sério, que faz o contrário do que defende.

Um autêntico bluff: defendeu a renovação politica e dos partidos, mas não teve a coragem de se demitir dos seus cargos para permitir que essa renovação pudesse acontecer.

domingo, junho 11, 2006

PORTUGAL DOS PEQUENITOS



Parabéns Sr. Presidente pelo excelente
discurso do 10 de Junho


Dado que estava em viagem tive hoje a rara oportunidade de ouvir, na íntegra, através da telefonia, pela primeira vez, um discurso do 10 de Junho. Desta vez feito pelo Sr. Presidente da República, Prof. Aníbal Cavaco Silva.

Não foi um discurso de circunstância, mas antes um discurso inteligente e actual, virado para o estado das coisas, das coisas deste Estado… E gostei de tudo o que ouvi!

O Sr. Presidente ao discursar na sessão solene do Dia de Portugal, realizada no Porto, veio através do seu eloquente discurso pedir hoje aos portugueses para não se resignarem face às dificuldades que o país atravessa.

O Presidente Cavaco Silva lançou desafios aos portugueses, pedindo para serem mais optimistas, mais ambiciosos e lutarem por um país menos desigual. O seu discurso foi inteligentemente beber inspiração ao grande estadista americano, John Kennedy que nos anos sessenta teria dito: “não perguntem o que a América pode fazer por vós, mas sim o que podem vocês fazer pela América.”

Se não há propriamente novidade no teor do discurso, sublinha-se aqui a desejável sintonia com a governação, numa espécie de ratificação implícita que avaliza a linha de orientação política do actual governo Sócrates também ele tantas vezes inspirado no estadista norte-americano.

Alertou também para as exigências determinadas pela globalização, mas referiu que «as condicionantes» que o país enfrenta, e que «colocam novas exigências», não impedirão a realização das justas ambições dos portugueses.

Abordou ainda as questões da educação, da saúde e dos acidentes nas estradas portuguesas, afirmando que os números dos acidentes são o «retrato» do país que Portugal não pode ser… Frisou ainda que a atitude dos portugueses nas estradas é um exemplo do país que não devemos ser.

Parabéns Sr. Presidente pelo excelente discurso, lúcido e atento perante o que se passa no país real e que urge dar rápida solução com o contributo de todos os portugueses.

Ao contrário, e por culpa própria, o PSD tem cada vez menos margem de manobra. Não tem ideias, não inova, nem soluciona os problemas de Portugal, porque não tem um projecto à altura, ficando, (mal) na fotografia como uma alternativa cada vez menos credível perante o eleitorado. Para o confirmar, (já para não falar da deselegância daquele militante alarve que o tratou por Sr. Silva) bastará recordar a última iniciativa Parlamentar da bancada do PSD sobre a institucionalização do Dia do Cão. Francamente!...

Finalmente, e pelo que está à vista, começo a acreditar que o nosso Presidente da República andou todos estes anos a militar no partido errado, o que teria sido um nítido e prolongado erro de “casting”.

sexta-feira, junho 09, 2006

PORTUGAL DOS PEQUENITOS



FINALMENTE….



OS MAUS GESTORES PÚBLICOS INDEMNIZARÃO O ESTADO, DIZ GUILHERME D´OLIVEIRA MARTINS.

Os cargos públicos de gestão que não respeitem critérios de eficiência e eficácia passarão a ser sancionadas pelo Tribunal de Contas, disse Guilherme d´Oliveira Martins em entrevista ao Jornal de Negócios publicada esta sexta-feira.


A medida vai abranger toda a administração pública e decorre das alterações à Lei que regula a instituição liderada por Guilherme d´Oliveira Martins, as quais se encontram em discussão na Assembleia da República.

Guilherme d´Oliveira Martins considera prioritárias as mudanças a nível do reforço dos poderes do Tribunal de Contas, mas tal não deve incluir para já a capacidade para levantar o sigilo fiscal e bancário dos gestores.

Finalmente, a competência e a coragem política que se aplaude depois da tão contestada nomeação, por parte da oposição, do Presidente do Tribunal de Contas, Guilherme d´Oliveira Martins.

terça-feira, junho 06, 2006

PORTUGAL DOS PEQUENITOS



Carta Aberta (de indignação) ao Deputado José Cesário


Estou indignado Sr. Deputado Cesário!...

De acordo com uma notícia do Jornal Público, de 26 de Maio, parece que o Sr. Deputado José Cesário terá dirigido um requerimento ao Ministério da Saúde, questionando-o sobre os critérios que estiveram na decisão de mandar construir um novo edifício hospitalar em Seia dando a entender que o Hospital só se fará por a Câmara ser da cor partidária do Governo, o que teria motivado justificados protestos dos vereadores socialistas do município senense.

Um completo desencanto para com a sua atitude, Sr. Deputado da nação!

A que propósito é que o Sr. Deputado do PSD, ainda por cima eleito pelo círculo de Viseu, vem meter a “colherada” no distrito da Guarda, num total desrespeito pelos seus colegas Deputados eleitos por este distrito, relativamente à construção do novo Hospital de Seia que, depois de tanta luta dos senenses foi, finalmente, adjudicada por este Governo?

Será despeito pelo facto de nenhum dos governos do seu partido, o PSD, não ter dado nunca importância aos anseios da população de Seia? Ou está a pensar vir a conquistar eleitorado cá ao distrito?

Pelo seu silêncio, relativamente à obra, justificar-se-á mais a variante de Gouveia com um perfil de auto-estrada e dispendiosos nós de acesso, para passar um camião de águas engarrafadas de vez em quando ou um carro ligeiro de tempos a tempos?

Saberá o Sr. Deputado que o custo deste dispendioso troço daria para construir dois hospitais idênticos ao que agora mesmo contesta? Porque não questionou, na altura, o Ministério da Obras Públicas do seu Governo por esse atentado económico que delapidou ainda mais as finanças públicas?

“Bora lá” saber os motivos e, sobretudo, a justificação de tão cara construção e responsabilizar os autores da proeza e saber qual é a cor da câmara? Ou o senhor estará a julgar outros pelas façanhas dos seus pares laranja?

Oh Sr. Deputado Cesário!... Para encontrar motivos que justifiquem a urgência da desta construção hospitalar bastaria o elementar exercício de visitar o edifício a que chamam Hospital de Seia. Garanto-lhe caro Deputado, motivos não lhe faltariam que justificassem a conclusão da obra, mas para ontem… E o senhor não tinha necessidade de fazer a triste figura com que acaba de nos presentear, para não lhe dizer outra coisa, por que sou uma pessoa de princípios, o que não consigo vislumbrar em si, com sua mesquinha atitude!...

Um Deputado por um círculo do interior do país que se dá ao trabalho de questionar as poucas obras com as quais esse mesmo interior é raramente contemplado, atrofia-me a mente e não consigo compreender os motivos e os propósitos da sua eleição. Por outro lado, nem imaginará o Sr. Deputado o quanto os eleitores vão apreciar a sua atitude.

E o que me diz relativamente à desautorização da estrutura local do PSD que, no mínimo, deveria ter ouvido antes de cometer o seu despropósito? Pelo que sei, eles também lutaram pelo projecto e, seguramente, não mereciam isto que é, no limite, uma situação desconfortável… Ou então, estaremos perante um atestado de incompetência, passado pelo Sr. Deputado visiense, à incapacidade da estrutura local do seu partido o que é bem pior!

E a estrutura local do PSD? Será que lhe irá faltar a voz perante este desconforto que o Sr. lhe acaba de a colocar, remetendo-se ao silêncio? Passados tantos anos, de vivência democrática, como justificar esta atitude tão leviana, do eleito, perante os eleitores!...

É fundamental que nós os políticos eleitos por tanta gente anónima que em nós confiou para irmos de encontro dos seus mais elementares e legítimos direitos, no sentido de uma real melhoria de vida, entre as quais se salienta o inalienável direito à saúde, não defraudemos quem em nós confiou. Essa a causa mais nobre dos nossos mandatos.

Seguramente, o nosso papel como políticos só se justifica enquanto no mandato para o qual fomos eleitos formos capazes de servir a causa das pessoas que nos elegeram. Caso contrário, nem sequer fará sentido aquilo que julgamos representar.

A sua atitude foi uma afronta insultuosa a todos aqueles, (e têm sido muitos, incluindo os militantes do seu partido) que como eu lutaram pela construção de um hospital com todas as condições para cuidar da saúde destas gentes, já têm tão pouco, com a mesma dignidade com que são tratadas as pessoas das grandes cidades e que continuamos a lutar no dia-a-dia contra um centralismo litoralizado e feroz que se apoderou do nosso país, mas que não tem ser um destino fatídico.

Na política não vale tudo Sr. Deputado, como não fez sentido a indignidade da sua atitude!...

Nós cá continuaremos lutando, tentando não defraudar quem nos elegeu e, sobretudo, quem em nós confiou: Pelo bem de Seia tudo…. E pelo interior do país, sempre!...




Seia, em 6 de Junho de 2006

O Deputado à Assembleia Municipal de Seia



João José Cabral Viveiro



Nota: Publicado no Jornal Porta da Estrela

PORTUGAL DOS PEQUENITOS

A Moralização (Avaliação) da Sociedade Portuguesa

O Ministério da Educação tem razão quando diz que os professores devem ser avaliados.

Os professores devem ser avaliados à semelhança de todos os funcionários: militares, engenheiros, enfermeiros, médicos, juízes, agentes de segurança, administradores de empresas, jornalistas, operários, árbitros etc.

A Sociedade não poderá nunca evoluir de forma sustentada se não conseguir os necessários mecanismos de avaliação dos seus actores, que somos todos nós e de promoção dos seus melhores valores.

Na sociedade portuguesa e, nesta matéria, verificam-se diferentes graus de responsabilidade dos seus actores, nos diversos sectores da vida portuguesa. Por exemplo: a má situação em que se encontra a Economia é, fundamentalmente, devida ao mau desempenho dos seus responsáveis de alto nível e, dificilmente, ao mau desempenho dos operários portugueses que lá fora são fantásticos trabalhadores.

Assim, no plano político, é muito mais importante e urgente pensarmos em processos de avaliação dos gestores das grandes empresas, sobretudo dos gestores públicos nomeados pelo Estado, do que pensarmos na avaliação dos operários, que é um problema que diz mais directamente respeito a sindicatos e patrões.

Para quando a avaliação rigorosa dos gestores públicos das grandes empresas públicas, responsáveis por muitas situações catastróficas da Economia?

Para quando a avaliação e a inerente responsabilização dos responsáveis pelas sistemáticas derrapagens económicas das grandes obras públicas: Centro Cultural de Belém, EXPO98, Casa da Música, Ponte Vasco da Gama e Estradas de Portugal, entre outras? E da antiga TAP? E da actual CP que vários milhões de investimento depois, demoramos ainda mais temo numa viagem Porto/Lisboa?

E das sistemáticas e planeadas fugas ao fisco com a inerente prescrição de todos os prazos estabelecidos, sem pudor e sem decoro?

E as verbas atribuídas à Formação Profissional, em que resultaram? Que retorno? Quantos milhões se gastaram em algo que não parecer ter tido um retorno mínimo do investimento feito?

E as incomensuráveis verbas atribuídas e logo devoradas pelos grandes agricultores portugueses através da sua estrutura CAP? Quantos milhões de subsídios agrícolas para a destruição deste importante e fundamental sector da Economia que praticamente desapareceu do espectro económico português? Onde está o retorno deste monstruoso investimento feito pelo país e, sobretudo, pela Europa? Nos Jeeps e carros de alta cilindrada? No iates fundeados nas marinas?

Passamos agora à indústria e à fórmula viciante da subsídio-dependência em que se tornou a nossa actividade industrial.

Desde os têxteis à indústria do calçado, foi um verdadeiro escândalo de consequências perversas para trabalhadores e operários que são sempre quem mais sofre. A indústria têxtil foi um sorvedouro dos elevados subsídios à modernização que nunca aconteceu, tendo as unidades persistido na inviável continuidade tecnológica do tempo dos avós, (que nunca chegaram a ter dimensão empresarial) que rapidamente se tornou obsoleta e não competitiva, tendo encerrado pouco tempo depois de terem sido fechadas as torneiras dos subsídios. Onde está o retorno deste monstruoso investimento do Estado na recuperação das empresas?

Já na indústria do calçado que foi feito aos grandes investimentos dos subsídios e dos lucros que parecem ter ido direitinhos para a aquisição de Ferraris e de outras potentes máquinas que faziam as delícias dos filhos dos patrões desta actividade económica, para as bandas de Felgueiras, com as consequências que todos sabemos: falências e encerramento das unidade que, por desinvestimento técnico e tecnológico, se tornaram obsoletas, deixando de ser competitivas!...

E a modernização do comércio? Onde estão os resultados deste programa que tinha por objectivo reclassificar o comércio tradicional, visando valorizá-lo relativamente à dinâmica das grandes superfícies? Um autêntico fracasso!...

E tanta coisa haveria ainda a referir…

É urgente esclarecer os portugueses destes “fenómenos” de desonestidade que se foram revelando impunemente ao longo dos anos de aprendizagem da democracia. Como já tivemos já tempo de aprender, é imperioso desmascarar e julgar estes autênticos criminosos; esses sim, os verdadeiros responsáveis pelo descalabro da nossa, já frágil, Economia e, portanto, sem capacidade para aguentar no “casco” estes rombos de autênticos icebergues dos quais apenas nos apercebemos da parte visível.

segunda-feira, junho 05, 2006

PORTUGAL DOS PEQUENITOS



O nacionalismo da jangada de Pedra

na Europa das Regiões



Depois Marques Mendes e algum laranjal bacoco, desesperado com a travessia do deserto, desfraldarem a bandeira do nacionalismo contra o encerramento da maternidade de Elvas e da possibilidade (voluntária) das parturientes daquela região poderem ir a Badajoz ter o seu filho, aguardam-se agora os comentários aos exames de cerca de mil alunos portugueses candidatos ao curso de Medicina que desistiram de tentar entrar nas universidades portuguesas e esperam agora vaga numa das 28 universidades do país vizinho, depois de terem concluído hoje, em Lisboa, provas de acesso às universidades espanholas.

Pela reacção à anterior decisão de encerramento da maternidade de Elvas aguardamos com expectativa pela lição de nacionalismo bacoco do pequeno líder, e seus apaniguados, a estes pequenos traidores que hoje se “curvaram” perante Castela?

Morte aos traidores… Ou será que o agitar da bandeira do nacionalismo é só quando nos convém?

O Sistema Educativo e a Avaliação da Docência
 
I – O (não) incentivo do Satisfaz

Desde a publicação do DL n.º 139-A/90, de 28/04, conhecido por Estatuto da Carreira Docente que a avaliação da função docente passou a ser definida em três componentes essenciais: módulo de tempo de serviço, obtenção de créditos em acções de formação e, finalmente, um documento de auto-avaliação a que se chama relatório crítico.

Resumindo: até agora os professores eram todos avaliados com a menção Satisfaz, podendo assim progredir para o escalão seguinte da carreira docente, auferindo um acréscimo no seu salário que apenas produzia efeitos no primeiro dia do mês seguinte àquele em que perfazia o necessário módulo de tempo de serviço.

Salvo raríssimas excepções, na actual avaliação docente é atribuída sistematicamente a menção de Satisfaz. A perversidade do modelo de avaliação docente é que a menção de Satisfaz tanto é atribuída aos professores, que por um lado contribuem positivamente para uma Escola melhor, penalizando-os: os professores empenhados, diligentes, preocupados, assíduos, pontuais, com excelente relação pedagógica e com verdadeiro espírito de entrega; como, por outro lado, a todos os outros “docentes” que não revelam nada daquilo que atrás referi, premiando-os.

Concluindo: há cada vez menos, (isto é, não há mesmo) incentivos para os professores com o verdadeiro espírito de missão que ainda, neste momento, vão contribuindo para uma Escola melhor. Por esse motivo a Escola vai cada vez mais perdendo essa espécie de professores entusiastas, optimistas, sempre disponíveis e abnegados que até agora têm sido um relevante motor na dinâmica de muitos estabelecimentos de ensino.

Daí que, dado o modelo existente, que em nada contribui para a melhoria da escola e nem incentiva os professores melhores e mais empenhados. Por isso não poderia concordar com a forma como actualmente é feita a avaliação docente na Escola Portuguesa, reconhecendo também a dificuldade em melhorar o sistema pelo que é essencial produzir estudos e reflexões profundas sobre o assunto.

É urgente valorizar quem deve ser valorizado. Posso adiantar desde já que é essencial introduzir, a todos os níveis, uma rigorosa cultura de avaliação não só dos docentes mas dos funcionários, dos alunos, como também das próprias instituições.

De acordo com a proposta do Ministério não me repugna que os pais e encarregados de educação, possam avaliar o trabalho dos docentes que dão aulas aos filhos; mas de uma forma objectiva, sobretudo apoiada no feed-back da relação pedagógica, inerente ao acompanhamento das tarefas escolares do seus educandos e nunca no plano pedagógico ou científico da actividade lectiva. Afinal alguns pais e encarregados de educação sempre o fizeram, não de forma sistemática e organizada, mas de uma forma implícita, junto dos directores de turma dos seu filhos e dos seus educandos, como também no seio da própria família. O importante é que as regras sejam estabelecidas à partida.

A progressão dos professores dependerá assim do mérito do docente, aferido através de vários mecanismos de avaliação do desempenho, da frequência de acções de formação contínua, da avaliação dos órgãos de gestão da escola em que lecciona e da nota de um relatório crítico da actividade desenvolvida que deve apresentar.



II – Agora o outro lado da questão:

É um facto que há bons e maus professores, assim como há bons e maus alunos, bons e maus filhos, bons e maus pais e até bons e maus ministros! Todos gostaríamos de os poder conhecer e de, com verdadeira utilidade prática, saber distinguir os bons e os maus com objectividade e consequência! Mas, daí a conferir, sem regra, a qualquer um, só porque é pai, o direito de aferir do grau de profissionalismo de um professor, do seu zelo, da sua competência técnica e da sua preparação pedagógica, parece-me que será levar longe demais uma democracia, quando se verifica que muitos pais independentemente de se preocuparem que os filhos saibam, interessa-lhes, principalmente é que os filhos passem.

Nesta complicada “Cultura de Comunidade Escolar” da Escola Portuguesa, a avaliação, seja ela dos docentes ou, no futuro, outros elementos da Escola poderá revelar-se uma matéria sensível. Além dos princípios e dos valores em causa é um acto demasiadamente sério que se reveste de algum melindre, pelo que deve ser tratada com pinças.

Julgar é um acto complexo e extremamente difícil, podendo revelar-se até perverso. Ao contrário das consequências, na avaliação dos professores, os julgados, os julgadores nada têm a temer por não haver quaisquer consequências da sua avaliação errada ou de um eventual perverso acto de julgar. Daí correrem-se sempre alguns riscos no avaliar de professores por alguns pais. E não queria aqui dar enfoque ao universo de elevada percentagem de ignorância e de incultura, mas antes, chamar à atenção, sobretudo, de eventuais paixões de uma qualquer cegueira clubista, a qual pode correr o risco de superar largamente a actividade intelectual própria de seres humanos, conferindo ao julgamento daí emergente prerrogativas decisórias de uma carreira profissional, eventualmente correr-se uma demagógica e perigosa desvirtuação do objectivo em causa.

domingo, junho 04, 2006

PORTUGAL DOS PEQUENITOS


O FIEL AMIGO
 

Com tanta prioridade em matérias tão importantes, como a situação da nossa Economia, das Finanças Públicas, da Educação, da Saúde e da Administração Pública, o PSD e o seu pequeno líder Marques Mendes, mais uma vez estão a ser uma verdadeira surpresa! Então não é que em vez de avançar com projectos empreendedores quer fazer aprovar uma lei para implementar o dia do cão?

Será que no maior partido da oposição não haverá já a noção do ridículo? Acrescenta o pequeno líder que o cão merece porque é um bom e fiel amigo!...

Pronto está bem! Já compreendemos que à falta de melhor iniciativa é a dura realidade da oposição que temos.

E durante todos estes anos andámos nós a pensar que o fiel amigo era o bacalhau e, a vida de cão, era a nossa quando comparados aos profissionais da política.



P.S. Pelas mesmas razões não deveríamos esquecer-nos de outros animaizinhos de estimação que também deveriam ser merecedores de honraria idêntica, proposta pelo PSD para o sortudo do cachorro: como o felino gato, o peixinho vermelho, o periquito amarelo, o papagaio maroto, o espertalhão do melro, já para não falar de outros passarões…

A TUDO SE CHEGA!...


(Ou a decadência de um prestigiado jornal que cada vez mais se parece com um tablóide sensacionalista)...


Um jornal semanal de referência – quase de leitura obrigatória – para quem quisesse estar informado, o semanário Expresso perdeu definitivamente o registo de credibilidade que durante anos foi, semanalmente, seu apanágio.

Esta semana a sensacionalista manchete era: “4 milhões isentos de IRS”.

À primeira vista tudo levaria a crer que estávamos perante uma manchete mais de acordo com a linha editorial de um tablóide sensacionalista, agora em versão semanal, um espécie de 24 horas de fim-de-semana, mas não; era mesmo o “respeitável” semanário Expresso…

Agora a explicação. Dizia o jornal: “Na origem desta tendência está a crise económica que, além de criar mais desemprego obriga os empregadores a mais comedimento nos aumentos salariais, muitas vezes inferiores às actualizações dos escalões de IRS.” Não será estranho este raciocínio quando, pelo contrário, estamos a assistir a um aumento das receitas de IRS? E este notável raciocínio continuava: “O total das receitas faz-se, assim, à custa de apenas metade do universo dos contribuintes — os restantes 4 milhões.” De certeza mesmo?

É deprimente o estado em que o Expresso se encontra. Que confusão esta manchete do semanário. O IRS não tributa contribuintes, tributa agregados familiares; ao contrário do que a notícia sugere, o número traduz-se em declarações entregues (por casados, solteiros, divorciados, viúvos…). A manchete é tão mais ridícula que o gráfico que consta do caderno Economia vem confirmá-lo. Basta interpretá-lo de forma elementar.

Mas este órgão de (des)informação vai ainda mais longe, na baralhação informativa, referindo: “O número de contribuintes que paga IRS está em queda. No ano passado, apenas metade das declarações entregues ao fisco acrescentaram dinheiro aos cofres do Estado, o que significa que quatro milhões de contribuintes ficaram isentos de pagamento.” Que falta de rigor jornalístico tão ridículo!

Se esta “notícia” não é uma sensacionalista incompetência jornalística o que será então? …