quinta-feira, junho 22, 2006

PORTUGAL DOS MUITO PEQUENITOS




O mal de inveja do sucesso alheio

ou os "amigos" de Scolari


Já todos sabíamos que era tremenda a dificuldade em gerir um povo sempre insatisfeito com o sucesso de terceiros e que continua a alimentar uma cultura de inveja e maledicência centrada nas frustrações das suas próprias incapacidades, não admitindo nunca o êxito daqueles que pelo seu trabalho esforçado conseguem atingir patamares elevados por mérito próprio.

Vem isto a propósito dos factos que calam todos os argumentos: nunca a selecção nacional de futebol foi tão sólida, teve tão bons resultados e revelou tanto prestígio internacional como desde que Luiz Felipe Scolari assumiu as funções de seleccionador.

Longe vão os tempos das "vitórias morais": com Scolari - que foi campeão do mundo pelo Brasil - Portugal sagrou-se em 2004 vice-campeão da Europa, qualificou-se já no segundo jogo para os oitavos-de-final no Campeonato do Mundo e tem neste momento a mais longa série de jogos sem perder.

Contra todas as evidências, porém, mantém-se entre nós uma brigada de ferozes críticos que apontam baterias a Scolari. Uma brigada composta por "treinadores de bancada" cujos únicos créditos no futebol são os palpites que emitem à mesa do café - com a diferença, neste caso, de a mesa do café se transformar em coluna de jornal ou tempo de antena na televisão. Destacam-se, neste lote, Manuel Serrão, José Guilherme Aguiar e Miguel Sousa Tavares, indefectíveis portistas, que não conseguem vislumbrar sombra de mérito no trabalho de Scolari.

No programa, “O Dia Seguinte” da SIC, Guilherme Aguiar dizia que o seleccionador mais não era do que "uma espécie de Sargento de Ferro, do Clint Eatswood", cuja única especialidade era congregar as suas tropas. "Hitler fez a mesma coisa", acrescentou com desdém o “esclarecido” comentador televisivo conotado com o FC Porto. Desvalorizou o currículo de Scolari, esquecendo que se trata "apenas" do homem que em 2002, foi campeão do mundo com o Brasil.

Se em no Euro-2004 Portugal perdeu duas vezes com a Grécia, também é verdade que ganhámos os restante jogos, mesmo contra a Inglaterra e a Holanda, e fomos (somos) vice-campeões da Europa, ou seja a melhor equipa europeia presente neste mundial. Nunca ninguém nos levou tão longe nesta competição. Nem Toni, nem Queiroz, nem Artur Jorge, nem Oliveira, nem Humberto, nem toda essa legião de "catedráticos" do futebol que por aí anda a rogar pragas ao seleccionador conseguiram alguma vez fazer melhor. Este é um dos mais graves problemas portugueses: a inveja do mérito alheio, mesmo quando esse mérito é tão evidente que salta à vista...

O movimento anti-Scolari, que não integra só portistas, quem mais se distingue são os comentadores do "Trio d'Ataque", da RTP. O benfiquista António-Pedro Vasconcelos, o sportinguista Jorge Gabriel e o portista Rui Moreira, deslocaram-se à Alemanha para comentar o Mundial no canal público. E que concluiram? Duas vitórias consecutivas de Portugal e o acesso antecipado aos oitavos-de-final (antes ainda do jogo contra o México) não lhes bastaram para reconhecer o mérito da selecção e do seleccionador. Esta semana lá desfiaram os habituais argumentos contra Scolari, amontoando críticas à equipa portuguesa. Para não já falar das infelizes declarações desse “insigne” dirigente portista que apita dourado e a quem os analfas azuis prestam incondicional vassalagem, passo a destacar algumas:


Rui Moreira:

- "Neste momento não há rotinas de jogo na Selecção."

- "Há algumas lacunas a nível de banco."


António-Pedro Vasconcelos:

- "O problema mais grave de Portugal é a defesa. Miguel não me dá a mesma segurança que o Paulo Ferreira."

- "Pauleta é a grande vítima da falta de velocidade da Selecção."

- "A Selecção ainda não foi verdadeiramente posta à prova."


Jorge Gabriel:

- "Falta velocidade ao futebol português."

- "Acho preocupante o momento de forma de Cristiano Ronaldo."

- "Se o Cristiano Ronaldo falha aquela grande penalidade não tínhamos mais Cristiano Ronaldo."

Carlos Daniel, que moderava o debate, bem tentava chamá-los à realidade, mas eles continuavam a falar como se Portugal tivesse perdido contra Angola e contra o Irão, em vez de ter ganho.

Quem sabe se um deles ainda chega a seleccionador nacional para mostrar ao curioso Scolari como se conquista um Campeonato do Mundo?

Os eternos detractores de Scolari, como Miguel Sousa Tavares, começam a ficar sem argumentos face aos resultados…

Palavras para quê!... Hoje a selecção portuguesa venceu o México com a equipa B.