terça-feira, junho 30, 2009

(clique na imagem)
R.I.P.
1958-2009


A Vida só existe quando nós existimos com ela, mas há pessoas que, devido à sua dimensão, mesmo depois do seu desaparecimento físico, continuam bem presentes em nós; ainda que nem sempre tivéssemos concordado com alguns dos seus comportamentos em vida, a imortalidade do seu legado é inquestionável!...
Foi um ícone do mundo da pop-music que marcou a o movimento artístico das 3 últimas décadas no mundo do espectáculo e da arte musical. Partiu do mundo dos vivos, mas ficará para sempre a sua obra
Esta é a uma pequena homenagem a todas as figuras incontornáveis que da Lei da morte se libertam na pessoa do desditoso Michael Jackson.
Antes a Vida vivida em plenitude no amor e solidariedade ao próximo que a constante reflexão sobre o desconhecido que nos aguarda na desdita...


domingo, junho 28, 2009


O Mito e a memória curta

A velha Senhora apresenta-se com uma imagem austera, competente e séria.

Deve pensar que ninguém se lembra do "caso António Preto".

Deve pensar que ninguém se lembra do desastre que foi como Ministra das Finanças de Fujão Barroso, do défice a caminho dos 6% e aumento do desemprego.

Deve pensar que ninguém se lembra do desastre que foi como Ministra das Educação de Cavaco Silva, o tal que foi Primeiro-ministro durante dez anos, e que agora se espanta com a juventude que nasceu sob o seu consulado...

Será Manuela Ferreira Leite o homem certo para o PSD?





Vai ser um "Rompe e Rasga" Geriátrico



O jornal Expresso informava que se a velha senhora chegar ao Governo pretende «rasgar e romper com todas as soluções que têm estado a ser adoptadas em termos de política económica e social».

Se tivermos o azar da velhice esclerosada chegar ao Poder apenas com propostas travão e continuar a não ser capaz de fazer uma única proposta que tenha interesse para o desenvolvimento do país, com excepção das habituais intrigas anti-Sócrates, estamos feitos!... Desgraçado país, este, entregue a esta gente vazia de propostas e sem um mero projecto de desenvolvimento… Depois dizem que não querem prometer nada, pois nada têm nada para oferecer…

Vamos, seguramente, assistir a uma nova ofensiva do neo-leberalismo selvagem ou seja, os grandes culpados pela crise que vivemos, ao nível global, vão atacar despudoradamente uma vez mais, mas agora através da própria esfera governamental.

Vamos então assistir ao "rompe e rasga":

- no Complemento Solidário para Idosos;

- nas escolas do 1.º ciclo do básico a funcionarem a tempo inteiro, até às 17:30, com inglês e refeições escolares;

- no abono pré-natal;

- na majoração do abono de família;

- no apoio público à procriação medicamente assistida para casais com problemas de fertilidade;

- no programa PARES, que tem financiado a criação de centenas de novos equipamentos sociais, nomeadamente assegurando um investimento sem precedentes na expansão do pré-escolar;

- no cheque-dentista para grávidas e crianças e jovens;

- nas unidades de cuidados continuados integrados para idosos acamados e outros doentes prolongados;

- no programa de cirurgia oftalmológica, que permitiu no último ano operar — no sistema nacional de saúde — milhares de pessoas que há anos esperavam por uma simples operação às cataratas;

- no aumento da acção social escolar e o alargamento dos respectivos beneficiários;
- nos programas e-escolas e e-escolinhas;

- na reforma da segurança social, que assegurou a sua sustentabilidade e retirou Portugal do grupo de países de alto risco;

- no investimento nas energias renováveis, que tornou Portugal um caso de sucesso e um exemplo elogiado a nível internacional;

- na redução do IRC para empresas do interior e a criação de dois escalões (em que os primeiros 12.500 euros de matéria colectável são taxados a metade);

- no incentivo fiscal à actividade empresarial de I&D.

Manuela Ferreira Leite promete reduzir o peso do Estado e centrar a acção do Governo na Justiça e na Educação. Está mesmo a advinhar-se que pretende deixar tudo à iniciativa privada. É o regresso do neo liberalismo no seu melhor...

Na melhor das hipótese, se for governo, a velha senhora vai ter uma fase brilhante, mas de desgovernação...



As Grandes obras públicas


Sem grandes obras públicas não há emprego e sem emprego não há crescimento, então em que é que ficamos? Como é que o PSD, se for governo, pretende promover o desenvolvimento no país?

De encontro a este princípio não resisti a colocar aqui um artigo notável de meu amigo Daniel Amaral com o qual concordo e subscrevo:

"A Dança do TGV"
    A análise custo-benefício de um grande projecto pressupõe o domínio de vários conceitos: o investimento implícito, as receitas esperadas, o horizonte temporal, a taxa de desconto, etc.

    Desconheço as entidades que o analisaram o TGV - Lisboa-Porto, Porto-Vigo e Lisboa-Madrid. Mas não tenho razões para duvidar da competência e da honorabilidade dos seus autores. Vou admitir que a análise foi bem feita.

    Estudos recentes apontam para que o TGV custe € 7,5 mil milhões, dos quais apenas 36% serão suportados pelo Estado. E o impacto económico-financeiro, num horizonte de 30 anos, será de €126 mil milhões de PIB, de €64 mil milhões de receita fiscal e de 56 mil novos empregos permanentes.

    A que se juntam aqueles benefícios mais dificilmente mensuráveis ligados ao ambiente, à mobilidade e ao desenvolvimento regional. É pouco? É o que é.

    Ao longo de uma década, o TGV passou por todos os crivos: foi estudado ao milímetro, foi aprovado pelo PSD/CDS, esteve em duas Cimeiras com a Espanha, foi confirmado pelo PS, é prioritário em Bruxelas e pode ser financiado pelo BEI. Mais: foi "vendido" ao país como exemplo modelo de uma Parceria Público-Privada em regime de concessão. Quando agora nos dizem que é preciso parar para pensar - querem dizer o quê?

    Um projecto como o TGV é composto por duas fases: a fase de financiamento e de construção; e a fase de exploração e de reembolso. Os custos são suportados pelos utilizadores. A esta luz, o modelo é análogo ao das auto-estradas com portagem. Gritar aos quatro ventos que há uma sobrecarga para as gerações futuras é o mesmo que ir tomar banho ao mar e concluir que a água é salgada. Como é que queriam que fosse?

    Dito isto, é preciso acrescentar que, sendo o dinheiro um bem escasso, escolher um investimento é preterir investimentos alternativos. E não me custa admitir que possa haver outros melhores. Pois bem, onde estão as alternativas ao TGV? Quem as estudou? Não sei de qualquer resposta a estas perguntas. Mas sei de muita gente a reclamar estudos. É uma obsessão doentia: estudos e mais estudos, sempre os estudos...

    A dança do TGV é a imagem de Portugal ao espelho. Perdemos tanto tempo a fazer estudos que ficamos sem tempo para os materializar.

segunda-feira, junho 22, 2009

Adiamento dos grandes projectos Estruturais
(os eternos velhos do Restelo)


Não existiu nenhum grande projecto nacional que não tivesse gerado excessiva e cansativa polémica.Quem está de fora tem claramente a noção que não existe seriedade nos principais actores. Neste caso os partidos mudam de opinião com a maior das facilidades. Recordo-me de várias obras públicas que depois se provou que foram boas apostas. Mas existem variadíssimos exemplos; a começar pelos velhos do Restelo das Descobertas, a entrada na CEE entre tantas outras…Quem é contra a alta velocidade não conhece, nunca andou, não percebe como este transporte, rápido e não poluente transformou países como a França, Espanha, Alemanha, o Japão, entre muitos outros. Ainda não se entendeu que somos um país periférico e estamos isolados da Europa e isso é cada vez pior para a Economia global, mas sobretudo para o Ambiente, (pois as alternativas são as mais poluidoras: avião e o automóvel)... Este projecto pecará já por tardio, em vez de tanta autoestrada feita já deviam existir as linhas Lisboa/Madrid e Porto/Vigo e assim estaríamos ligados ao resto da Europa e o investimento estrangeiro em Portugal e a expansão das nossas empresas seria bem mais facilitada... Mas não, estamos sempre a adiar o futuro com medo dele... Espanha tem as principais cidades inter-ligadas pela, (AVE) alta velocidade. Adiar o início da ligação Lisboa – Madrid será uma "saloiada", de todo o tamanho, sem visão nem missão.
Além de ser um evidente sinal de fraqueza, não concordo com o adiamento deste projecto de alta velocidade pelo actual Governo de Portugal, que tem mandato legítimo até ao fim da legislatura, sobretudo no que concerne a um projecto que foi firmado e protocolado por governos anteriores com pompa e circunstância, em cimeira Ibérica, realizada na Figueira da Foz, e, imagine-se, que apontava o ano de 2009 como data de conclusão da linha Lisboa – Badajoz.
Continuamos a estar cheios de velhos do Restelo mal intencionados e pouco sérios e o pior de tudo é que continuamos a ter medo da vozearia que eles emitem…


Dos fracos não reza a História


Não só é saloia, esta discussão sobre o TGV, mas também é absolutamente oportunista. Não só a nossa condição periférica, como quem viaja regularmente não tem dúvidas de que esta obra tem de se fazer e, rapidamente. É importante para o país e para o espaço comum da União Europeia que nos pagou a maior parte das nossas grandes obras nas últimas décadas e nos financiará mais esta.
Portugal precisa de uma ou duas ligações de alta velocidade, (transporte do futuro) uma a partir de Lisboa e outra do Porto (via Vigo) para a Europa e eu acredito que até o PSD as fará, se (algum dia) for governo. Este projecto de alta velocidade só não se fará se, a sociedade portuguesa se deixar levar por uma conduta provinciana oportunista, na baixa política e da perspectiva económica irremediável do mais miserabilista que há.
Como é bom admirarmos hoje alguns belos exemplos do nosso património construído, (ainda que reduzido) construído com orgulho e, porque não dizê-lo, com alguma vaidade e emoção. Ainda bem que Portugal teve em determinadas épocas, HOMENS com eles no sítio, que tiveram a coragem de se libertar da mediocridade e do nosso inevitável provincianismo. São estes HOMENS que da lei da morte se libertaram. Sem eles nada haveria que marcasse a Cultura Lusitana e seríamos aquilo que muitos políticos oportunistas medíocres provincianos, (sem honra nem glória), pretendem: continuar a fazer do povo português um povo atrasado, néscio, ignorante que nada tem a ver com a modernidade. Isso já foi, agora, ainda não se aperceberam que estão a perder o seu tempo porque estes pacóvios espertalhotes estão agora precisamente desse lado. O povo português entrou definitivamente na Modernidade e já olha para o Futuro com expectativa.
Definitivamente dos fracos não reza a História.

A (fraca) autoridade dos “videntes do centrão”


Cerca de trinta economistas do quadrante ideológico do “Centrão” (PS/PSD) subscreveram um apelo a José Sócrates para reavaliar os investimentos públicos nos projectos do TGV, novas auto-estradas e futuro aeroporto de Lisboa.
Como é possível que alguns ex-ministros se reúnam e apresentem ao país um manifesto de como a economia deve ser governada e não tenham feito, primeiro, uma séria introspecção e reflictam sobre as respectivas passagens pelos governos de que fizeram parte e dos conselhos de administração em que têm assento, ou do casino em que transformaram a Economia Mundial e para o qual, ainda que à nossa reduzida escala, contribuíram?
Será que ainda não se aperceberam que o paradigma económico que está a levar-nos ao caos económico/financeiro está completamente falido?
Quanto à sua amnésica passagem pela área da governação estamos falados.
Aposto que ninguém deste país os recordará por factos indeléveis eficácia económica, de assumido empenho, ou de comprovada competência governativa!
Uma lástima!...

A moção de censura ou
a fábula da “galinha estouvada” e do “galito garnizé”


A moção Portas/Nuno Melo foi patética, fora do tempo e inconsequente em que o único objectivo que ser vislumbrava era palco, “passerelle”.
O CDS, último partido a meter deputados no Parlamento Europeu, colocou-se em bicos de pés de tal maneira que, à semelhança do que é habitual com o PCP, até parecia que tinha ganho as eleições europeias.
Alguém de bom senso entenderá que a três ou quatro meses de eleições legislativas apresentar uma moção de censura a um governo que tem maioria absoluta? Não. É uma tonteria que não faz qualquer sentido. É sim, mais um truque trapalhão da “galinha estouvada” e do “galito garnizé” para, na sequência da dinâmica da última campanha eleitoral, continuarem a ter palco e deste modo prolongarem o seu deslumbramento, tal qual uma fábula de capoeira.
Claro que a moção de censura foi chumbada, como se esperava, e o pior é que o PSD, um partido que deveria ser minimamente responsável, uma vez que se deveria apresentar como um partido credível de alternância de poder, foi, uma vez mais, a reboque da estratégia dos referidos "galinácios".
Enfim, uma autêntica fábula de La Fontaine numa capoeira comum, mas sem um galo verdadeiramente credível...

quinta-feira, junho 11, 2009

O 10 de Junho e a ingratidão

(A homenagem ao último herói português do século XX)

Cavaco Silva, Presidente da República Portuguesa, homenageava ontem, 10 de Junho, Dia de Portugal e de Camões, em Santarém, o último dos heróis nacionais, o inesquecível e incontornável Capitão Salgueiro Maia numa tentativa de corrigir aquilo que várias personalidades da política e da sociedade consideram um irreparável erro histórico. E digo isto porque sem a sua heróica intervenção Cavaco nunca teria sido Primeiro Ministro e muito menos Presidente da República.
Este homem que "nunca se enganava e raramente tinha dúvidas", tenta agora emendar a mão, não deixando de aproveitar a oportunidade das celebrações, para tarde demais o homenagear. Esta atitude hipócrita não repara tamanho erro e muito menos repara a ingratidão. Com isto, recordo a todos que Cavaco Silva Primeiro Ministro, recusava há cerca de 20 anos uma pensão vitalícia ao capitão de Abril, «por serviços excepcionais e relevantes», a um dos nossos maiores do século XX, pois foi também há 20 anos que o, então chefe do governo, Cavaco Silva, não teve pejo em conceder a pensão, (que recusara a Salgueiro Maia) a dois vermes execráveis, ex-inspectores da extinta PIDE/DGS.
Como é tradicional entre os nossos maiores, o herói Salgueiro Maia acabou os dias rodeado dos seus verdadeiros amigos e familiares, completamente ignorado por aqueles que nesta democracia tudo ficaram a dever ao jovem militar que, em Abril de 1974, destemidamente, e animado pela sua convicção inabalável, marchou para Lisboa em nome dos ideais da Democracia, varrendo, os restos mortais do decrépito Estado Novo com firmeza e determinação, mas também com a maior dignidade e humanismo para
com os vencidos, facto que, ainda hoje, tanto me orgulha e emociona.




Afinal o homem revelou-se completamente rasteirinho


O Presidente da República tem razão nos reparos que faz e estou completamente de acordo com o veto presidencial. Aliás nem se esperava outra coisa!...

Segundo o PUBLICO.PT, Paulo Rangel, a jovem vedeta-laranjeta, comportando-se como um troca-tintas, referiu: "O PSD está disponível para alterar os aspectos da lei do financiamento dos partidos contestados pelo Presidente da República até porque esteve contra eles".

Pensará o jovem político, armado em estrela, que somos todos estúpidos? Assim sendo, cabe perguntar: então, como é? Esteve contra tais aspectos e votou favoravelmente a lei em questão? Que se saiba apenas o António José Seguro votou contra!

Depois desta e de outras afirmações de igual teor, quererá ele que o levem a sério nessa política de verdade?

O novo "herói" do PSD parece estar a delapidar rapidamente o escasso capital eleitoral acumulado nas últimas eleições com um discurso tão rasteirinho mais que mais parece um charlatão, revelando também uma enorme falta de carácter. É provável que a jovem estrela da constelação laranjeta, perca o brilho rapidamente e passe a estrela cadente sem brilho nem fulgor.

Temos pena, mas não vai lá nem com maizena!...


segunda-feira, junho 08, 2009

"Prendam" o Ministério Público!...


O Ministério Público é impessoal e tem as costas largas. Apesar disso, o MP, não é mais que o reflexo do trabalho realizado pelo conjunto dos procuradores que o constituem.
Todos nos recordamos do papel ridículo a que o MP nos últimos anos nos tem habituado, deixando escapar à Justiça alguns criminosos que se safam por falta de provas, outras vezs esquecendo a ética, a deontologia e o segredo de justiça e, até, imagine-se, fazendo queixinhas. O espectáculo a que temos assistido é o reflexo do mau trabalho que alguns dos seus actores revelam através de um deficiente e leviano desempenho, ou até através de um cultura de irresponsabilidade de outros, mas é, sobretudo, da falta de ética de muitos outros que, inevitavelmente, transparece para a sociedade; algo a que já nos vão habituando e que jamais deveria acontecer, tantos são os casos que, lamentavelmente, se vêm verificando. Apesar disso, quero acreditar que neste órgão ainda há gente de boa índole, de recta intenção e com sentido de Estado.
Ora desta vez uma Sra. Procuradora que "investigava" a atribuição indevida de casas na autarquia lisboeta, diz ter analisado a gestão de Jorge Sampaio e João Soares deixando no ar a suspeita de crimes de abuso de poder.
Cá está mais um caso flagrante de incompetência, leviandade e falta de ética porque nada, numa investigação séria e competente, implicava o Dr. Jorge Sampaio, pessoa honesta e impoluta, mas que, politicamente, dava jeito implicar.
Mas ainda que fosse verdade, o acontecimento teria há muito prescrito e, por conseguinte, sem qualquer consequência do ponto de vista judicial. Com requintes de malvadez o anátema estava lançado e, politicamente, era muito oportuno implicar alguém, acima de qualquer suspeita, na atribuição indevida de casas naquela autarquia, e logo na gestão de Jorge Sampaio e João Soares, deixava no ar a suspeita de crimes de abuso de poder, “aliviando e lixiviando” aqueles que realmente estão implicados na trapaça e que, de mansinho, se aprontam, novamente, a tomar a autarquia mais apetecível do país!...
Além de grave, a acusação foi tão grosseira e alarve que obrigou o, discreto, Dr. Jorge Sampaio vir a terreiro a acusar o Ministério Público de deslealdade na referida investigação.
Com a "lata" que o caracteriza, o tal impessoal Ministério Público veio então emendar a mão e esclarecer o óbvio, ou seja, que a equipa que investigou a entrega de casas pela Câmara de Lisboa a famílias carenciadas atribuiu de forma errada aos mandatos do Dr. Jorge Sampaio e João Soares quando os casos em apreço se reportavam ao executivo liderado por Kruz Abecassis. Notável leviandade ou talvez coisa bem pior... E depois o que aconteceu? Nada! Como sempre o habitual silêncio perante os actores que se portam mal, ou seja: os irresponsáveis, os incompetentes, os trapaçeiros, os desleais, os sem ética, além de tantos outros que passam despercebidos.
Palavras para quê? É o MP que temos e que nos envergonha a todos, mas apesar disso acredito que ainda por lá haja muita gente boa e competente.



Uma vitória de Pirro

(Mais do que exaltar a vitória do PSD é de lamentar a derrota do PS)


O grande vencedor das eleições europeias de hoje foi a abstenção.

No entanto não será descabido dar os parabéns ao Paulo Rangel, que como uma formiguinha diligente e persistente conseguiu per si um resultado que, seguramente, duvido que a sua líder pudesse, alguma vez, alcançar.

Aconteceu o que se previa ou seja, a crónica de uma derrota anunciada. O Partido Socialista foi altamente penalizado pelo eleitorado perdendo mais de 10 por cento em relação ao resultado das europeias anteriores. Foi um sinal importante do eleitorado que não deve ser subestimado pelo partido do governo.

Já o Bloco de Esquerda cresce de forma notável, diria mesmo espectacular, ultrapassando assim o resultado conseguido há cinco anos, com um eurodeputado eleito. Agora atingiu os dois dígitos e neste contexto subiu de um para três deputados, triplicando assim a sua representação quando o próprio número de lugares diminuiu para Portugal.

A vitória do PSD é indiscutível, pois os números não enganam, contudo é uma vitória de Pirro, pois se a sua próxima vitória for como esta estará tudo perdido. Um resultado de 31 por cento indicia já que a derrota e o pior de tudo é uma derrota para o próprio país.

Contrariamente ao que a presidente social-democrata afirma: “que os resultados obtidos nas eleições europeias provam que o PSD recuperou o nítido estatuto de verdadeira e única alternativa ao PS”. Não, não é, seguramente, com 31 por cento que algum dia, esta senhora conseguirá governar; excepto se o partido do poder continuar a subestimar os sinais do eleitorado e não aprenda através da pedagogia do erro.

Nesse sentido o primeiro passo já foi dado, uma vez que na sua intervenção sobre a noite eleitoral o secretário-geral do PS considerou os resultados decepcionantes, e aquém das (suas) expectativas, assumindo também a responsabilidade politica pelos resultados alcançados e isso já é um bom sinal…




sábado, junho 06, 2009


Especialistas reunidos em Espanha

A indisciplina nas escolas

(vista pelo filósofo Fernando Savater)


Aumento da violência nas escolas reflecte crise de autoridade familiar

Especialistas em educação reunidos na cidade espanhola de Valência defendem que o aumento da violência escolar deve-se, em parte, a uma crise de autoridade familiar, pelo facto de os pais renunciarem a impor disciplina aos filhos, remetendo essa responsabilidade para os professores.
Os participantes no encontro 'Família e Escola: um espaço de convivência', dedicado a analisar a importância da família como agente educativo, consideram que é necessário evitar que todo o peso da autoridade sobre os menores recaia nas escolas.

'As crianças não encontram em casa a figura de autoridade', que é um elemento fundamental para o seu crescimento, disse o filósofo Fernando Savater.

'As famílias não são o que eram antes e hoje o único meio com que muitas crianças contactam é a televisão, que está sempre em casa', sublinhou.

Para Savater, os pais continuam 'a não querer assumir qualquer autoridade', preferindo que o pouco tempo que passam com os filhos 'seja alegre' e sem conflitos e empurrando o papel de disciplinador quase exclusivamente para os professores.

No entanto, e quando os professores tentam exercer esse papel disciplinador, 'são os próprios pais e mães que não exerceram essa autoridade sobre os filhos que tentam exercê-la sobre os professores, confrontando-os', acusa..

'O abandono da sua responsabilidade retira aos pais a possibilidade de protestar e exigir depois. Quem não começa por tentar defender a harmonia no seu ambiente, não tem razão para depois se ir queixar', sublinha.

Há professores que são 'vítimas nas mãos dos alunos'.

Savater acusa igualmente as famílias de pensarem que 'ao pagar uma escola' deixa de ser necessário impor responsabilidade, alertando para a situação de muitos professores que estão 'psicologicamente esgotados' e que se transformam 'em autênticas vítimas nas mãos dos alunos'.

A liberdade, afirma, 'exige uma componente de disciplina' que obriga a que os docentes não estejam desamparados e sem apoio, nomeadamente das famílias e da sociedade.

'A boa educação é cara, mas a má educação é muito mais cara', afirma, recomendando aos pais que transmitam aos seus filhos a importância da escola e a importância que é receber uma educação, 'uma oportunidade e um privilégio'.

'Em algum momento das suas vidas, as crianças vão confrontar-se com a disciplina', frisa Fernando Savater.

Em conversa com jornalistas, o filósofo explicou que é essencial perceber que as crianças não são hoje mais violentas ou mais indisciplinadas do que antes; o problema é que 'têm menos respeito pela autoridade dos mais velhos'.

'Deixaram de ver os adultos como fontes de experiência e de ensinamento para os passarem a ver como uma fonte de incómodo. Isso leva-os à rebeldia', afirmou.

Daí que, mais do que reformas dos códigos legislativos ou das normas em vigor, é essencial envolver toda a sociedade, admitindo Savater que 'mais vale dar uma palmada, no momento certo' do que permitir as situações que depois se criam.

Como alternativa à palmada, o filósofo recomenda a supressão de privilégios e o alargamento dos deveres.



sexta-feira, junho 05, 2009

Todos os dias são dias do Ambiente

5 de Junho, Dia Mundial do Ambiente

clique na imagem e veja o fabuloso documentário:
Home - o Mundo é a Nossa Casa

HOME, filme da autoria do realizador francês Yann Arthus-Bertrand, é constituído por paisagens aéreas do mundo inteiro e pretende sensibilizar a opinião pública mundial sobre a necessidade de alter...

5 de Junho, Dia Mundial do Ambiente


(clica na imagem)


E, no entanto, o Homem continua idiota!


terça-feira, junho 02, 2009

Prós e Contras


A caixa de Pandora



Podendo, por vezes, não concordar com alguma truculência aprecio a frontalidade de Marinho Pinto, por isso sigo com alguma atenção o seu mandato como bastonário e a contestação dos seus colegas bem instalados na profissão, sobretudo, os bem instalados na vida.

Contrariamente à ideia de contestação que se formulava antecipadamente, de que iria ser massacrado sem piedade, Marinho Pinto foi, claramente, o vencedor da noite.

Apenas Rogério Alves esteve à altura do debate; pois ao algarvio Cabrita sobejou em agressividade o que lhe faltou em clarividência. Já Carlos Pinto Abreu foi um flop, talvez a maior desilusão do debate. Não há dúvida que há pessoas que quando são postas à prova em ambientes que não controlam exibem aquilo que valem, (0)Zero.

De tal maneira que a argumentação dos contestatários parecia cingida à defesa encarniçada de privilégios que ofendem o cidadão comum. Ao que se juntam as tristes vaias da plateia, por exemplo, a propósito dessa aberração que é o direito de preferência, ou lá como a querem chamar…

Conclusão: há coisas que a opinião pública vê a léguas. Os senhores advogados, não cuidaram e abriram a caixa de Pandora.