segunda-feira, junho 08, 2009



Uma vitória de Pirro

(Mais do que exaltar a vitória do PSD é de lamentar a derrota do PS)


O grande vencedor das eleições europeias de hoje foi a abstenção.

No entanto não será descabido dar os parabéns ao Paulo Rangel, que como uma formiguinha diligente e persistente conseguiu per si um resultado que, seguramente, duvido que a sua líder pudesse, alguma vez, alcançar.

Aconteceu o que se previa ou seja, a crónica de uma derrota anunciada. O Partido Socialista foi altamente penalizado pelo eleitorado perdendo mais de 10 por cento em relação ao resultado das europeias anteriores. Foi um sinal importante do eleitorado que não deve ser subestimado pelo partido do governo.

Já o Bloco de Esquerda cresce de forma notável, diria mesmo espectacular, ultrapassando assim o resultado conseguido há cinco anos, com um eurodeputado eleito. Agora atingiu os dois dígitos e neste contexto subiu de um para três deputados, triplicando assim a sua representação quando o próprio número de lugares diminuiu para Portugal.

A vitória do PSD é indiscutível, pois os números não enganam, contudo é uma vitória de Pirro, pois se a sua próxima vitória for como esta estará tudo perdido. Um resultado de 31 por cento indicia já que a derrota e o pior de tudo é uma derrota para o próprio país.

Contrariamente ao que a presidente social-democrata afirma: “que os resultados obtidos nas eleições europeias provam que o PSD recuperou o nítido estatuto de verdadeira e única alternativa ao PS”. Não, não é, seguramente, com 31 por cento que algum dia, esta senhora conseguirá governar; excepto se o partido do poder continuar a subestimar os sinais do eleitorado e não aprenda através da pedagogia do erro.

Nesse sentido o primeiro passo já foi dado, uma vez que na sua intervenção sobre a noite eleitoral o secretário-geral do PS considerou os resultados decepcionantes, e aquém das (suas) expectativas, assumindo também a responsabilidade politica pelos resultados alcançados e isso já é um bom sinal…