sábado, dezembro 30, 2006

O homem foi rapidamente enforcado!... Será que o mundo ficou melhor?

Como determinava a sentença proferida no passado 5 de Novembro, Saddam Hussein foi executado por enforcamento esta madrugada, cerca das 06h00 locais (03h00, em Lisboa). Como entender esta execução proveniente de um tribunal Xiita onde prevaleceu a vontade tribal de (justiça) e a imposição bélico-política de Mr. Bush?

O déspota será recordado como um ditador e assassino pelos Xiitas, seus adversários, mas também mártir para os Sunitas, seus seguidores...

A barbárie ataca de novo!... Na pena de morte há o risco de que ela alimente o espírito de vingança e provoque mais violência ainda... A quem serve a pena capital? A quem serviu afinal este enforcamento? Será que a paz ficou mais perto? Quantas sentenças de morte irá ainda assinar diária e impunemente o Mr. Bush?

Quantos militares americanos ainda terão que morrer, quantos civis iranianos terão ainda que perecer, para saciar a sede de petróleo do Sr. Bush e dos seus (já poucos) apoiantes?

A morte do culpado não é a forma de restabelecer a justiça nem de reconciliar a sociedade.

É certo que Saddam era um déspota, um canalha tal como Pinochet o foi… como ainda o são muito outros ditadores que ainda por aí pairam, musculadamente impostos, neste planeta muito mal frequentado...

Liberalização dos Combustíveis em Portugal, ou
quem trava agora a sua cartelização?

Porque é que em Portugal, os preços dos combustíveis não acompanham a tendência de descida de desvalorização do petróleo e descem menos em relação aos preços praticados nos outros países?

Todos nós já nos tínhamos apercebido que nas situações de subida do crude os aumentos são quase imediatos nas gasolineiras e quando acontecem as descidas destas matérias-primas além não se reflectirem nas gasolineiras com a mesma celeridade que as subidas, verifica-se que a incidência de descida é muito inferior ao que se passa em outros países da U.E. Calcula-se que em Portugal baixam menos de metade, sendo que além deste factor deveria juntar-se a constante desvalorização do dólar…

Finalmente a Autoridade da Concorrência deu-se conta disso e considera que o desfasamento entre a evolução dos preços internacionais dos combustíveis e o seguimento no mercado nacional não justificava a lentidão com que os preços caíram no mercado português no terceiro trimestre, referindo ainda que a diferença no tempo de ajustamento dos preços não é justificação.

Com tamanha concertação de preços, (estão todos tão iguais em todas as gasolineiras que até chateia) temos todos a nítida sensação que além de “roubo” está a funcionar um descarado cartel entre as grandes distribuidoras de combustível… Urge assim que a Alta Autoridade avalie a cartelização como também os preços dos combustíveis, que estão mais elevados em Portugal que nos restantes países, numa altura em que a alta do euro beneficia os países importadores de crude e seus derivados.

Um país que trata assim as suas crianças, (e já são tão poucas) não se lhe pode augurar grande futuro!...


Mais do que esta revolta, pela animalesca brutalidade do acto, é o sentimento de vergonha que todos deveríamos sentir com notícias desta natureza, num país da U.E. dito civilizado, em pleno século XXI.

Já referenciada pela Comissão de Protecção de Menores de Viseu desde finais de 2005, por negligência familiar, mas sem indícios de maus tratos, a menina, (agora a viver no concelho de Monção) teria sido espancada duas horas antes de morrer, alegadamente agredida com murros e pontapés. A autópsia viria a revelar que a menina apresentava lesões traumáticas significativas «a diversos níveis», incluindo na cabeça, o que originou a sua morte.

Há cerca de 15 dias, a Educadora da, (infeliz) pequena Sara denunciava a situação de negligência e maus tratos à Comissão de Protecção de Menores de Monção. Segundo a Educadora, a Sara era "uma menina triste com um comportamento estranho" que "pedia sempre pão quando chegava à escola". Para além disso, revelou a mesma responsável, apresentava "constantes hematomas" no corpo. Acabou por morrer um dia antes da visita prevista pela comissão.

Salienta-se o esforço, (ainda insuficiente) que tem sido feito nestes últimos anos nesta matéria de protecção de crianças. Pede-se agilidade, rapidez e eficácia na actuação das Comissões de Protecção de Crianças e Jovens (CPCJ), mas também é muito importante reflectir-se sobre os meios e as condições de trabalho com que se depara a grande maioria das CPCJ deste país que continuam dependentes de muito voluntarismo dos seus membros.

É preciso muito mais e, acima de tudo, que factos brutais como este não resvalem na nossa indiferença.

Tribunal Constitucional

dá luz verde à lei das Finanças Locais


Os juízes do Tribunal Constitucional (TC) declararam esta sexta-feira, por maioria, a constitucionalidade da nova lei das Finanças Locais, cuja fiscalização tinha sido pedida pelo Presidente da República, Cavaco Silva.

O acórdão foi aprovado por maioria (10 juízes votaram a favor e três contra) e após a sua publicação em Diário da República, o que deverá acontecer n a próxima semana, Cavaco Silva tem 20 dias para promulgar ou vetar a lei.

A ANMP afirma continuar contra a lei por considerar que o diploma «cria limitações à autonomia do Poder Local e prejudica gravemente a coesão territorial e nacional». No entanto, a “chico-espertice” do “desbocado madeirense” já está a funcionar…

Alberto João Jardim, imparável, encontrou a fórmula de fazer dinheiro, rapidamente, sem precisar de autorizações do Governo Central. Através de quatro sociedades de desenvolvimento criadas pelo próprio Executivo Regional, com dinheiros públicos, Jardim já pediu 500 milhões de euros à Banca. A notícia foi avançada, pelo jornal «Diário de Notícias».

A operação não precisou da autorização do Governo, mas acaba por agravar mais ainda a dívida da Madeira.

Não é a primeira vez que “o verdadeiro artista” se socorre desta manobra de engenharia financeira para fazer face às limitações impostas pelo Governo Central. As quatro sociedades atrás referidas foram criadas para contornar o endividamento zero imposto pela antiga ministra Manuela Ferreira Leite.

Ninguém pára o homem…

sexta-feira, dezembro 29, 2006

Aos poucos os Bancos vão lá....

Uma boa medida do Governo para os consumidores!..


O Governo aprovou em Conselho de Ministros um decreto-lei que limita a 0,5% a comissão cobrada pelos bancos nas transferências de empréstimos, bem como amortização parcial ou total, dos contratos de crédito à habitação celebrados no regime de taxa variável. O Governo legislou também no cálculo da TAE.

Para além disso "proíbe o débito de qualquer encargo ou despesa adicional pela realização das operações de amortização parcial ou total do contrato de crédito ou de transferência de crédito para outra instituição".

Até agora, uma família ou pessoa que tivesse um contrato e o quisesse transferir para outro banco diferente, evitava-o por lhe cobrarem taxas muito altas, (que variavam entre 2,5% e 5% sobre o montante em dívida) apesar de ter melhores condições noutro banco, pois teriam de ponderar entre a taxa que paga e as novas condições oferecidas, para que transferissem o crédito para outro banco.

quinta-feira, dezembro 28, 2006

O mercado único não pode ser obstáculo

ao progresso social dos cidadãos da U.E.

Só a especulação justificará este aumento dos juros

Desde Dezembro de 2005 que o Banco Central Europeu, (BCE) já aumentou o preço do dinheiro por seis vezes… A taxa de juro de mercado Euribor a 12 meses ultrapassou já os 4 por cento, ou seja, o valor mais elevado desde Maio de 2002.

Desde meados de 2005 que o preço do dinheiro não pára de aumentar, antecipando, (especulando) subidas de taxas por parte do BCE e acomodando as expectativas de aceleração económica e de pressões inflacionistas na Zona Euro.

O Presidente do BCE, Sr. Jean-Claude Trichet, disse que o custo do dinheiro ainda está a um nível “baixo”. Razão pela qual os analistas prevêem mais uma subida, (talvez para quatro por cento) no primeiro trimestre do próximo ano o que, a verificar-se, poderá revelar-se uma verdadeira desgraça para a nossa já tão débil Economia dificultando a nossa recuperação económica e colocando em causa a redução do deficit, aumentando os encargos com a dívida pública e, desgraçadamente, arrasando o já depauperado orçamento das famílias.

Nesta era de Economia Global (sem regras) e pós-petróleo impõe-se o repensar de uma nova ordem social para a União Europeia…

A Economia Europeia não tem que estar sujeita à especulação capitalista mais selvagem, nem aos bons humores do Sr. (BCE) Trichet…

segunda-feira, dezembro 25, 2006

AINDA MAIS PREOCUPANTE…

12 Mortos em mais de 951 acidentes

(só nos dois primeiros dias)

Na “Operação Natal”, a Brigada de Trânsito da GNR registou nos primeiros dias, 12 mortos, mais dois que em igual período de 2005.

Nas primeiras 72 horas registaram-se 12 mortos, 26 feridos graves e 279 feridos ligeiros num total de 951 acidentes de viação nas estradas portuguesas.

Em 2005, após os três primeiros dias da Operação Natal, a Brigada de Trânsito da GNR registava 10 mortos, 29 feridos graves e 286 feridos leves em 1068 acidentes.

A primeira fase da Operação Natal-Ano Novo 2006/2007 iniciou-se às 00:00 horas de sexta-feira e só termina às 24:00 horas de terça-feira.

Vamos ficar atentos para ver o que se irá passar na segunda fase que começa às 00:00 horas de dia 29 e que vai até às 24:00 horas de 2 de Janeiro de 2007...

Faleceu James Brown, "Pai da Soul Music"




Célebre pela sua voz imponente e pelos movimentos frenéticos da sua atitude, protagonizou temas como «I Got You (I Feel Good)» ou «Please Please Please», entre muitos outros, morreu hoje num hospital onde tinha sido internado há uma semana com pneumonia.

Considerado «o pai da Sou Music», o lendário cantor James Brown, tinha 73 anos de uma vida intensamente atribulada.

O sentido inovador de ritmo converteu James Brown num dos músicos norte-americanos de referência, e mais influentes dos anos 50, que reconhecidamente inspiraram Mick Jagger, Michael Jackson e David Bowie, entre tantos outros.

MUITO PREOCUPANTE...



Portugal terá 243 idosos por cada 100 jovens em 2050


A população idosa em Portugal continua a aumentar, prevendo-se que possa vir a representar 32% da população em 2050, segundo o relatório «Indicadores Sociais 2005», publicado hoje pelo Instituto Nacional de Estatística (INE). Em resultado desta situação, o índice de envelhecimento situar-se-ia em 243 idosos por cada 100 jovens.


sexta-feira, dezembro 22, 2006

Que o Espírito da Paz e da Partilha, que o Natal proporciona, Cresça em Nós e Nos Acompanhe, no Dia-a-Dia, ao Longo das Nossas Vidas…




Boas Festas a Todos…


Aulas de substituição consideradas trabalho extraordinário!...

Os tribunais administrativos e fiscais de Castelo Branco e de Leiria deram razão a dois professores que exigiram o pagamento das aulas substituição como trabalho extraordinário.

Estas sentenças contrariam o entendimento do Ministério da Educação sobre esta matéria, já que a tutela considera que a substituição dos professores que faltam não tem de ser remunerada de forma extraordinária.

Segundo noticiou a agência Lusa, o secretário de Estado da Educação, Valter Lemos, desvalorizou as decisões de dois tribunais que ordenaram ao Ministério o pagamento de aulas de substituição como horas extraordinárias, sublinhando que se tratam ainda de sentenças de primeira instância.

A ver vamos…

quinta-feira, dezembro 21, 2006

E o reordenamento da Rede Escolar vai continuar…

Segundo Valter Lemos, daqui a um ano, pelo menos mais 900 escolas do 1.º Ciclo estarão encerradas.

Esta notícia era dada pelo Secretário de Estado da Educação que presidia em Viana do Castelo à cerimónia de homologação de mais 43 Cartas Educativas, (instrumentos fundamentais de planeamento e ordenamento de edifícios e equipamentos escolares e condição essencial para os financiamentos na área da Educação).

Para que conste, a homologação das Cartas Educativas é obrigatória para o co-financiamento da construção de escolas, no âmbito do Quadro de Referência Estratégico Nacional, 2007-2013.

Os critérios para o encerramento das escolas continuam a ser: no número de alunos (menos de dez) e também na taxa de sucesso escolar (escolas com menos de 20 alunos e taxa de sucesso inferior à média nacional). O Ministério da Educação assumiu que queria encerrar até Março de 2009 a maior parte das escolas com menos de dez alunos e uma boa parte dos estabelecimentos que têm entre dez e 20 alunos (o que totaliza quase 4500 escolas primárias).

Como é sabido, o objectivo do Ministério da Educação é “proporcionar boas condições a todos os alunos e garantir-lhes igualdade de oportunidades de aprendizagem, independentemente da região de origem dos alunos.

Os interesses inconfessáveis e os habituais interesseiros

O Presidente da Câmara de Lisboa, Carmona Rodrigues, aceitou o pedido de demissão do Director Municipal de Gestão Urbanística, Eduardo Pires Marques, na sequência das notícias que deram conta da sua ligação ao autor do polémico projecto da Lismarvila para os terrenos da Fábrica dos Sabões.

Pires Marques pediu a demissão do cargo que ocupava na Câmara de Lisboa e para o qual foi nomeado por Carmona Rodrigues, depois de terem sido conhecidas as suas ligações ao arquitecto Vítor Alberto, autor do projecto da Obriverca para os terrenos da antiga Fábrica dos Sabões.

Pires Marques é sócio do atelier de arquitectura Tacto, partilhando a mesma morada profissional. O caso ganha mais relevância, devido à polémica em torno da aprovação do loteamento, por este colidir com o traçado do TGV e com a terceira travessia do Tejo, estando em causa valores avultados em caso de expropriação dos terrenos e foi Pires Marques, na qualidade de Director Municipal, que assinou o despacho que levou a proposta de aprovação do loteamento à reunião de Câmara.

Como nos lembramos, o loteamento foi aprovado, no dia 22 de Novembro, tendo a Câmara voltado atrás e revogado a aprovação, na sequência de uma notícia do SOL, (viva a imprensa livre) que divulgou a existência de um parecer negativo vinculativo da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional de Lisboa e Vale do Tejo, que indicava a incompatibilidade entre a aprovação do loteamento e a área canal reservada à terceira travessia do Tejo.

quarta-feira, dezembro 20, 2006

A minha opinião sobre o Orçamento e as Grandes Opções do Plano do Município de Seia para 2007

A conjuntura económica do país tem óbvios reflexos na Administração e Gestão Autárquica. Esses reflexos são ainda mais evidentes se tivermos em conta que, embora o município não seja hoje uma instituição diminuída do ponto de vista político e administrativo em resultado dum modelo centralizador que a História regista, persistem ainda regras e procedimentos que condicionam a autonomia real do poder local.

Com efeito, as autarquias têm um leque alargado de competências, mas as receitas fiscais próprias são manifestamente insuficientes para fazer lhes fazer face. Persistem, por isso, ainda e em grande parte dependentes de receitas da Administração Central, com os constrangimentos que lhes estão associados. Mais, têm estado dependentes, em grande medida, de um centralismo pouco consentâneo e adequado ao indispensável planeamento estratégico e plurianual, dado que as “regras do jogo” têm vindo a ser unilateralmente alteradas e sujeitas a variações de elevada imprevisibilidade. Bastará ter em consideração as mudanças ocorridas e as restrições respeitantes à capacidade e limites ao endividamento dos municípios, ou o facto de as transferências da Administração Central para a Administração Local serem fixadas anualmente pela Lei do Orçamento de Estado, sujeitando os Municípios ao que, também anualmente, os governos decidam unilateralmente conceder e/ou atribuir em matéria de recursos e competências. Tratam-se de aspectos que globalmente têm de ser revistos em nome de estratégias sustentáveis, coerentes e consistentes, absolutamente indispensáveis e respeitadoras duma efectiva autonomia do poder local.

As previsões do município de Seia para o ano económico de 2007 são, assim, indelevelmente condicionadas, pelas políticas restritivas impostas às autarquias pela Administração Central. A este propósito, refiram-se, ainda, todos os constrangimentos suscitados pela nova Lei das Finanças Locais e pelo fim do III Quadro Comunitário de Apoio.

A propósito da nova Lei das Finanças Locais, constatamos a preocupação do Executivo aliviar o impacto negativo dessas restrições junto da população e que a Câmara Municipal prosseguirá, no próximo ano, o processo de consolidação das despesas correntes.

A impossibilidade de acesso ao crédito, aliada à fase final dum Quadro Comunitário de Apoio e ao congelamento de transferências por parte da Administração Central, agravam significativamente as dificuldades e obrigam a uma redobrada atenção aos critérios de rigor e formas criativas de gestão autárquica.

É neste contexto e em resultado dele que as presentes Grandes Opções do Plano e Orçamento de 2007 deverão ser entendidos e compreendidos.

O conjunto de documentos que nos foi proposto pela Câmara Municipal de Seia para apreciação e posterior pronuncia, traduz, assim, objectivamente, as reais dificuldades económicas do país e, sobretudo, do rigor com que o município deve fazer frente à diminuição dos seus encargos financeiros. Portanto os constrangimentos orçamentais não são apenas de ordem intrínseca, relativas ao nosso concelho, mas também condicionados, na forma extrínseca, pelo rigor financeiro a que o país nos obriga. Apesar disso, este orçamento, pretende assumir a continuidade das políticas e estratégias essenciais definidas no programa eleitoral, suscitando, no entanto, a necessidade de convergência do rigor e da criatividade na procura de soluções adequadas aos problemas e necessidades do nosso concelho. Trata-se de documentos pautados por dois objectivos estratégicos essenciais: garantir desenvolvimento equilibrado e sustentável sem prejudicar o indispensável rigor e a contenção necessárias.

Assim, tratando-se de documentos coerentes com o início do mandato autárquico, traduzem prioridades e objectivos assumidos, não só para o corrente ano, mas também em continuidade com o fio condutor que vem assistindo à orientação das políticas do município em diferentes sectores vitais ao nosso desenvolvimento, sem o asfixiar, contribuindo para a afirmação deste Executivo nas diferentes áreas da gestão e administração municipal como seja: o planeamento e ordenamento do território, ao desenvolvimento económico, à rede viária, aos transportes e acessibilidades, ao urbanismo e património, ao ambiente e qualidade de vida, à educação, à cultura e ao desporto, à habitação e à acção social, à saúde, à protecção civil e à segurança ou ao turismo. Mas se, por um lado, se pretende garantir um desenvolvimento sustentável, pretende-se também aprofundar um ciclo que garanta maior aproximação à realidade e aos reais recursos do concelho, já que ao longo de vários anos temos vindo a assistir a um progressivo aumento do orçamento municipal, com diferenças significativas entre o orçado e o executado.

A elaboração do Orçamento de 2007 obedece assim aos princípios e regras orçamentais, nomeadamente ao da prudência, mas também a um consciente esforço de rigor e contenção evitando-se o crescimento da despesa pública e procurando-se ganhos de eficiência e eficácia na gestão dos recursos municipais sejam eles financeiros, humanos, técnicos, logísticos ou outros. Verifica-se que este executivo, dentro das limitações reais, mas de forma progressiva, pretende introduzir reajustamentos neste processo, garantindo maior funcionalidade, adequando agora a gestão da autarquia, à diminuição dos meios financeiros ao seu dispor.

Factores absolutamente determinantes exigem, maior rigor nas despesas correntes: a inevitável correcção salarial, os aumentos de encargos para a ADSE e Caixa Geral de Aposentações, aliados a serviços indispensáveis a prestar, como os encargos resultantes do endividamento existente, entre outros, impedem, no imediato, maior ousadia neste objectivo. Mas, nem por isso, este Executivo deixará de estar presente ao nível da própria gestão, execução e consolidação das contas. Por outro lado considera-se, absolutamente, essencial a selectividade e a necessidade de garantir investimento estratégico que se traduza efectivamente na racionalização dos recursos e na resposta a necessidades consideradas prioritárias. É este o contexto de rigor que nos leva a assumir, e apoiar, um orçamento municipal ligeiramente inferior ao apresentado no ano anterior mas que vai, inevitavelmente, traduzir-se, a prazo, numa desejável melhoria da saúde financeira do nosso município e da sua consequente afirmação no contexto regional.

quinta-feira, dezembro 14, 2006

SIMPLESMENTE NOTÁVEL

Acabo de receber um e-mail que gostaria de partilhar convosco. Clique: Jerome Murat.

quarta-feira, dezembro 13, 2006

Simplesmente hilariante...

Para descontrair um pouco no Youtube clique:

“Era uma vez na terra dos Tugas”, ou então: “Não há terra como a nossa carago”!...

segunda-feira, dezembro 11, 2006

Menos um déspota no planeta…

Morreu o ditador Pinochet

O ditador Pinochet foi comandante do exército chileno durante a Presidência do socialista Salvador Allende, de 1970 a 1973, a quem viria a trair. Liderou o golpe militar sangrento que derrubou violentamente a democracia no país tendo o Presidente Allende, democraticamente eleito, sido assassinado no dia, 11 de Setembro de 73, instituindo de imediato uma repressiva ditadura militar que duraria até 1990.

A ditadura imposta pelo sanguinário ditador deixou um rasto de cerca de 3.000 mortos ou desaparecidos, entre chilenos e simpatizantes estrangeiros, durante a repressão que se instalou ente 1973 e 1990.

Apesar de “assumir a sua responsabilidade política” pelo acontecido, durante a ditadura, infelizmente viria a morrer sem que as famílias das vítimas vissem reconhecida pela Justiça a sua responsabilidade criminal, nos crimes despudoradamente ordenou: violações dos direitos humanos cometidos durante seu regime, que causaram a morte e a tortura de milhares de opositores, por delitos fiscais, falsificação de documentos oficiais e por posse de contas secretas com fundos milionários de origem desconhecida.

À hora da sua morte pendiam, contra o sanguinário ditador, mais de 60 processos em tribunais chilenos, mas também se soube nestes dias que além das diferentes contas secretas, possuía mais de 9 toneladas de lingotes de ouro depositados em seu nome num banco de Hong-Kong. O valor deste ouro, superior a 190 milhões de dólares a valores actuais, é 6 vezes superior ao que já se conhecia das tais contas secretas.

Entretanto, como já constatámos, o tiranete não era parvo nenhum e promoveu ainda algumas modificações na Constituição Chilena para garantir uma vaga vitalícia, com imunidade, no Senado.

Comprova-se assim que em dezassete anos de governo autocrático, o ditador não andou propriamente a dormir, também andou a tratar da vidinha.

Que não tenha Descanso, nem Paz…

domingo, dezembro 10, 2006

ACADÉMICA 1 – MARÍTIMO 2

Mais uma partida dominada pela Académica, em que venceu o adversário.

Desta vez foi o Marítimo que fez 3 remates à baliza e marcou 2 golos.

A Académica tudo fez para evitar a derrota mas o guarda-redes Marcos, que foi o melhor em campo, tudo fez para consolidar a vitória da equipa insular.

É assim a vida, quem não marca arrisca-se a perder…

Congresso do Partido Socialista Europeu

"A Esperança Numa Nova Europa Social"


Nas intervenções que fizeram, na sessão de abertura do congresso do Porto, os socialistas europeus apelavam a que o crescimento económico no velho continente fosse compatível com uma "a nova Europa Social". A cintilante “estrela da companhia”, e candidata socialista à Presidência francesa, Ségolène Royal prometia, se fosse eleita, fazer da França "uma das locomotivas da Europa" e assumir a "responsabilidade histórica dos socialistas" de dar respostas claras "às desordens do mundo." A Europa, para Ségolène Royal, "deve falar a uma só voz, mas em todas as suas línguas e em todas as suas almas". Ségolène referia ainda que cabe aos socialistas "repor a Europa em movimento", com políticas de combate ao desemprego e à precariedade. Uma nova ordem social, enfim, que, no entanto, terá de ser complementada por uma "Europa de massa cinzenta, da investigação, do ambiente, do pós-petróleo". Já Martin Schulz, líder dos socialistas no Parlamento Europeu referia no congresso: "Os socialistas não podem tolerar que o mercado único, com seu grande potencial, seja indistintamente utilizado para sacrificar o movimento social."

O congresso do PSE ficou também marcado pela presença de Howard Dean Presidente do Partido Democrata dos Estados Unidos da América, o que acontece pela primeira vez e a quem Sócarates referia: "Nós somos os vossos amigos", defendendo, "hoje mais do que nunca", "o reforço da aliança estratégia entre os EUA e a Europa". Lembrando ainda a Howard Dean que estava "entre aqueles que na Europa festejaram recentemente a vitória do seu Partido Democrata".

A nossa Agatha Christie!...


Carolina Salgado, ex-(doce) companheira de Pinto da Costa, lançou um livro em que denuncia alegadas situações de corrupção desportiva, evasão fiscal, violação do segredo de justiça, agressões, perjúrio e fuga à justiça, que envolvem o presidente dos "azuis e brancos", arguido no processo de corrupção no futebol conhecido como "Apito Dourado"

Parece que o Ministério Publico vai analisar “a qualidade literária” do livro de Carolina Salgado, para determinar se as acusações feitas a Pinto da Costa constituem matéria para abrir processos de investigação, confirmou Cândida Almeida, responsável da Direcção Central de Investigação e Acção Penal.

Assim vai a Justiça neste país…

Imagine-se que a rapariga não era assim tão dada às letras e não havia livrinho para investigar???

A Ilha do Jardim da Madeira



Haverá quem explique ao sr. Jardim que qualquer ataque seu a Sócrates é um reforço ao governo do qual ele é primeiro ministro?

Haverá quem lhe faça um desenho em que lhe explique que, sempre ele ataca o Sócrates o mesmo Sócrates sobe nas sondagens de opinião?

Alberto João Jardim, acusa agora os juízes do Tribunal Constitucional de colaborarem na agressão «colonialista» do Governo da República contra a Região Autónoma da Madeira, referindo que a Madeira está «perante o maior ataque colonialista desde que a Constituição em 1976 estabeleceu a autonomia política da Madeira». Alertou para os tempos difíceis que a Madeira vai ter de enfrentar, pediu «cabeça fria» mas sem «palavrinhas doces» porque o momento é de «luta contra o Governo de José Sócrates» Referiu que o adversário principal está definido - «o inimigo número um do povo madeirense é o senhor Sócrates, o senhor Santos e seus colaboracionistas». Sim porque quer o senhor Silva quer o senhor Mendes já tiveram a sua vez.

Para além dos “futebóis da ilha”, aí vão dois exemplos de para onde vão os dinheiritos do continente:

Sabiam que a promoção turística da Madeira foi entregue ao líder parlamentar do PSD Madeira, o desbocado Jaime Ramos e ao seu filho, líder da JSD, pela módica quantia de 644 mil euros?

Sabiam que o sr. Jardim voltou a adjudicar as festas de Natal, Fim de Ano, Carnaval e a Festa do Vinho, até às eleições de 2009 à empresa do seu amigo e deputado do PSD Madeira, Sílvio Santos?

E agora, já sabem porque é que a Madeira é a única região do país que está excluída da regra das incompatibilidades e onde o dinheiro nunca é suficiente?

segunda-feira, dezembro 04, 2006

Por ocasião das Comemorações do Dia Mundial da luta contra a SIDA, a OMS admite fracasso no seu combate



Segundo a BBC, o director do departamento de HIV/SIDA da OMS (Organização Mundial da Saúde), Jim Yong-Kim, pediu desculpas por não conseguir cumprir a meta mundial para o tratamento da doença.

O objectivo era conseguir com que 3 milhões de pessoas em países em desenvolvimento recebessem antiretrovirais até o fim de 2005, mas ele admitiu que a meta não será alcançada.

"Tudo o que podemos fazer é pedir desculpas", disse Yong-Kim em entrevista à BBC. "Eu acho que temos de admitir que não fizemos o suficiente e que começamos a lidar com o problema muito tarde."

Quando a OMS anunciou em 2003 a meta "três até cinco", para fornecer drogas contra a SIDA a 3 milhões de pessoas no mundo em desenvolvimento até 2005, ela sabia que seria difícil cumprir a promessa.

Em Junho, o órgão já havia anunciado que apenas 1 milhão de pessoas estavam recebendo o tratamento, mas o número exacto de quantos pacientes que passaram a ter acesso ao medicamento necessário até o final de 2005 só vai ser conhecido no começo do próximo ano.

O director afirmou, no entanto, que apesar de não cumprir a meta, o programa não pode ser considerado um fracasso.

"Há poucos anos não havia hipótese de salvar vidas", disse ele.

"Muitos líderes no mundo estavam com a ideia de que era necessário esquecer essa geração de pessoas infectadas com o vírus e pensar na próxima geração. Então fizemos alguma coisa para mudar isso."

Apesar de não serem uma cura para a doença, os antiretrovirais bloqueiam a capacidade do vírus de se multiplicar e podem retardar o início da doença, ao tornar o ataque ao sistema imunológico mais lento. No entanto, estimativas optimistas referem que apenas um em cada dez africanos e um em cada sete asiáticos têm acesso aos medicamentos necessários.

Segundo dados da Organização das Nações Unidas (ONU) divulgados na semana passada, mais de 40 milhões de pessoas estão infectadas com o vírus HIV no mundo todo.

Ainda segundo a BBC, a SIDA está tendo um impacto crescente na força de trabalho no mundo e levando a uma redução no crescimento económico especialmente nos países mais afectados pela doença, de acordo com relatório divulgado na última sexta-feira, Dia Mundial da SIDA, pela Organização Internacional do Trabalho, a OIT.

"Os 43 países mais gravemente afectados pelo vírus HIV e pela SIDA perderam em média 0,5% da sua taxa de crescimento económico anual entre 1992 e 2004 por causa da epidemia e, como resultado, deixou de haver um crescimento de 0,3% de vagas de emprego", disse o documento.

Entre essas nações, "31 países da África Subsaariana perderam 0,7% em média de sua taxa anual de crescimento económico", e uma percentagem de 0,5% de empregos não foram criados.

Com isso, 1,3 milhão de novos empregos deixaram de ser gerados anualmente
entre 1992 e 2004 - 1,1 milhão deles, na África Subsaariana. A incidência de HIV/SIDA "é responsável por um elevado esforço económico aos países que lutam para sair da pobreza", disse Odile Frank, uma das autoras do relatório.

A OIT estima que a perda acumulada da força de trabalho por causa de HIV/SIDA, que ficou em cerca de 28 milhões de pessoas em 2005, pode chegar a 45 milhões em 2010 e 86 milhões, em 2020.

O relatório da organização demonstra, contudo, que o aumento do acesso a tratamento com drogas antiretrovirais pode ter um impacto significativo na erosão da força de trabalho. Ele mostra que a perda de 17,3 milhões de pessoas na força de trabalho prevista para o período entre 2005 e 2010 em todo o mundo, pelo menos 14% pode ser evitada caso se dê acesso amplo a esse tipo de tratamento.

A organização pediu medidas sustentáveis para aumentar o acesso a tratamentos com antiretrovirais para reduzir as taxas de mortalidade.


domingo, dezembro 03, 2006


Professor Rómulo de Carvalho (António Gedeão)

Sendo uma das maiores referências portuguesas do séc. XX, no campo da Ciência e da Literatura, não poderia deixar passar em claro o centésimo aniversário do nascimento de alguém cuja obra muito admiro!

Poeta, professor e historiador de Ciência portuguesa, António Gedeão, pseudónimo de Rómulo de Carvalho, nasceu em Lisboa a 24 de Novembro de 1906).

Grande figura intelectual, cientista, pedagogo e extraordinário poeta. A sua morte continua a ser um grande desafio para o futuro da cultura e ciência portuguesas

Rómulo de Carvalho sempre determinou lúcida e conscientemente a sua conduta.
O desencanto acompanhou-o desde muito novo, bem como a descrença na natureza humana, facto que o levou a valorizar, sempre e cada vez mais, a sua independência face a pessoas e instituições. Assim, apesar de sempre ter sido um animal político, nunca o manifestou publicamente, isto é: nunca votou, nunca aderiu a movimentos ou assumiu qualquer atitude política e pública. Apesar disso, colaborou, por exemplo, com Bento de Jesus Caraça, numa época em que o investigador era perseguido pelo regime; satirizou a ditadura em desenhos; e escreveu poesia, depois feita hino da libertação de um povo.

Perguntavam-lhe um dia em entrevista: Considera-se céptico?

Ele respondia: “Nem céptico nem anti céptico”. Referindo: “não se trata de uma atitude azeda. Antes o conhecimento dos outros pelo contacto com muitas pessoas e do passado através da História, a que me tenho dedicado com interesse. Reconheço defeitos nos seres humanos que não permitem o equilíbrio de uma situação social."

São dele algumas frases que continuam incomodamente actuais:

- "O homem de hoje faz tantas barbaridades como o das cavernas. Continua bárbaro como há milénios. O nosso progresso é todo técnico e científico."

- "Tanto me faz a monarquia como a república, como este ou aquele. Os homens são sempre os mesmos e tratam de defender os seus interesses."

Dado que as palavras serão sempre poucas, perante a dimensão deste Homem, aqui vão dois poemas retirados da fecunda obra deste notável professor, cientista, poeta e Homem do Mundo, a que me dispenso de chamar atenção para o seu significado.


Lágrima de preta


Encontrei uma preta

que estava a chorar,

pedi-lhe uma lágrima

para a analisar.

Recolhi a lágrima

com todo o cuidado

num tubo de ensaio

bem esterilizado.

Olhei-a de um lado,

do outro e de frente:

tinha um ar de gota

muito transparente.

Mandei vir os ácidos,

as bases e os sais,

as drogas usadas

em casos que tais.

Ensaiei a frio,

experimentei ao lume,

de todas as vezes

deu-me o que é costume:

Nem sinais de negro,

nem vestígios de ódio.

Água (quase tudo)

e cloreto de sódio.


A minha aldeia

Minha aldeia é todo o mundo.
Todo o mundo me pertence.
Aqui me encontro e confundo
com gente de todo o mundo
que a todo o mundo pertence.

Bate o sol na minha aldeia
com várias inclinações.
Angulo novo, nova ideia;
outros graus, outras razões.
Que os homens da minha aldeia
são centenas de milhões.

Os homens da minha aldeia
divergem por natureza.
O mesmo sonho os separa,
a mesma fria certeza
os afasta e desampara,
rumorejante seara
onde se odeia em beleza.

Os homens da minha aldeia
formigam raivosamente
com os pés colados ao chão.
Nessa prisão permanente
cada qual é seu irmão.
Valência de fora e dentro
ligam tudo ao mesmo centro
numa inquebrável cadeia.
Longas raízes que imergem,
todos os homens convergem
no centro da minha aldeia.





O PCP “os renovadores” e a tão (in)desejada renovação...

O responsável comunista, Bernardino Soares afirmava há dias que o PCP faz uma avaliação política «muito positiva» do trabalho parlamentar da deputada Luísa Mesquita na área da sua especialidade, a Educação. Apesar disso, o PCP propôs, a sua substituição, à semelhança do que aconteceu com Odete Santos e Abílio Fernandes. Se nestes últimos a proposta de substituição foi aceite, a recusa da deputada Luísa Mesquita fez com que o partido lhe retirasse a confiança política, por esta se ter negado a sua substituição no Parlamento. Perante tal recusa, a direcção do partido informou-a de que “iria sofrer as punições” que passavam pelo seu afastamento das comissões que integrava (Educação, Ciência e Cultura e Negócios Estrangeiros).

Bernardino Soares lembrava que “a questão da renovação do grupo parlamentar do PCP tinha sido abordada já no processo de formação das listas, considerando ainda que esta recusa de Luísa Mesquita “constitui uma violação dos princípios e compromissos que presidem ao funcionamento do PCP” afirmando ainda que a atitude da deputada «constitui um sério problema político com inevitáveis consequências no plano do seu relacionamento com o partido».

Pelo seu lado a deputada do PCP Luísa Mesquita afirmou estar magoada com a intenção do partido de a substituir no Parlamento e prometeu manter-se na Assembleia da República, por respeito a quem votou em si, tendo-se mostrado surpreendida com a decisão do partido, até porque quando se candidatou, salientou, existia o compromisso de assumir o mandato até ao fim.

Enfim é o PCP no seu melhor!... Tanto querem renovar que afastam do partido aqueles que ao longo dos tempos se têm revelado os verdadeiros renovadores.

Quem não se lembra da expulsão de Edgar Correia e de Carlos Luís Figueira, a suspensão do dirigente histórico Carlos Brito e a polémica gerada na altura, acompanhada pela a indignação de outros dirigentes que manifestarem as suas divergências constituindo-se em 2003 num grupo que se auto-intitulou “Movimento da Renovação Comunista”? E quem não se recorda do antigo e saudoso deputado João Amaral que foi um dos protagonistas que propunha a renovação interna do partido?

Será que é preciso renovar alguns elementos do partido para que tudo continue na mesma?

Afinal o PCP quer renovar o quê?