domingo, dezembro 03, 2006





O PCP “os renovadores” e a tão (in)desejada renovação...

O responsável comunista, Bernardino Soares afirmava há dias que o PCP faz uma avaliação política «muito positiva» do trabalho parlamentar da deputada Luísa Mesquita na área da sua especialidade, a Educação. Apesar disso, o PCP propôs, a sua substituição, à semelhança do que aconteceu com Odete Santos e Abílio Fernandes. Se nestes últimos a proposta de substituição foi aceite, a recusa da deputada Luísa Mesquita fez com que o partido lhe retirasse a confiança política, por esta se ter negado a sua substituição no Parlamento. Perante tal recusa, a direcção do partido informou-a de que “iria sofrer as punições” que passavam pelo seu afastamento das comissões que integrava (Educação, Ciência e Cultura e Negócios Estrangeiros).

Bernardino Soares lembrava que “a questão da renovação do grupo parlamentar do PCP tinha sido abordada já no processo de formação das listas, considerando ainda que esta recusa de Luísa Mesquita “constitui uma violação dos princípios e compromissos que presidem ao funcionamento do PCP” afirmando ainda que a atitude da deputada «constitui um sério problema político com inevitáveis consequências no plano do seu relacionamento com o partido».

Pelo seu lado a deputada do PCP Luísa Mesquita afirmou estar magoada com a intenção do partido de a substituir no Parlamento e prometeu manter-se na Assembleia da República, por respeito a quem votou em si, tendo-se mostrado surpreendida com a decisão do partido, até porque quando se candidatou, salientou, existia o compromisso de assumir o mandato até ao fim.

Enfim é o PCP no seu melhor!... Tanto querem renovar que afastam do partido aqueles que ao longo dos tempos se têm revelado os verdadeiros renovadores.

Quem não se lembra da expulsão de Edgar Correia e de Carlos Luís Figueira, a suspensão do dirigente histórico Carlos Brito e a polémica gerada na altura, acompanhada pela a indignação de outros dirigentes que manifestarem as suas divergências constituindo-se em 2003 num grupo que se auto-intitulou “Movimento da Renovação Comunista”? E quem não se recorda do antigo e saudoso deputado João Amaral que foi um dos protagonistas que propunha a renovação interna do partido?

Será que é preciso renovar alguns elementos do partido para que tudo continue na mesma?

Afinal o PCP quer renovar o quê?