terça-feira, outubro 13, 2009

(clique na imagem para ver o mapa eleitoral autárquico do Expresso)

O PS arrasa nas autárquicas


Temos pena mas acabamos de assistir ao desmoronar do grande edifício autárquico do PSD.
Já nos resultados do PS temos que concordar que este partido soube aproveitar, com inteligência, as adversidades com que se foi deparando ao longo dos últimos quatro anos de desgaste governativo...
Afinal é o fim de um ciclo político que, depois do cartão vermelho mostrado pelos eleitores, nas europeias acaba da melhor forma para o partido socialista. Oxalá tenha engenho e arte para saber tirar partido deste enorme capital de confiança que o eleitorado lhe deu.
O meu abraço de solidariedade ao companheiro Filipe Camelo que, a nível local, como se esperava, fez as honras da casa tendo aguentado bem a saída de Eduardo Brito com um brilhante resultado que lhe deu a maioria absoluta. Mais não se lhe exigia.
Nesta longa jornada eleitoral o PS aproximou-se do número de câmaras municipais “ganhas” pelo PSD: o PS obtém a presidência de mais 21 câmaras, tendo agora 131; o PSD obtém 139, em resultado de ter perdido 18 presidências de câmara. Acresce que o PSD foi afastado de municípios tidos como “símbolos” do poder laranja, como Leiria, Barcelos, Trofa e Figueira da Foz.
A vitória do PS em Leiria foi não só uma grande vitória eleitoral e uma derrota pessoal de Manuela Ferreira Leite que escolheu a candidata contra a vontade das estruturas locais do PSD.
O Bloco de Esquerda manteve a sua única câmara, em Salvaterra de Magos, presidida por Ana Ribeiro. E não conseguiu eleger Luís Fazenda como vereador em Lisboa. Tendo obtido 3,02 por cento dos votos a nível nacional contra os 2,9 por cento dos votos, revelando-se um verdadeiro bluf, assim como o CDS que revelou ser um partido sem estrutura eleitoral autárquica, sendo que ninguém entendeu a asinina intervenção do seu líder Paulo Portas.
Já o PCP desceria de 32 câmaras, há quatro anos, para 28 agora, e de uma percentagem de 10,94 por cento dos votos para 9,77 por cento. Ao nível de câmaras, a derrota mais simbólica do PCP foi a perda de Beja, a que os comunistas presidiam desde as primeiras autárquicas da democracia, em 1976, perdendo ainda a maioria na Câmara de Aljustrel e em cidades como Marinha Grande e Sines.
A velha senhora desapareceria das televisões quando António Costa começou a falar. A líder do PSD ignorou a queda do partido relativamente a 2005 e clamou vitória. Depois a irresponsável líder, sem saber mais o que fazer, acrescentava para os fanáticos do partido ouvirem:"mesmo em Lisboa tivemos o mesmo número de mandatos que o PS e a presidência da Assembleia Municipal". Pouco depois sabia-se que António Costa conseguia a maioria absoluta com nove mandatos contra sete do PSD.
Temos pena mas, para o PSD, pior é impossível. A sua líder, numa intervenção patética, fez-nos lembrar aquele ministro da Informação de Saddam, no Iraque que quando tinha já os americanos dentro de Bagdad e dizia que os Iraque estava a ganhar a guerra.
Foi o completo descrédito e o delapidar dum significativo capital de confiança dos seus eleitores. Aquele partido merecia, definitivamente, bem melhores líderes...
Por último quero realçar, a nível local, o comportamento do meu amigo Luís Caetano que se revelou um verdadeiro lutador e que, apesar de ter perdido a guerra, venceu a batalha pela conquista de mais um vereador com muita dignidade e elevação democrática.
Ao amigo de longa data, António Abrantes, vai também o meu abraço pela elevação colocada na campanha e, sobretudo, pelo seu empenho no contexto de uma máquina partidária menor, e com menos expressão local, que o colocou perante uma luta desigual e da qual saiu com a mesma dignidade como se tivera sido eleito vereador...
Com um comportamento cívico exemplar, uma vez mais, os portugueses cumpriram, uma vez mais Abril ee m Liberdade e sempre que isso acontece a nossa Democracia sai mais fortalecida.