sábado, outubro 10, 2009




A Democracia e o reino dos bananas



Na asfixia democrática do Continente, tão propalada pela oposição laranja, Sócrates suportou democraticamente nos últimos anos de governação fortes insultos e insinuações sendo, o de "aldrabão", talvez o menor epíteto, ou pelo menos um dos mais suaves, e não foi por isso que mobilizou capangas (leia-se forças de segurança) para impedir os contestatários de entrarem nos mais diversos locais, ou de se manifestarem e muito menos de silenciar essas vozes!...
Como prova disso bastaria recordarmos as manifestações "espontâneas" organizadas pelo PCP e até do Bloco de Esquerda, decorrendo tudo em fair play democrático, porque os verdadeiros democratas sabem que essa exposição pública é um dos preços da democracia e, no limite, sempre poderia recorrer aos Tribunais. Agora comparando a vida democrática do continente com as amplas liberdades da ilha o cacique Bokassa chega ao ponto de escolher os agentes policiais e dirigir a sua acção policial, dizendo-lhes que é ele que manda, sem o que, estes, se sujeitam aos procedimentos que o rei dos bananas melhor entender.
Numa verdadeira democracia nada pode inviabilizar o respeito e o direito à manifestação daqueles que pensam de forma diferente, nada justificando, portanto, silenciar as vozes discordantes pela força física, mas antes pela capacidade argumentadora
Mas na Ilha tudo é diferente, até o poder judicial. Então não é que o delegado da Comissão Nacional de Eleições, Paulo Barreto, (que é juiz de direito) afirmava que o clima eleitoral na Madeira evidencia que “não há asfixia democrática, mas um excesso de liberdade que em nada dignifica a democracia ou a região”. Este Barrete referia-se aos incidentes nas inaugurações de Alberto João Jardim, como uma birra sem importância…
Tal como hitler, o rei dos bananas, sempre teve votações massivas, sendo incontestavelmente eleito através de chapeladas eleitorais.
Estou mesmo indignado (leia-se revoltado) com toda esta passividade dos órgãos de soberania e a hipocrisia dos partidos que deveriam alimentar a sociedade democrática em que vivemos e que, em vez de actuarem democraticamente, assobiam para o lado…
Afinal de contas, 35 anos depois de Abril, que raio de democracia é esta?