O Centenário da Implantação da República
As revoluções acontecem sempre que as circunstâncias históricas o determinam.
No início do século passado um imobilismo total pesava sobre Portugal.
A Nação portuguesa dividia-se em duas grandes classes: a dos que sabiam ler e ocupavam cargos públicos ou exerciam profissões liberais, e que constituíam uma esmagadora minoria; e a grande massa de analfabetos que trabalhava nos campos e em ofícios vários.
Em
Portugal era um país
As diferenças sociais eram brutais e injustas. O País era analfabeto. Os cofres do Estado estavam vazios.
O Movimento Revolucionário Republicano, Cândido dos Reis, Miguel Bombarda, entre outros, teve uma gestação conturbada e um parto difícil mas triunfou. Por isso, faz hoje, dia 5 de Outubro, 99 anos que, da varanda dos Paços do Concelho de Lisboa, José Relvas proclamava a implantação da República e anunciava os nomes que constituíam o governo provisório
Presidente – Teófilo Braga
Interior – António José de Almeida
Justiça – Afonso Costa
Finanças – Basílio Teles
Guerra – Coronel Correia Barreto
Marinha – Comandante Azevedo Gomes
Obras Públicas – António Luis Gomes
Estrangeiros – Bernardino Machado
Como podemos constatar, um dos seus mais eméritos ministros, o da Justiça, era natural do concelho de Seia. Apesar da polémica em torno do seu anti clericalismo, foi um estadista de enorme dimensão e carácter, tendo sido Presidente da Sociedade das Nações, o equivalente às actuais Nações Unidas (ONU).
É a este homem, que foi o maior estadista senense de sempre, a quem Seia continua devedora de uma justa e merecida homenagem...
Assim sendo, que melhor oportunidade haverá que não esta, que ocorre por ocasião das comemorações do centenário da implantação da República?
Apostilha: no que concerne à dimensão, incontornável, desta personalidade senense aconselha-se uma leitura atenta da "Monografia do concelho de Seia", de autoria do antigo Reitor de Seia, e meu amigo, Dr. Quelhas Bigotte, também ele um notável senense.
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