Portugal um retrato Social
(do site da RTP-adaptado)
É tão raro sermos contemplados com trabalhos de tamanha qualidade que não resisti colocar aqui o resumo da série notável de episódios que avivou memórias curtas que andam por aí a ressuscitar as carcaças de decrépitos ditadores, responsáveis pelo nosso atraso estrutural que em vida nunca permitiram eleições democráticas, sendo agora reabilitados por gente miserável e sem escrúpulos que tenta branquear um passado negro que envergonha a nossa memória colectiva, e que muitos de nós julgávamos essa inqualificável gentinha definitivamente enterrada após o 25 de Abril. Mas não!...
Como todos os grandes conspiradores, andaram silenciosos todos estes anos até que um dia perderam definitivamente a vergonha e se uniram elegendo através do voto concertado em telemóvel quem nunca o voto permitiu…
Esta série foi um autêntico serviço Público da RTP, da autoria de António Barreto e realizada por Joana Pontes.
Foi um retrato da sociedade portuguesa contemporânea. Tentou responder às perguntas mais simples. Quem somos, onde vivemos, como trabalhamos… Que saúde, que educação e que justiça temos!...
Para isso, o autor recorreu à comparação com o que éramos há três ou quatro décadas e sublinha especialmente as grandes mudanças ocorridas desde então. É o mesmo país, mas os portugueses já não são os mesmos.
Mudámos muito, em pouco tempo. Podemos viver melhor ou não, mas vivemos de modo diferente.
Retrato social de Portugal nas últimas décadas
Este foi um retrato do nosso país. Um retrato da sociedade contemporânea. Foi um retrato de grupo: dos portugueses e dos estrangeiros que vivem connosco. Foi um retrato de Portugal e dos Portugueses de hoje, que melhor se compreendem se olharmos para o passado, para os últimos trinta ou quarenta anos.
Gente diferente: Quem somos, quantos somos e onde vivemos
Os portugueses são hoje muito diferentes do que eram há trinta anos. Vivem e trabalham de outro modo. Mas sentem pertencer ao mesmo país dos nossos avós. É o resultado da história e da memória que cria um património comum. Nascem em melhores condições, mas nascem menos. Vivem mais tempo. Têm famílias mais pequenas. Os idosos vivem cada vez mais sós.
Ganhar o pão: O que fazemos
O trabalho mudou muito nestas últimas décadas. A maioria dos portugueses trabalha nos serviços. Poucos trabalham na agricultura e ainda menos nas pescas. Muitos emigraram. As mulheres são metade das pessoas que trabalham, o que é uma grande diferença com o passado recente. Com a integração europeia, a economia portuguesa fez uma grande mudança. Todos vivem melhor, mas há muitas empresas que não conseguiram adaptar-se às novas condições.
Mudar de vida: O fim da sociedade rural
A sociedade contemporânea, urbana, era ainda há pouco tempo rural. Mudou muito depressa. Muitos portugueses emigraram, a maior parte saiu das aldeias e foi viver para as cidades e para o litoral. O campo está despovoado. As cidades cresceram. As estradas aproximaram as regiões. Nas áreas metropolitanas, organizou-se uma nova vida quotidiana. Há mais conforto dentro das casas, mas as condições de vida nas cidades são difíceis.
Nós e os outros: Uma sociedade plural
Há quarenta anos, havia só um povo, uma etnia, uma língua, uma cultura, uma religião e uma política. Hoje, Portugal é uma sociedade plural. Primeiro a emigração e o turismo, depois a democracia, finalmente os imigrantes estrangeiros, fizeram de Portugal uma sociedade aberta. Falam-se todas as línguas, reza-se a todos os deuses, há todas as convicções políticas. Os Portugueses aprendem a viver com os outros.
Cidadãos
Com a sociedade aberta, a democracia, a integração europeia e o crescimento económico, os Portugueses são hoje cidadãos plenos pela primeira vez na sua história. Têm os direitos políticos e sociais e as respectivas garantias. As mulheres são iguais aos homens. Mas a justiça, que deveria acompanhar este progresso e adaptar-se à nova sociedade, tem dificuldades em garantir os direitos dos cidadãos.
Igualdade e conflito: As relações sociais
As famílias portuguesas têm hoje mais rendimentos e mais conforto. Em vinte ou trinta anos, o bem-estar melhorou mais que nos cem anteriores. Cresceram as classes médias. Desenvolveu-se a sociedade de consumo de massas. O comércio, as modas, a escola, a televisão e a cultura fazem uma sociedade onde todos parecem iguais. Mas subsistem diferenças muito importantes de classes, de poder económico, de geração, de sexo e de região.
Um país como os outros: A formação de uma sociedade europeia
Portugal já não se distingue, na Europa, como o país da ditadura, da pobreza e do analfabetismo. Embora ainda atrasado, os Portugueses são hoje cidadãos livres e têm acesso aos grandes serviços do Estado de Protecção Social. A educação, a segurança social e a saúde são para todos. Mas ainda há insuficiências, corrupção e desperdício. E deficiências na saúde, na educação, na segurança social e na justiça
Fascismo nunca mais!...
1 Comments:
http://www.rtp.pt/wportal/sites/tv/portugal_retrato/index.shtm
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