Feio, muito feio
A maioria dos deputados que nos deveriam representar na Assembleia da República, ausentaram-se mais cedo do Parlamento antecipando umas mini-férias da Páscoa.
Devido à tolerância de ponto na quinta-feira, as votações semanais que costumam decorrer à quinta-feira, foram antecipadas para quarta-feira. Dado que estavam presentes apenas 111 deputados, não houve quórum, pelo que a coisa foi adiada. Para que no próximo o ano a coisa corra pelo melhor, proponho que as votações sejam antecipadas para o dia anterior, ou seja, terça-feira.
Entretanto, o Presidente da Assembleia da República prometeu fazer cumprir o estatuto dos deputados, ou seja: a cada falta não justificada corresponde o desconto de um vigésimo do vencimento. Perante tanta desfaçatez de alguns Deputados da Nação, nem outra coisa seria de esperar da segunda figura de Estado.
Apostilha: nesta debandada do Parlamento, 42% dos deputados do PS assinaram e desapareceram; o mesmo fizeram 65% do PSD. Até 20% dos habitualmente tidos como impolutos do PCP, se igualaram aos seus "adversários" políticos - nisto acharam por bem serem iguais; o mesmo fizeram 33% do CDS. Só os do BE e dos Verdes mostram ter vergonha na cara. Assinaram e não desandaram!...
Com que desfaçatez Marques Guedes se atreve a atirar pedra ao telhado do vizinho, e finge não dar conta da maior ausência que foi dos da sua bancada? O líder parlamentar do PSD pensava que aproveitava a situação para criticar o PS, usando argumentos tão fortes como “o meu comentário é que enquanto o PSD foi maioria nesta Assembleia isto nunca aconteceu”. Pura demagogia! Que ridículo continua este PSD, quando deveria antes realçar a situação de muito grave e de uma enorme falta de respeito dos seus pares para com os portugueses. Como aliás fez o porta-voz do PS, Vitalino Canas, que defendeu que todos os partidos com assento parlamentar deveriam ser responsabilizados pela falta de quórum verificada ontem na Assembleia da República. Mais uma vez o PSD deu o tiro no pé perdendo uma oportunidade única para derrotar o partido do Governo.
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