quinta-feira, janeiro 19, 2006

NÃO HÁ VITÓRIAS DE VÉSPERA, NEM VENCEDORES ANTECIPADOS…

No Fórum da TSF sobre as sondagens, Pedro Magalhães (Director do Centro de Sondagens da Católica) alertou dizendo que “as sondagens não servem para prever resultados eleitorais, servem para descrever intenções de voto”, “para o eleitorado da direita, o Cavaco é o seu candidato” e “as eleições decidem-se no voto e não nas sondagens”.

Na campanha eleitoral que está a chegar ao fim, mais do que nunca ficou claro que as “sondagens” e, particularmente, as sondagens diárias do DN/TSF/MARKTESTE foram a arma a que a Direita dos grupos económicos e financeiros que pretendem pôr o seu candidato na Presidência da República, deitaram a mão, para nos levarem na sua própria “conversa”…

Estas “sondagens” tentam fazer querer o que candidato da Direita parece não ser... Tentam dar dele a imagem de “vencedor”, escondendo que ele é um candidato banal, silencioso, omisso e, até minoritário. Banal, como se viu pelas banalidades que debitou nos debates e continua a debitar na campanha. Silencioso porque ninguém o ouve falar claro do que quer que seja. Omisso porque não dá opinião sobre o que seja. Minoritário porque só tem o apoio do PSD e do “Outro”. E bem nos lembramos, (desde as últimas legislativas) o que valem o PSD e o “Outro” partido juntos!...

Isto é, tentam vender-nos o candidato da Direita como, durante muitos anos, nos venderam o sabonete Lux, não porque fosse um sabonete melhor do que os outros, mas porque era usado por nove em cada dez estrelas de Hollywood. Agora tentam impingir-nos este candidato, não porque seja melhor, mas porque 60, 55, ou agora 52 por cento dos portugueses alegadamente vão votar nele... Isto é, jogam no facto das pessoas gostarem de apostar num candidato antecipadamente vencedor.

Estas “sondagens diárias” têm tão pouca credibilidade que nem sequer o Pedro Magalhães as inclui no gráfico do seu blogue “Margens de Erro”. É que as variações diárias que desde o dia 9, fazem as manchetes do DN e da TSF, estão todas dentro da margem de erro da própria sondagem e assim essas tais variações diárias podem portanto não significar rigorosamente nada. Mas disto ninguém avisa, (como convém) os ouvintes da TSF nem os leitores do DN... Apesar destas sondagens iniciais, a cada dia se vai esfumando a vitória antecipada do candidato da direita, começando a surgir a imagem de um candidato que pode também ser perdedor.

Como é sabido, as sondagens são técnicas poderosas para fazer a cabeça às pessoas, para criar modas, para nos porem a comprar coisas de que antes nunca necessitámos, para nos porem a simpatizar com quem não conhecemos ou até o inverso, por isso nunca as deveremos subestimar.

Facilmente concordamos que as sondagens têm custos elevadíssimos. Por isso, quem as financia é também detentora de capacidade económica e, para tanto, entende-se que queira atingir um determinado fim na ordem directa do investimento feito!...

Desta vez, sendo as sondagens a arma “deles e dos outros” é bom não esquecermos que o voto é a nossa arma e, neste sentido, vale rigorosamente o mesmo que o voto deles. Como é sabido eu fiz a minha opção e vou usar o meu voto para ajudar eleger Soares, porque entre os cinco candidatos é, na minha opinião, indubitavelmente, o melhor. Convido toda a gente a fazer o mesmo exercício mental sem se deixar manipular pelas sondagens, usando antes a inteligência para definir, livremente, e em consciência o seu sentido de voto!