terça-feira, novembro 04, 2008

É preciso ter mesmo muita lata!


A ligação do aumento do salário mínimo tal como foi acordado em 2006, num acordo tripartido firmado pelos parceiros na Concertação Social, a que o Primeiro Ministro deu conta (numa entrevista à TSF e ao "Diário de Notícias") que pretendia fazer cumprir o referido acordo.

Logo, de imediato, veio a público um tal de presidente da Associação Nacional das PME (ANPME), de nome Augusto Morais, dizer de forma boçal que iria pedir aos seus associados para não renovarem os contratos a prazo, caso o primeiro-ministro insista em fixar o SMN nos 450 euros para 2009.

Afinal que porcaria de empresas temos neste país que além de pagarem o ordenado mínimo mais miserável da Europa ainda têm a lata de ameaçar não renovar contratos (tipo despedimento colectivo) de todos os trabalhadores contratados a prazo?

Felizmente, nos comunicados que emitiram ao longo da semana, tanto a associação das PME-Portugal, como a Confederação das Micro e PME fizeram questão de se demarcar de tais alarves declarações, pois que, e ainda bem, há empresas para quem esta actualização do SMN nem sequer se coloca uma vez que os seus trabalhadores ganham acima deste valor…

Se para as empresas que têm muita mão-de-obra barata, uma subida de 24 euros poderá colocar-lhes problemas de sobrevivência, então é porque, pelo modelo de produção em que assentam essas empresas já as condenou, (e ainda bem) no curto/médio prazo. Deviam era ir todinhas para a China ou para a Índia, onde certamente ainda irão encontrar o “seu espaço de eleição”, mas, seguramente, já não por muito tempo…