segunda-feira, novembro 03, 2008

Material Atrasado



Será o fim do modelo capitalista neoliberal da economia?

Nem queria acreditar!... Mesmo já acabadas as férias, parecia que a sealy season se prolongava indefinida e interminavelmente. Mas que loucura…

A reentré mostrava-nos a especulação da Economia, dum mundo apanhado pela economia de mercado, completamente capitalista, apanhando os mais fracos completamente fragilizados e desprotegidos. O bluff dominava este poker financeiro de uma banca gerida por gente ávida de objectivos que se intitulavam de (maus) gestores financeiros (egoístas) que divertiam a “brincar” à especulação bolsista e imobiliária e, sobretudo, a ganhar imenso dinheiro com isso. O bluff era tanto e tão global que este desgraçado Planeta mais parecia ter virado um enorme Casino.

Este modelo económico bem como a ordem capitalista mundial fracassaram em relação à maioria da humanidade, mudando de rosto, como ocorreu na década de 1930, quando o liberalismo selvagem cedeu às teorias de Keynes.

A História da Economia conta-nos que após a recessão, as teorias de Keynes apresentaram-se como uma espécie de terceira via entre o livre mercado e a planificação centralizada. De facto, estimularam o planeamento estratégico capaz de salvar os interesses privados do grande capital. Não importava a sorte dos mais desfavorecidos. Interessava sim disciplinar o jogo capitalista, para que o estimular da competição não viesse a destruir o próprio sistema.

O keynesianismo vinculava investimentos e créditos à esfera produtiva, binómio que alavancou o crescimento económico das nações industrializadas e favoreceu as políticas de pleno emprego e de distribuição de riqueza.

Graças aos factores que regulavam a economia centrada na produtividade, a esfera financeira não se contaminou pela febre de uma autêntica aposta de casino em sede das Bolsas de Valores. A ordem monetária assegurava a paridade fixa das moedas e a conversão de uma moeda a outra obedecia a certas restrições. Os créditos internacionais eram geridos por relações intergovernamentais e, em geral, vinculados a projectos de desenvolvimento muitas vezes especulativos.

Desde a década de 1970, Keynes desvaneceu-se e o Capital privado quebrou a ligação que o prendia à esfera produtiva. E já que dentro de seus respectivos países o capital privado impelido pelo neoliberalismo perdeu a vergonha internacional, enveredando pela especulação e pela burla económica usando os novos organismos de controlo como o FMI e a OMC, e pela criação do fenómeno financeiro em paraísos fiscais, dando corpo à moderna especulação financeira, entrou um neoliberalismo selvagem na esperança de que o mercado deveria ser o seu único mecanismo autoregulador.

O crédito privado canalizou-se para o pano verde deste casino global deste mercado de capitais, onde a especulação superou a produção. Dado que o capital especulativo não gera capacidade produtiva, aos poucos diminuiu a possibilidade de remunerar o trabalho e aumentou a de concentrar mais dividendos.

Dado o ponto a que chegámos, parece não bastarem as habituais panaceias da alta finança. Para responder a esta crise não bastará moralizar o capitalismo ou atribuir culpas aos agentes dos mercados financeiros. Neste momento não basta regular superficialmente a gestão da crise a curto prazo teriam como única consequência salvar o sistema, pois isso iria conduzir-nos a novos desastres. Responder a esta crise exige sair rapidamente deste modelo neoliberal e pôr fim ao domínio da alta-finança especuladora sobre o conjunto da sociedade produtiva.



Estamos fritos com esta alternativa de governação!...

Depois das suas sistemáticas ausências a líder da oposição, Manuela Ferreira Leite, reaparecia em Braga para fazer uma importante declaração política, que o comício do PS foi demasiado sumptuoso para a pobreza circundante. Para “a veccia senhora” esta matéria é uma das que mais preocupa o país não se sabendo se propõe “a pobreza franciscana” como a melhor solução para o país…

Enquanto isso, o lançamento do livro de Marques Mendes fez um barulho ensurdecedor, não bastando a presença de Pacheco Pereira, guru da líder do PSD, e o líder da bancada parlamentar para disfarçar o prejuízo político.

Se de Manuela Ferreira Leite não nos chega sequer uma única ideia o ex-líder Marques Mendes publica um livro com ideias.



Suprema ironia esta!

No Paraíso do capitalismo selvagem, do neo-liberalismo, do mercado da livre concorrência, cuja divindade suprema é o lucro, do capitalismo puro e duro, os sinais das contradições são visíveis.

Aquilo que se está a passar nos Estados Unidos da América do Norte é uma histérica e inacreditável política serôdia de nacionalização. O Estado Federal está a intervir no mercado, da banca e seguros, contrariamente ao seu maior dogma por ele próprio criado. E continua, pois o plano do secretário Henry Paulson prevê um montante de 700 biliões de dólares do governo para socorrer o sector financeiro dos Estados Unidos (leia-se: continuar a nacionalizar…). À semelhança das economias colectivistas dos antigos países de Leste, o país dos cowboys está a constituir um verdadeiro sector empresarial do Estado de forma encapotada, uma imitação grosseira, e a destempo, das economias proteccionistas que tanto criticou enquanto o muro da vergonha se manteve de pé. Suprema ironia esta em que o socialismo, se apresenta como alternativa necessária e possível um capitalismo decadente…






Os intocáveis ou as costas largas do novo Código de Processo Penal

Ucraniano de 29 anos, apanhado com um arsenal bélico, em flagrante delito, entre a Guarda e a zona fronteiriça. Foi detido pela Polícia Judiciária (PJ) na posse de 42 detonadores, seis cartuchos de gelamonite, vários metros de fio condutor lento, armas (calibre 12 e 9 mm), centenas de munições e pregos de imobilização de viaturas. Ouvido pelo juiz de instrução criminal do Tribunal da Guarda foi-lhe decretada, como medida de coacção, apresentações bissemanais (nem sequer são diárias) na esquadra da área da residência. Ao suspeito foi ainda apreendido material de comunicações e de imobilização de veículos em movimento, bem como uma viatura de cilindrada média, registada em Coimbra, que havia sido furtada há dois meses.

O indivíduo em causa é suspeito de adaptar, transformar e vender armas e de estar ligado à criminalidade organizada, mas, de acordo com fonte ligada à operação, “existem mais quatro suspeitos já identificados no processo”, desencadeado no âmbito de um plano nacional de combate à criminalidade violenta”.

Um verdadeiro escândalo. E não venham justificar-se com o novo Código de Processo Penal. Será assim que se combate o terrorismo e a criminalidade em Portugal? Não haverá ninguém que meta esta gente na ordem?




É preciso lata!

O presidente da Associação Portuguesa de Bancos, João Salgueiro, fala de barriga cheia culpando os portugueses pelo excesso de endividamento das famílias, apesar de reconhecer que as campanhas publicitárias estimulam o endividamento das pessoas, mas que lata…