Como quase sempre acontece, além do espectáculo mediático, quase nada resulta porque também quase nada se debate em profundidade e desta vez também não iria ser diferente, apesar das expectativas que alguns colegas me manifestavam durante a tarde.
Uma vez mais o confronto de pontos de vista quase nunca aconteceu e, quando assim é, quase nada se esclarece e as realidades escolares, que importaria dissecar, tendem a estar ausentes do debate central. Apesar disso foi possível retirar a ideia de que nenhum de nós está contra a avaliação do desempenho em termos de conteúdo. A grande problemática consiste, essencialmente, na forma, na calendarização, e na necessidade de formação por parte de quem avalia, como foi reconhecido pelo presidente do conselho das escolas, o que já não é pouco. No entanto, da sua intervenção transpareceu que algumas sugestões daquele conselho teriam tido eco no M.E.
A outra leitura a que é possível chegarmos facilmente é que, após a flexibilização de procedimentos proposta pelo M.E. será nas escolas, e no uso da sua autonomia, que se devem encontrar muitas das respostas que procuramos, simplificando, operacionalizando o mais possível o próprio processo, ou seja facilitando a nossa própria vida.
A moderadora, uma vez mais, deixou transparecer que não fez o trabalho de casa e pareceu estar, uma vez mais, mal documentada. Pelos intervenientes destacaram-se algumas questões, que foram bem colocadas destacando-se a intervenção da professora Fernanda Velez, segura e incisiva que colocou algumas questões chave e o insubstituível Arsélio Martins, (amigo de longa data e de outras guerras…) que lembrou a todos que o ensino é uma actividade que tem rosto humano. A intervenção sindical foi também na linha daquilo a que já nos habituou, ou seja, apesar de alguma pertinência demasiado política e para o fracote. Há coisas que não têm mesmo emenda. O professor Formosinho (apesar de eu próprio o reconhecer que é uma autoridade sobre o assunto) parece ter sido um erro de casting para o formato do programa.
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