Já não há santos milagreiros
"Não queiras para o teu semelhante aquilo que não queres para ti"
Era uma vez um Presidente de Câmara chamado António Costa que foi Ministro da Administração Interna com a tutela das autarquias.
Naquela altura, este ministro defendia que a actual lei das finanças locais era um instrumento fundamental das políticas do Governo, uma vez que defendia os superiores interesses do Estado, quiçá incompatíveis com os interesses do poder local.
Desta vez virou-se o feitiço contra o feiticeiro, pois que, como é sabido por todos, pretendia contrair um empréstimo, defendendo que a lei que, enquanto governante patrocinou, lhe viabilizaria o empréstimo.
Já se estava mesmo a ver que, atendendo ao elevadíssimo montante e à natureza da dívida, só por milagre do Santo Padroeiro de Lisboa, que também é António, o empréstimo conseguiria atravessar o filtro do tenebroso Tribunal de Contas, pois já não há santos como antigamente.
Moral da história: às vezes recebemos na mesma moeda por tudo aquilo que fazemos
Apostilha: pior que a famigerada lei, é o cinismo hipócrita dos (i)responsáveis pela gestão danosa que levou a CML a este estado lastimável. As centenas de acessores, acessoras e santanetes, as dívidas desbragadas, as negociatas estranhas com a Feira Popular, o Parque Mayer e a Braga Parques, isto só para citar aquilo que se conhece. Este desvario provocado pelos dois partidos da coligação que (des)governou a CML necessitava, além do julgamento eleitoral que já teve lugar, de ser julgado também nos tribunais competentes.
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