domingo, novembro 04, 2007

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Cristo não tem culpa mas a hierarquia desta Igreja Católica também não ajuda muito.



Beatificação (política) de elementos da Falange mortos na Guerra Civil de Espanhola


Foi a maior beatificação jamais realizada pelo Vaticano.

Ao todo, e duma só vez, 498 mártires falangistas da Guerra Civil de Espanhola elevados à categoria de beatos…

Ás vezes as beatificações são pouco santas. Basta lembrar que o anterior Papa converteu em santo, um religioso Croata que apoiou as SS e incentivou ao extermínio de sérvios, judeus e ciganos.

Por outro lado, todos os documentos históricos provam a cumplicidade de Pio XII, o Papa que habitava o Vaticano durante a Segunda Guerra Mundial, com os nazis. Os tempos eram difíceis, mas o facto do representante de Cristo na Terra não ter levantado sequer a voz contra “a solução final,” tornou-o cúmplice dos horrores do holocausto. O seu silêncio sobre este pesadelo foi, aliás, como se recordarão, objecto de um recente pedido de desculpas do Papa João Paulo II.

Cristo não tem culpa, mas a hierarquia da Igreja não ajuda muito.

Este Papa, Bento XVI beatificou gente só de um dos lados da guerra civil espanhola. Ele há cada coincidência… E logo na mesma altura que em Espanha começa a levantar-se o véu sobre os crimes do regime franquista, 32 anos após a ditadura, “a Lei da Memória Histórica" que prevê, entre outras medidas, a reabilitação das dezenas de milhares de vítimas da ditadura, em especial da guerra civil, assim como a remoção dos símbolos franquistas dos espaços públicos.

“A Lei da Memória Histórica” vinha sendo discutida há muito tempo, quando as beatificações foram marcadas, a contestação de sectores de extrema-direita a uma lei que condenasse os crimes de Franco e reabilitasse gente morta pelo ditador já acontecia também há já algum tempo. As beatificações são, portanto, uma coincidência difícil de digerir, por vários motivos; o maior de todos é, talvez o facto de, após terminada a guerra civil, os franquistas, vencedores, terem submetido a duvidosos “julgamentos” milhares de vencidos, fuzilando mais de 50 mil republicanos e, mandando para a prisão milhares de outros que nunca terão qualquer direito de reabilitação ou julgamento justo do Vaticano.

Tratou-se, portanto, de uma beatificação política supostamente religiosa presidida por um religioso ibérico, português, D. António Saraiva Martins.

Este Papa Bento XVI que, ao que dizem, foi membro da juventude hitleriana, (a única atenuante é que a juventude hitleriana era administrativamente obrigatória) deveria, de facto, ter mais cuidado com a sua agenda religiosa (política), mas também com a "memória histórica".