quinta-feira, fevereiro 08, 2007

Pelo sim, pelo não votarei convictamente `SIM´…


Pelo SIM, pelo NÃO, são duas penosas realidades que atingem de forma especial as mulheres. Os 50% que cabem ao homem, quase não encaixam nem na lei nem na discussão.

Daí a hipocrisia instalada. Sim ou Não, em termos de discussão pública, em Seia e na região, parece ter-se ficado pelo ‘NIM’. Isto é: nem os poderes políticos, autárquicos, partidários, nem a dita sociedade civil, associações, grupos religiosos e afins incluídas, todos parecem estar ‘serenamente’, na ‘paz do senhor’, resguardando-se para o ‘depois’. E depois, seja qual for o resultado, vamos ter por certo as mais ‘interessantes e sublimes ’ provas de fé. É a fé do silêncio, ou o silêncio na fé.

No dia 11 de Fevereiro, o que vai estar em votação é poder ou não poder fazer uma interrupção voluntária de gravidez, assistida, apoiada, sem que a mulher tenha de ir parar à cadeia. É uma alteração ao Código Penal. Uma clarificação. Um acto de honestidade social, cívico e moral, para com todas as mulheres deste país.

‘SIM’ ou ‘NÃO’, à Interrupção Voluntária da Gravidez, é um assunto de importante impacto social e será sempre um assunto especial do foro moral, íntimo de quem penosamente decide e não pode ter Religião, nem Ideário, nem cor político-partidária. E os ‘homens’? Os `homens´, neste como noutros casos, embora presentes, são parte quase irrelevante do problema. Uma atitude tantas vezes imoral, por desresponsabilização própria e por todos legalmente aceite.

Sendo a interrupção da gravidez tão só um problema do Código Penal, é também, e tão só, um problema especial que afecta a mulher. Porque só a mulher é chamada a assumir os encargos, morais, sociais e judiciais.

A discussão, feita por homens, ficará assim, inevitavelmente, inquinada. Pior ainda é transformá-la numa ‘guerra’, trauliteira, político/partidária, quase troglodita, de vida ou de morte, tornando esta problemática, no seu essencial, quase absurda à luz do regime democrático que deveríamos viver em plenitude.

Deste modo, e para que tudo não continue na mesma, pelo sim, pelo não, votarei convictamente `SIM´…