segunda-feira, fevereiro 05, 2007

Ou “Sim” ou “Não”


“Não é possível concordar discordando, nem discordar concordando”


O movimento “Sim” avança com serenidade pré-anunciando resultados de uma vitória antecipada.

Assim é!... Depois assistirmos aos telejornais do dia, a campanha do “Não”, (prevendo antecipadamente a derrota) parece agora mais interessada em arquitectar com a AR, ou com o PS, acordos pré e pós-referendo, do que lutar pela sua causa.

O extremismo do “Não” começa a ficar desesperado, começando também a perceber que o país não tolera a penalização de mulheres que, por circunstâncias de vária ordem, foram empurradas pela vida a abortar, obviamente com o maior dos constrangimentos – ninguém aborta porque capricho.

O Movimento “Não” quer agora retirar a questão da penalização actual do referendo quando é exactamente essa a pergunta que se faz aos portugueses e às portuguesas. Quer esvaziar o referendo propondo entendimentos futuros…

Neste sentido José Sócrates esteve hoje muito bem, numa sessão promovida pelo movimento "SIM", no CCB, cortando a direito nas manobras do movimento "NÃO".
Melhor ainda esteve ao explicitar e reafirmar o conteúdo da pergunta que se coloca aos portugueses e a apelar à sua participação no referendo. José Sócrates foi contundente ao cortar cerce nas ilusões dos defensores do NÃO, que se sentiram na necessidade de prometer que no dia seguinte ao referendo resolveriam - à sua maneira - a questão da despenalização… O primeiro ministro foi peremptório: “se o Não ganhar no referendo a lei ficará exactamente como está”, dizendo ainda que: “Não é possível concordar discordando, nem discordar concordando”.

Ora neste matéria todos nos lembramos da posição hipócrita dos governos PSD/CDS de Barroso e de Santana que sempre recusaram qualquer alteração ou realização de qualquer referendo sobre a IGV, a qual não fazia parte sequer do acordo de governo desses partidos.

Agora é vê-los, esses mesmos, na televisão, travestidos sob a capa de movimentos cívicos, pretendendo esvaziar o referendo do próximo dia 11 que em sede própria se esforçaram, como sabemos, por protelar, mas que não conseguiram impedir a sua realização.

Cada dia que passa é mais claro e mais nítido, para todos, que só o voto "SIM" responde à questão referendária.

Qualquer outra posição ilude o referendo e manterá esses votantes na ilusão de não terem participado - terem passado ao lado de uma oportunidade histórica de mudar.
Na realidade o "NÃO", defende o NADA, ou melhor, que nada mude.

Será que o prof Marcelo acha que os portugueses não conseguem perceber a diferença entre ter fair-play e capacidade de rir sobre si próprio e tentar fazer deles estúpidos?

Os movimentos “Sim" não podem embarcar no jogo dos “Não” desesperados e antecipadamente derrotados.

Deixemos uma certa Igreja que insiste em ser intolerante, inquisitória e medieva, agora representada pelos novos “padrecas” como beato Bagão e o abominável César das Neves a persignarem-se compulsivamente enquanto vociferam raivas incontidas; aguentemos com serenidade os ódios primários do (pouco) Gentil Martins e outras bastonáricas figuras médicas, decrépitas e repressivo-saudosistas; ignoremos ainda a prosa ignóbil e saudosista de quem escreve por essa gente com histerismo incontido dos "Não", de que é exemplo a Laurindinha Alves de mau feitio.

Essa gente “Não” ainda não entendeu que o extremismo e a intolerância nunca foram bons conselheiros.

O "tempo" desta gentinha não é, definitivamente, o nosso tempo...

O nosso tempo é o tempo do saber, do conhecimento, da tolerância, da filantropia; é o tempo da inclusão do próximo, numa perspectiva de igualdade de oportunidade social e, sobretudo, da não discriminação, seja em que sentido for…

Neste sentido bastará a cada um de nós exercer o nosso dever de cidadania contribuindo positivamente para a construção permanente de uma sociedade mais equilibrada, mais justa e pacificada!...