domingo, maio 21, 2006

O Congressinho Tangerina

O pequeno líder, Marques Mendes, criticou esta noite, no desinteressante 29ºCongresso social-democrata, o recurso do actual governo às receitas extraordinárias.

É preciso não ter um pingo de vergonha para criticar que a promessa de não recorrer a receitas extraordinárias não foi cumprida pelo governo, quando se sabe que na altura em que Marques Mendes fez parte do executivo passou longo tempo na AR a justificar o porquê de o mesmo não ter cumprido promessas, fazendo precisamente o oposto do prometido. Nomeadamente o aumento de impostos.

Morno e triste, eram, entre outras, as palavras mais utilizadas nos corredores do Pavilhão Municipal da Póvoa de Varzim, para definir o desinteressante 29º Congresso social-democrata. Uma espécie de Congresso do bocejo.

Não se vislumbraram, os chamados notáveis, nem os protagonistas de mensagens galvanizadoras e poucos foram os que teimaram em contrariar o ambiente de “tédio” (como se comentava nos bastidores) e se mantiveram de «pedra e cal...ma» dentro de uma sala que parecia estar ausente

Salvam-se as intervenções lúcidas de: Manuela Ferreira Leite que alertou para o caminho longo e muito difícil que espera o PSD até às legislativas de 2009, defendendo que o partido deve apostar numa oposição credível e responsável, de Miguel Relvas, que referia: “temos de ser iguais a nós próprios. Não podemos mostrar que somos uns quando estamos no Governo e outros quando estamos na oposição”. Finalmente, Mendes Bota que depois de um intervenção acalorada e muito interessante apresentou a moção "Regionalizar e Descentralizar Portugal", da qual o deputado e líder do PSD/Faro era o primeiro subscritor.

Esta moção que tinha como objectivo fazer com que a Regionalização voltasse a ser debatida dentro do partido, foi rejeitada com 256 votos contra, 151 abstenções e 84 votos favoráveis.

Considerava este congressista regionalista que «está na hora de uma segunda oportunidade referendária», até porque «em 1998, provavelmente, não se falou de forma suficiente dos crescimentos quantificáveis de Portugal, dos índices de desenvolvimento sócio-económico. Optou-se por uma forma redutora de abordar» a regionalização.

Quanto aos eternos disparates do boçal BOCASSA I, rei da Ilha, um silêncio extraordinário. Pelo contrário, Alberto João Jardim encabeça agora a lista para o Conselho Nacional do PSD, a convite de Marques Mendes.

O líder regional do PSD aceitou o convite por entender se necessário, neste momento, dar um «sinal de coesão partidária», por um lado, e por as próximas eleições serem as Legislativas Regionais, em 2008, por outro.

Notável esta submissão de um partido a um só homem que parece estar acima da lei.