domingo, novembro 22, 2009


Contributo para diminuir o défice das Contas Públicas pelo lado da despesa!...



À falta de uma eficaz Regionalização que tarda em nos libertar do Poder Central e que faz com que o Litoral evolua constantemente e o Interior vá definhando a cada dia que passa, os governadores civis, nomeados pelos governos, continuam a existir, exclusivamente, como agentes políticos , representantes do governo nos distritos, com excepção dos Açores e da Madeira, essas sim verdadeiras regiões que tantos de nós gostaríamos de ser.
Se nunca se soube muito bem para que serviam até agora, com o gradual esvaziamento e a perda de competências em favor das autarquias, muito menos se justifica este desperdício constante, diria mesmo esta inutilidade, com consequências significativas no delapidar do erário público. Sim porque este capricho, além de nos ficar muito caro é uma ficção governativa limitada a uma restrita área de competências, (passaporte, festas e inaugurações), enquanto durar o governo que os nomeou, mas assegura excelente rendimento a cada um deles com o desiderato de apenas se manterem fiéis...
Os Governos civis são assim um modo de satisfazer clientelas partidárias, portanto coisa que interessa a todos os partidos que estão ou esperam vir a estar no Governo, pelo que nenhum deles está interessado em acabar com estes cargos, com excepção, por razões óbvias, dos partidos de pequena expressão eleitoral.
O caso é tão mais deplorável quando os nomeados são pessoas aposentadas. Pessoas que já trabalharam uma vida inteira e por alguma razão são aposentadas deveriam agora descansar e dar emprego a outros… Pois sim, num país de desempregados, em vez de se criarem postos de trabalho, não! Vamos dar outro salário a quem já tem um e negar um único salário a quem nada tem!...
Veja-se então o deplorável caso do nosso distrito.
A até agora, comissária política do governo, perdão, Governadora Civil, Maria do Carmo, aposentada e, portanto, à semelhança do cidadão comum, sem necessidade de outro salário, foi nomeada governadora.
Não bastando isso, a Sra. teve um acidente e durante anos andou a arrastar-se, a locomover-se de canadianas sem capacidade para fazer face, sequer, à exígua agenda política, o que a obrigava a estar quase sistematicamente ausente de encontros ou reuniões. Porque é que esta situação, deprimente, se arrastou tanto tempo? Que interesses estiveram por detrás desta teimosia da manutenção no cargo, de alguém sem ideias, sem dinâmica, sem genica, quando desta situação só podiam resultar prejuízos para o distrito?
Enfim..., mas o pior de tudo na vida é não sabermos aprender com a pedagogia do erro, pois só os jumentos erram duas vezes na solução para o mesmíssimo problema.
Não é que o (novo) Governador Civil, nomeado pelo governo, é novamente um cidadão aposentado há mais de três mandatos autárquicos? Pois é, Santinho Pacheco, antigo presidente da câmara de Gouveia é o novo comissário político do Governo no nosso distrito.
Vamos aguardar para ver como é que, mais uma vez, este aposentado vai cumprir as suas esvaziadas competências…
Uma promessa recorrente na política, em Portugal, foi a de acabar com os governos civis. Já foi prometido pelo PS, em 2001 quando perdeu e em 2004 quando ganhou. Foi também bandeira do PSD, na vitória de 2001 e na derrota de 2004.
Não será já tempo de arranjar coragem e acabar com eles de vez?... Afinal era capaz de ser um contributo significativo para diminuir o défice das Contas Públicas pelo lado da despesa!...
Apesar de tudo um abraço de amizade ao meu amigo Miguel, novo governador de Viseu, que é um jovem, com muita genica, além de ter a vantagem de não ser mais um aposentado a arrastar-se por aí…