quarta-feira, fevereiro 06, 2008

Pelo menos na honestidade, o povo faz justiça aos professores


O povo português reconhece nos professores a honestidade que não reconhece nos políticos. É natural. Quando a democracia representativa esmaga a democracia participativa, como está a acontecer em Portugal como em muitos outros países, acontece isto.

Tem feito escola a política dos grandes grupos económicos que "investem nos seus políticos sobretudo em época de eleições" o que leva a economia de mercado a “controlar” a democracia, ficando, muitas vezes, para o povo o poder ilusório do voto. Se não veja-se: quando o bastonário da Ordem dos advogados fala de corrupção e procura animar a participação com a denúncia de corrupções por parte dos cidadãos, vem logo a terreiro quase todos os políticos desta democracia representativa em defesa do seu estatuto pessoal ou corporativo.

Depois de ter lido o que algumas vozes vêm opinando sobre os professores, não me admira do triste e inculto povo que nós somos. É como no futebol, todos somos treinadores de bancada, mas para se reflectir sobre a educação e as funções essenciais da pedagogia, é preciso ser professor, trabalhar com os alunos, enfim, ter experiência para podermos falar de pedagogia com alguma propriedade. Agora muito dos disparates que vou lendo só revelam total ignorância. São apenas má-língua de quem não sabe estar calado e que abrange, culturalmente, senão mesmo geneticamente, a maior parte da população portuguesa. Confirma-se que somos mesmo uns pobres de espírito num país de pequenos tiranetes, sofrendo de mal de inveja.

Então não se vê como os políticos, os gestores, enriquecem de um dia para o outro? Se a personagem não foi herdada de qualquer fortuna, como é que pouco tempo depois de ocupar cargos políticos o património aumenta sem justificação plausível?

O bastonário pôs a mão na ferida dos políticos, o que é de louvar, mas devia preocupar-se também com a legislação, incluindo a que respeita à pedofilia, que os deputados dos dois maiores partidos criaram na Assembleia da República, um trabalho que envergonharia qualquer democracia parlamentar!

Há reformas, privilégios, na carreira judicial e que o Sr. Bastonário sabe que não são compatíveis com a pobreza do nosso país. Prestaria um nobre serviço à democracia se denunciasse casos, como o direito a casa própria ou uma renda de habitação, para exercerem as suas funções, e mais e muito mais que sabe.... E também sabe das artimanhas que alguns advogados e economistas, por exemplo, usam para fugir aos impostos. Estes senhores, de língua viperina, em vez de se preocuparem com os trocados relativos à remuneração dos professores, deviam abrir mais os olhos para o peixe graúdo que aumenta, (e diversifica) de legislatura em legislatura, estes sim, estes é que levam tudo e não deixam nada....