“SIM”
Como já antecipadamente se previa, o “SIM” ganhou.
Em primeiro lugar foi a vitória das mulheres, que se libertaram da clandestinidade e dos riscos que lhe estavam associados: perigo de vida, sequelas irreversíveis, devassa da intimidade, perseguições judiciais e humilhações cruéis. Ganharam, ainda, todos aqueles que defendem uma maternidade consciente e desejada, sem estigmas nem medos.
Esta é uma vitória civilizacional que coloca a legislação portuguesa a par da dos países europeus, EUA e Canadá, abandonando a companhia pouco recomendável da Polónia, Irlanda e Malta.
Portugal, republicano e laico deixou para trás o país arcaico, dando um irreversível e definitivo um salto para a Modernidade. Ao mesmo tempo parece ter sido derrubada a última bandeira da Direita e Extrema-direita Portuguesa.
Já se sabia que a extrema-direita estava pelo “Não” mesmo antes da campanha começar e a comprová-lo verificou-se a existência de uma manifestação em Madrid em que cerca de 80 pessoas se reuniram num protesto a favor do "Não" em frente à embaixada portuguesa promovido por dois partidos, um português e um espanhol, de extrema-direita… Na altura, o líder do partido de extrema-direita, Alternativa Portugal, dizia que o seu partido "se colocava do lado da vida e contra a cultura da morte", nascendo "dentro das forças patrióticas e nacionais" e em "defesa da integridade nacional", manifestando-se confiante na vitória do "Não".
Agora com este resultado, finalmente, confirma-se que a Direita parece ter ficado definitivamente órfã de causas que lhe permita manifestar-se ruidosamente.
Finalmente…
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