terça-feira, julho 18, 2006

OS EXAMES DO ENSINO SECUNDÁRIO

A senhora ministra agora não tem nada a dizer?

A senhora ministra da educação, sempre tão ligeira a tecer comentários públicos sobre os males que afectam o ensino, agora não tem nada a dizer?

Depois dos pareceres da Sociedade Portuguesa de Química e da Associação Portuguesa que Matemática que denunciaram a existência de "incorrecções nos enunciados, alguma confusão na formulação das perguntas e desajustamento entre o tempo estipulado para a realização da prova e o efectivamente necessário".

Depois dos comprovadamente detectados erros na elaboração de provas, de Química e de Física relativos aos novos programas das duas disciplinas assim como a extensão do teste de Matemática, a única declaração que fez sobre os resultados desastrosos das provas foi para dizer que os alunos deviam ter estudado mais?

O mais elementar sentido de justiça exigiria que fosse dada, a todos os alunos, a oportunidade de fazerem melhoria de nota na segunda fase dos exames, mantendo a possibilidade de se candidatarem na primeira fase de acesso ao ensino superior, pois que o Ministério da Educação ao abrir uma excepção para os alunos que realizaram os exames nacionais de Química e de Física e não ter feito o mesmo para a disciplina de Matemática, não está a tentar reparar o erro com outro erro bem maior?…

E os alunos que deixaram exames para a 2ª fase, prejudicados com a situação de privilégio que foi agora criada para alguns dos seus colegas que, por sorte, os fizeram na 1º fase?

De acordo com a legislação em vigor, qualquer aluno do 12º ano pode repetir um exame na segunda fase, por ter reprovado na primeira ou por pretender melhorar a nota, mas se o fizer, fica obrigado a concorrer apenas à segunda fase de acesso ao ensino superior, que decorre Setembro.

Se se tem que repetir alguma prova terá que ser dada a mesma oportunidade a todos os alunos. Se assim não for, eles não irão esquecer nunca algo que marcará para sempre a sua carreira académica e, sobretudo, a frustração provocada pelo ministério da Educação que, por uma decisão leviana da sua titular, impediu estes alunos de um dia entrarem no curso que sempre sonharam...