quinta-feira, março 05, 2009


Não há Rosa sem Espinho



No passado dia 27 de Fevereiro José Sócrates abria o congresso de Espinho, aparentemente, sem qualquer oposição organizada.
Apesar disso o XVI Congresso do PS era visto, já de véspera, e para uma certa comunicação social, um congresso recheado de tabus desde o Alegre anátema até outras coisas mais ou menos nebulosas e dando jeito que fossem até tenebrosas. Ora se a rosa está mais rubra, mais bela como todas as rosas que se prezam de serem belas, corre o risco de ter, inevitavelmente, espinhos que a protejam. Espinhos esses que muitas vezes a tornam ainda mais bela. As directas tudo antecipam retirando muitas das surpresas e, por isso, constatava-se à partida uma grande unanimidade, em torno da moção e do seu líder recém-eleito. Apesar de a moção política global de José Sócrates ter a concorrência de dois documentos alternativos (subscritos pelo inefável António Brotas e Fonseca Ferreira), jamais alguém teria dúvidas que os 1729 delegados eleitos pelas bases e os 133 inerentes com direito a voto elegeriam o projecto do líder, (reeleito 15 dias antes secretário-geral) por números esmagadores, aliás como viria a acontecer
Isto não quer dizer unanimismo, mas quer dizer, sobretudo, que a “rosa do PS” está cada vez mais viçosa e exuberante independentemente de alguns, inevitáveis, espinhos em que quase todos evitam picar-se
O secretário-geral levava no bolso a sua, mais que discutida, moção que representa uma viragem à esquerda da família socialista, definindo os princípios de um Estado forte e dinamizador da economia, mas levava sobretudo o verdadeiro tabu que viria a apanhar quase todos de surpresa e que era o cabeça-de-lista às europeias, Vital Moreira, o grande trunfo de José Sócrates que embatucava quase toda a comunicação social sempre tão previsível quando não mesmo profética.
Sócrates subia ao púlpito saudando todos os militantes referia: "agradeço, do fundo do coração, olhos nos olhos, a confiança que em mim depositaram e a solidariedade que tive nos momentos mais difíceis". A seguir, levantava a voz para denunciar, e também para se defender, referindo que nunca e tinha sentido só, como também nunca sentiu fala de apoio do partido.
Referindo a seguir que “o Povo é quem mais ordena”, fez recordar Abril, fazendo também levantar toda a sala tendo recebido também os maiores aplausos da noite. É a viragem às causas que são caras à Esquerda moderna , culta e civilizada. Gostei...