segunda-feira, dezembro 31, 2007


Meu amigo(a): se o Novo Ano não te trouxer aquilo que tu desejas, pelo menos que te traga tudo aquilo que precisas…


Com a minha Amizade podes continuar a contar!...

Um Próspero Ano Novo para TODOS!...

quinta-feira, dezembro 27, 2007

Benazir Butho Assassinada

A barbárie volta à sua actividade sanguinária

Ou a "Crónica de uma morte anunciada"


Ao contrário do fanatismo, a verdadeira religião, seja qual for a sua vertente, nada tem a ver com actos de violência ou sofrimento, já que a base de cada credo é a tolerância e respeito pelo outro. Já o Homem, esse sim, quando levado emocionalmente por derivas fundamentalistas e extremistas radicais perde toda a sua racionalidade tornando-se ele próprio inimigo de si... A estupidez humana não tem limites sobretudo quando é ditada por esse fundamentalismo religioso bacoco mas sanguinário e cruel.

Benazir Butho, nasceu em 21 de Junho de 1953. Era filha do antigo primeiro-ministro Zulfikar Ali Bhutto. Benazir estudou nos Estados Unidos, em Harvard, tendo-se licenciado em Filosofia em Oxford.

Benazir Bhutto foi a primeira mulher da era moderna a liderar um país muçulmano. Na altura tinha apenas 35 anos. Foi duas vezes primeira-ministra da República Islâmica do Paquistão de 1988 a 1990 e de 1993 a 1996. Das duas vezes foi demitida.

Apesar de ser mulher teve a veleidade querer voltar a ser líder politica num país muçulmano cada vez mais fundamentalista. Precisamente por isso demonstrou ser uma mulher de coragem admirável que apesar de saber que estaria "marcada para morrer" continuou impávida e serena a sua luta por tudo aquilo em que acreditava...

Quantos teríamos coragem para fazer o mesmo? Quanto de nós teríamos a mesma coragem para lutar por tudo aquilo em que acreditamos ser o melhor e o mais justo?

A minha homenagem a uma verdadeira Mulher que teve a veleidade de sonhar ser novamente líder dum país de fundamentalistas radicais inimigos da suas próprias sombras.

segunda-feira, dezembro 24, 2007

Boas Festas

(Clique na imagem)

sábado, dezembro 22, 2007

Ecos da última Assembleia Municipal de Seia


A última sessão da Assembleia Municipal, que teve lugar na passada sexta feira, dia 14 de Dezembro, revelou-se numa autêntica sexta-feira negra para a oposição do PSD.

Deprimente! Só visto porque contado ninguém acredita! Parece até que a Oposição local desistiu de vir um dia a ser um dia alternativa, tal é o descrédito…

O descrédito é tanto que o PSD local assemelha-se agora ao próprio partido, (para pior) a nível nacional.

Um partido sem projecto, sem dirigentes credíveis e sem causas, o que ainda é pior…

Parece cada vez mais distante da alternativa à governação PS, até parece que o PSD passou a não acreditar nele próprio e deixou de ter esperança em melhores dias…




sexta-feira, dezembro 14, 2007

A REFORMA DO REGIME DE GESTÃO ESCOLAR

A meia-surpresa de Sócrates, no debate mensal da Assembleia, que subscrevo inteiramente.

As principais alterações apresentadas pelo primeiro-ministro são que os Directores Executivos deixarão de ser eleitos, passando a ser escolhidos através de um concurso, tendo em conta a análise do currículo e outros critérios previamente definidos. A grande novidade do debate mensal de ontem viria a público pelo próprio José Sócrates que anunciava ao hemiciclo que as escolas iriam passar a ser dirigidas por um director executivo, obrigatoriamente um professor que será escolhido pelo Conselho Geral, um órgão constituído por docentes, pais, autarquias e actividades locais ou seja um órgão idêntico à actual Assembleia de Escola, mais alargada e mais representativa da comunidade onde a escola se insere, onde os professores não terão maioria.

O novo diploma prevê três objectivos principais que já não são propriamente novidade na Escola Pública, mas que ao serem reforçadas passam a ter um impacto significativo desde que se disponibilizem os meios necessários à obtenção de uma verdadeira autonomia.

Em primeiro lugar abrir a escola, reforçando a participação das famílias e comunidades na sua direcção estratégica; em segundo lugar favorecer a constituição de lideranças fortes nas escolas e por último reforçar a autonomia das escolas”

O director executivo, que será sempre um professor, de cada escola, passará a ser escolhido, por concurso, pelo órgão colegial, o Conselho Geral (a grande diferença relativamente à proposta do PSD em que previa um gestor de carreira). O Conselho Geral esta a outra novidade. Se o facto de ser obrigatoriamente um professor para mim não é surpresa (não se vislumbra como alguém sem formação pedagógica poderá gerir com eficácia uma Escola ou Agrupamento de escolas.

Na sua habitual e desastrada intervenção o secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, criticava esta reforma da gestão escolar anunciada pelo primeiro-ministro, dizendo que é um golpe à escola democrática Qual Escola Democrática? Afinando pelo mesmo diapasão do grande Jerónimo, (vá se lá saber porquê) a Federação Nacional dos Professores (Fenprof) criticou também a reforma da gestão escolar anunciada referindo que, “o modelo anunciado hoje aponta para uma concentração de poderes num órgão unipessoal, contrariando uma cultura de colegialidade e participação democrática de todos os que se envolvem no quotidiano escolar, sufocados que ficam perante o desmesurado poder que o Governo quer atribuir àqueles que considera a liderança forte das escolas”. Enfim, discurso de quem esse encontra completamente afastado da realidade da Escola Pública.

Esta reforma da gestão escolar, da qual estou completamente de acordo, só peca por tardia. O mundo evolui a cada momento, nada na vida é perene. Os grandes desafios exigem soluções à altura, pois a tradição já não é o que era, nem aquilo que outrora foi. Independentemente dos nostálgicos do passado o mundo pula e avança, como já o referia Rómulo de carvalho, (António Gedeão) esse pedagogo incontornável das ciências, um professor de uma dimensão verdadeiramente universal.




quarta-feira, dezembro 12, 2007


O ORGULHO DE SER PORTUGUÊS



Haverá alternativas ao modelo social europeu?

Todos sabemos que a família política do chamado Grupo de Esquerda Unitária, bem como a família de outros eurocépticos da direita foram sempre ferozes inimigos da União Europeia, aliás todos nós temos ainda bem presente a luta que esses grupos extremistas da esquerda e direita travaram à volta da nossa adesão à então CEE, tentando impedi-la por todos os meios.

Para o recordar basta atentarmos nas campanhas anti CEE levadas a cabo quer pelos comunistas do PCP, bem como ferozes intervenções anti-europeiistas de Paulo Portas e de Manuel Monteiro do CDS/PP…

Fantástico! Apesar de todo este eurocepticismo, nunca esta gente deixou de concorrer às eleições europeias, jamais abdicaram dos seus lugares nos Parlamento Europeu, nem das benesses que esses lugares lhes dão em retorno, seja no conforto e bem estar social que daí lhes advém como, sobretudo, no económico.

Hoje, passados mais de 20 anos, perante o sucesso da União Europeia, os dirigentes desses “grupelhos”, sem peso político para modificarem o que quer que seja, modificaram o discurso oficial “anti-Europa”. Mas apesar de moderarem e até inflectirem esse discurso anti-europa, tentam ainda de forma diversificada e mais subtil dar continuidade a esse ódio de estimação, (será nostalgia autocrática?) tentando criar um clima corrosivo de instabilidade política na família Europeia. E para quê? Estranhos desígnios esses! O que pretenderão eles atingir?

Não quero imaginar o que seria a nossa realidade económica e social, nos dias que de hoje, caso não acontecesse a nossa adesão À CEE em 1986. Imaginemos o que seria, ao visualizar-mos os episódios da série “Portugal um Retrato Social” do António Barreto que passou recentemente na RTP1. Seria certamente a imagem pobre e subdesenvolvida de um Portugal orgulhosamente só! Basta imaginar o que seria a nossa realidade socio-económica sem a fundamental ajuda dos nossos parceiros europeus, para o nosso desenvolvimento, até na consolidação da própria democracia.

Não fora a perseverança de um grande político português de nome Mário Soares, e a ajuda fundamental da União Europeia, e Portugal ainda hoje seria um país parecido com aqueles países pertencentes (talvez não tão mau) ao ex-Bloco de Leste desmoronado. Lembram-se daquele muro que se esboroou e deixou ver a crua realidade resultante de uma união artificialmente construída e mantida à força? Esse modelo de desenvolvimento, sim, foi um rotundo falhanço económico, político e social.

Qual é então a alternativa à E.U. que o pseudo importante Grupo de Esquerda Unitária, e os eurocépticos, da direita propõem?

Hoje, em Bruxelas, na véspera da assinatura do Tratado de Lisboa, ocorria no Parlamento Europeu, a cerimónia de proclamação solene da Carta dos Direitos Fundamentais dos cidadãos europeus, pelos presidentes das instituições europeias, José Sócrates (Conselho Europeu em exercício), José Manuel Durão Barroso (Comissão Europeia) e Hans-Gert Poettering (Parlamento Europeu).

Foi muito feio ver durante a cerimónia, deputados do Grupo de Esquerda Unitária - que inclui as delegações portuguesas do PCP e Bloco de Esquerda - interromperem a sessão plenária, antes e durante a intervenção do primeiro-ministro português, (Presidente do Conselho Europeu em exercício) para exigirem a realização de referendos aos Tratado de Lisboa. Foi vergonhosa esta atitude hostil ter precisamente partido destes deputados portugueses

Os eurodeputados daquele grupo político, ao qual se juntaram alguns deputados de outras bancadas, vaiaram o primeiro ministro português, Presidente em exercício do Conselho, no momento em que se preparava para discursar, mostrando faixas a exigir a realização de consultas populares aos gritos de referendo, referendo. Só exigimos referendo quando nos convém não é meus senhores?

Em resposta ao protesto, deste pequeno mas ruidoso grupo de eurocépticos, a maioria esmagadora dos eurodeputados, pertencentes às restantes famílias políticas, aplaudiram de pé o Presidente José Sócrates, que durante a intervenção afirmava: «por mais que muitos gritem, impedindo os outros de falar, esta é uma data fundamental da história europeia».

Pois é senhores, eurocépticos portugueses, hoje pude ver um Portugal respeitado e com voz no Parlamento Europeu, ao contrário de vós, senti com emoção e com muito orgulho ser PORTUGUÊS, mas amanhã, na assinatura do Tratado de Lisboa, nos Jerónimos, seguramente, sentirei mais orgulho ainda!...

Este sentir, tão raro, (e que tão afastado tem andado de nós) é uma espécie de medicamento da “alma”, e é tão bom que nos faz renascer novamente o orgulho DO SER PORTUGUÊS. Pena é que nem todos os portugueses consigam sentir, com ele, qualquer melhora para a cura das suas crónicas maleitas…



segunda-feira, dezembro 10, 2007


O PCP e a Cimeira EU/UA

Ao cair do pano do evento, a União Africana considerava a Cimeira UE/África “um êxito”, elogiando Portugal pela sua hospitalidade e organização dos trabalhos. “O sucesso desta Cimeira reflecte o empenho e vontade dos dois continentes a abre grandes expectativas a África e Europa”, declarava Alpha Konaré, Presidente da Comissão da União Africana.

Enquanto isto, o intrépido e palavroso Jerónimo de Sousa acusava os dirigentes europeus de terem uma posição de novos colonialistas em relação a África!

A que tipo de novo colonialismo se referiria o audaz líder da quarta força política representada na Assembleia da República, nesta sua deriva estalinista?

Seria ao colonialismo encapotado dos primeiros tempos da independência de Angola, com a tomada do poder pelo MPLA, sob a estratégia do seu partido e influência político/militar da então omnipotente e omnipresente União Soviética, (que Deus a tenha) com o apoio dos operacionais cubanos que ajudaram o grande democrata Eduardo dos Santos a consolidar o poder numa verdadeira democracia naquele país que se prolonga até hoje? Será um problema de memória curta ou pensará o arrojado dirigente comunista que somos todos parvos? E é esta crítica proveniente de quem tantos telhados de vidro tem…

É preciso ter lata!...


U.E./U.A.

A crónica de uma Cimeira bem sucedida de (duvidoso) êxito anunciado

Estará ultrapassado o pacto colonialista do passado?

Mas que azar… A Cimeira de Lisboa foi, seguramente, mais um contratempo para os habituais profetas da desgraça!

Temos que acreditar que haverá sempre homens capazes de vencer o pessimismo dos cépticos e o habitual teor negativo dos oportunistas, enfrentando ditadores, desafiando os racistas e os corruptos, eles próprios causadores de tanta miséria insana que comanda hoje o mundo e cujas vítimas são sempre o lado mais fraco e quem mais sofre.

Ao fim de dois dias de reunião entre mais de 80 Chefes de Estado e de Governo dos dois continentes, o Primeiro-ministro Sócrates, Presidente da EU em exercício, manifestava a convicção de que nada seria como antes nas relações entre europeus e africanos. Parabéns José Sócrates!

Apesar das incertezas que fervilhavam sob a pressão da “panela” do Zimbabué e do Darfur, as expectativas, relativamente à Cimeira de Lisboa eram elevadas. No entanto, Sócrates, saberia “deitar água na fervura” e conseguir, diplomaticamente, que os temas controversos, nomeadamente sobre os direitos do homem, entrassem na agenda, sem cortar as vias de diálogo com os países visados e seus aliados africanos.

O maior êxito desta cimeira teria sido conseguir que os dois continentes dialogassem "olhos nos olhos" sem assuntos tabu. E, de facto, não existe outro caminho entre os povos sejam eles da UE e de África, sejam eles de outros continentes.

Nesta Cimeira iria ter lugar o diálogo permanente, com objectivos concretos e comuns: direitos humanos, desenvolvimento económico com uma justa política de trocas comerciais e uma relação bilateral sem complexos. Esta estratégia obrigou a ultrapassar definitivamente os velhos preconceitos por todos conhecidos, entre colonizados e colonizadores. Ufa, já não era sem tempo!..

Por isso, neste contexto, e na conjuntura actual, sinto que fleuma britânica da velha Albion teve a habitual postura empertigada, inflexível e pretensiosa, como que a querer dar lições de princípios, aos restantes, mas esquecendo-se de uma parte marcante do seu passado, o que a obrigaria a uma atitude bem mais humilde como país colonizador por excelência.

Independentemente deste incidente, (irrelevante) para a amplitude de tudo aquilo que estava em jogo, o momento foi de virar a página e progredir no caminho de diálogo que agora se inicia, porque os povos destes "dois mundos", assim o desejam, ou melhor, assim o exigem.

Para Sócrates, Presidente da EU em exercício, a Cimeira foi um encontro entre iguais e é para já uma aproximação entre dois continentes. No futuro poderá contribuir para melhorar as relações politicas, económicas e comerciais. Ficando também a convicção de que se verificaram resultados positivos ao nível do respeito pelos direitos humanos.

Já para os líderes africanos foi uma cimeira histórica onde foram dados passos importantes para a cooperação entre os dois continentes. O Presidente da Comissão da União Africana diz que por fim está ultrapassado o pacto colonialista do passado.

Tanto o continente africano como a velha Europa precisavam desta ponte aberta agora e outras aproximações que despertem consciências num futuro bem curto. Portugal e os portugueses devem orgulhar-se desta realização que veio proporcionar uma nova oportunidade de entendimento entre os povos.

Fiquei com a convicção de que foram dadas as primeiras fumaças no cachimbo da Paz… Acreditar é preciso e sonhar também…

domingo, dezembro 09, 2007

A NOSSA PROVIDENCIAL “CHICO- ESPERTICE”

(agora também na área da saúde)

Governo paga 25 milhões a hospitais para formar médicos, referia em título na sua edição de anteontem, o Diário de Notícias

No desenvolvimento da notícia podia ler-se: O Ministério da Saúde teve que oferecer dinheiro aos hospitais para que este ano todos os alunos que acabaram o curso de medicina tenham colocação no internato (o estágio que se segue à licenciatura, sem o qual não podem exercer a profissão). As unidades do Serviço Nacional de Saúde (SNS) não estavam dispostas a receber mais porque a formação é um peso financeiro acrescido, em altura de contenção de custos. E este ano há 300 (30%) a mais para colocar, que saíram, pela primeira vez, dos cursos criados nas universidades da Beira Interior e do Minho, aos quais se juntam os estudantes portugueses que estudaram no estrangeiro.”

O meu comentário: existem coisas que não consigo entender, pois que apesar da actual e comprovada carência de médicos parece que nem para estes a empregabilidade está assegurada. No mínimo, há pela área da saúde alguma confusão sobre o papel das instituições na formação dos futuros profissionais médicos. Há semelhança da Escolas que proporcionam formação pedagógica habilitando profissionalmente os futuros professores, também as instituições de Saúde têm o dever, (e a obrigação) de proporcionar aos futuros médicos a sua formação profissional bem como os custos inerentes aos diferentes estágios.

Para os novos hospitais-empresa e clínicas particulares, Ir buscar de borla os médicos profissionalizados, que já outras instituições formaram, parece ser uma solução bem mais fácil e económica. Ou seja, continuamos a apostar no resultado da nossa providencial chico-espertice, pois sempre poupamos uns trocos, não é verdade senhores administradores hospitalares?

sexta-feira, dezembro 07, 2007

.. first real Europe-Africa summit ...

Lisbon’s three African policies

The somewhat Europe-oriented stance of Portuguese Prime Minister José Socrates on African matters is shared with the former Minister for Foreign Affairs and current Ambassador to Paris, Antonio Monteiro and by the President of the European Commission , Durao Barroso .

Lisbon still keeps a close watch on its former colonies in Africa. Beyond a sentimental attachment and economic interest in Angolan oil or the construction sector in its Portuguese-speaking “back yard”, Africa also acts as Portugal’s lever in Europe. Hence, Lisbon has the ambition of organising the first real Europe-Africa summit during its presidency of the European Union. This focus takes stock of Portugal’s networks of influence in Africa, from the veterans to the new Portuguese “Africanists”.

A Cimeira UE -Africa

Esta Cimeira é, na realidade, uma enorme vitória da diplomacia portuguesa e uma das nossas maiores realizações diplomáticas de todos os tempos, (incluindo o tempo do Império) e, seguramente, a maior do Portugal Europeu.

Como europeísta convicto, desde a primeira hora, é bom sentir que Portugal ganhou novamente dimensão planetária e que, apesar dos profetas da desgraça anti-europeistas, do CDS-PP e do PCP, que tudo fizeram para evitar a nossa entrada na então Comunidade Europeia, foi o melhor que nos poderia ter acontecido. A adesão não só foi conseguida como consolidada e os cépticos do costume não tiveram outro remédio que não fosse mudar o seu discurso e a sua atitude bacoca.

A União Europeia além de promover a consolidação da nossa democracia, foi marcante no nosso desenvolvimento económico e social, como também está a ser na nossa credibilidade e visibilidade internacional.

Apesar de tudo, e na sequência daquilo que acabo de dizer, este fim-de-semana, Lisboa passou de cidade apelativa a cidade europeia pouco recomendável, pois está muito mal frequentada por causa de muita daquela gente que irá participar na cimeira. Eu esclareço.

À luz do pensamento civilizacional europeu e da cultura democrática ocidental nunca iremos entender que a justa luta pela libertação colonial encetada na segunda metade do séc. XX pelos povos africanos pudesse acabar com a entrega do poder nas mãos de políticos corruptos, sem escrúpulos, nem pudor, autênticos facínoras ditadores que, perpetuando-se no poder transformaram países de elevado potencial de crescimento e bem-estar dos seus habitantes em autênticas cleptocracias, onde, escandalosamente, vão apenas enriquecendo o ditadores e as famílias.

Preocupante é que o povo africano, na sua generalidade, foi condenado à miséria e lançado à sua sorte, passando a viver muito pior do que no tempo do tão condenável colonialismo contra o qual lutou.

O povo africano necessita de toda a nossa ajuda para se reerguer e voltar a viver com a dignidade a que qualquer ser humano de qualquer cor, de qualquer raça tem direito.


domingo, dezembro 02, 2007

Os conspiradores de 1640

A Restauração da Independência

= 1 de Dezembro de 1640 =

Ontem, foi feriado em Portugal. Ocorreu mais um aniversário da Restauração da Independência de Portugal.

Tudo começou em finais do séc. XVI. O rei de Portugal era o jovem, sonhador, aventureiro e imaturo como todos os jovens da sua idade de nome próprio Sebastião.

Como todos sabemos, em 1578, D. Sebastião morreu, na sua aventura africana durante a batalha de Alcácer-Quibir, onde os portugueses seriam derrotados sem honra e sem glória e Portugal ficava, assim, “sem rei, nem roque”, pois o jovem rei aventureiro era muito novo e, como tal, ainda não tinha descendência, como também não havia herdeiros directos para a coroa portuguesa. Portugal ficaria sem recursos financeiro, com a sua melhor juventude dizimada na imprevidente batalha. Foi a crise de 1580 talvez a nossa maior de sempre.

Naquele momento de grande crise política, económica, social e de governo, o velho Cardeal D. Henrique, tio-avô do falecido rei, subiria ao trono, mas reinaria apenas durante dois anos porque, além do facto de nem todos estarem de acordo com novo rei, este também já era de provecta idade. Como estas coisas nunca são simples, houve muitos pretendentes e isto ainda iria dar muita confusão... Assim, em 1580, o velho cardeal-rei falecia também, sem ter designado um sucessor, pelo que o familiar mais próximo do trono seria Filipe II de Espanha. Por isso, em 1580, nas Cortes de Tomar, Filipe II, rei de Espanha, era escolhido como o novo rei de Portugal.

A razão para a escolha foi simples, pois Filipe II era filho da infanta D. Isabel e simultaneamente neto do rei português D. Manuel I, por isso tinha todo o direito ao trono apesar da luta movida por António Prior do Crato.

Numa réstia de esperança patriótica os portugueses ainda aclamariam D. António Prior do Crato como rei de Portugal, mas os espanhóis não aceitaram este facto e invadiram o nosso País, defendendo a posição de Filipe II, rei de Espanha, como legítimo sucessor ao trono vencendo definitivamente D. António Prior do Crato na batalha de Alcântara. Os vencedores tomavam definitivamente assento no trono português submetendo-nos a 60 anos de domínio castelhano pelo que a capital do Império deixava de ser Lisboa e passava a ser Madrid.

Portugal seria assim, governado como uma Província espanhola pelos três os reis que se seguiram, (Filipe I, Filipe II e Filipe III), o denominado período de "Domínio Filipino", entre os anos de 1580 e 1640.

Como é natural, os portugueses viviam descontentes e compreendiam que só uma revolução bem organizada lhes poderia trazer a libertação. Assim, no 1º de Dezembro de 1640, um grupo de 40 fidalgos dirigiu-se ao Paço da Ribeira destituíram a Governadora, duquesa de Mântua, regente de Portugal, e o seu secretário, Miguel de Vasconcelos. Nessa revolta bem sucedida a duquesa seria presa e o seu secretário, Miguel de Vasconcelos, morto.

Portugal recuperava a sua independência, era a instauração da casa de Bragança, sendo D. João IV, duque de Bragança, aclamado rei com o cognome de "o Restaurador"que devido aos factos lhe assentou como uma luva.

No entanto para a consolidação nacional da nossa Independência seria mantida a guerra da restauração que durou vinte e oito anos, com a qual foi possível suster as sucessivas tentativas de invasão do exército de Castela e vencê-lo nas mais importantes batalhas, levando os castelhanos a assinar o tratado de paz definitivo em 1668.

É muito importante referir que o nosso sucesso militar só foi possível devido à conjugação de diversas vertentes como a coincidência das revoltas na Catalunha, os esforços diplomáticos da Inglaterra, França, Holanda e Roma, a reorganização do exército português, a reconstrução de fortalezas e a consolidação política e administrativa.

Paralelamente, as tropas portuguesas conseguiriam expulsar os holandeses do Brasil, como também de Angola e de São Tomé e Príncipe restabelecendo o poder atlântico português. No entanto, as perdas no Oriente tornaram-se irreversíveis bem como das praças africana das quais, Ceuta ficaria definitivamente na posse dos Castelhanos.

O primeiro de Dezembro é uma efeméride marcante, de grande significado patriótico e de afirmação da portugalidade. É lamentável que seja apenas lembrada como feriado e não o significado que deveria ter.

“Há sempre alguém que resiste / há sempre alguém que diz não"...!

Manuel Alegre


Monumento aos Restauradores – Lisboa


1º de Dezembro - Dia Mundial da Luta Contra a Sida.




"A sida não é apenas um problema de saúde, é um problema social"



A loucura colectiva:

As últimas estimativas da Organização Mundial da Saúde revelam que, em todo o Mundo, 33 milhões de pessoas são seropositivas ou têm sida.


Alarmante:

Os casos de HIV por transmissão estão a aumentar, em Portugal, o que mostra uma continuação dos comportamentos de risco. Continuamos com «valores muito altos de casos de sida por milhão de habitantes».

Segundo o mais recente relatório anual do Programa das Nações Unidas sobre a doença, o número de casos notificados torna Portugal é o quarto país da Europa Ocidental que mais casos novos de infecção por VIH diagnosticou em 2006.


Burrice leviana:

Este aumento de casos é devido à pouca racionalidade e ignorância reforçada com a natureza religiosa, cultural e emocional dos portugueses, (os cidadãos receiam também ser estigmatizados, cabendo-lhes o direito à sua privacidade) o que se reflecte na falta na prevenção, (“a malta quer é sexo ao natural, nem que pague mais por isso!”), reforçada com a escassez de campanhas e, ainda do facto de, no nosso país, se continuar a encarar os assuntos relacionados com a sexualidade como um tabu, característica dos países católicos mais atrasados. Se, por exemplo, na Escola continuarmos a evitar falar sobre educação sexual, se não falarmos de prevenção e no uso de preservativos, como é que podemos esperar que os adultos venham mais tarde a ter uma atitude pró-activa?


A esperança:

No entanto, ser seropositivo ao HIV (vírus da imunodeficiência humana) não significa necessariamente ter sida, uma vez que a doença só é definida quando existe a presença do vírus em conjugação com uma doença infecciosa (como a tuberculose ou pneumonia) ou com um tumor.


A prevenção:

Dado que a sida não é apenas um problema de saúde, é um problema social É preciso lutar contra a ignorância e promover o envolvimento de todos. Por isso, é urgente identificar as pessoas infectadas, o mais precocemente possível, apostar nas campanhas de esclarecimento, aumentar a circulação do número de preservativos e, nomeadamente no grupo de toxicodependentes, evitar o uso de seringas contaminadas.


O Direito à dignidade

Finamente lutar contra a contra a discriminação e o sentimento de repulsa sobre os portadores do HIV. Todos nós nos recordamos do recente acórdão do Tribunal da Relação de Lisboa ter descriminado um cozinheiro infectado com o vírus da SIDA, contra todos os pareceres e a evidência médica.

Estas parecem ser medidas básicas imediatamente a tomar para debelar, (ou pelo menos controlar) esta autêntica epidemia do século XXI.




Notável este spot de publicidade

Será mesmo a melhor mulher do mundo?

(Tradução para quê? Basta clicar na imagem)



sábado, dezembro 01, 2007


Deus quer, o homem sonha, a obra nasce.

Fernando Pessoa, in A Mensagem

Fez ontem 72 anos que faleceu uma das maiores e incontornáveis figuras da nossa História Cultural.

Fernando Pessoa, (Fernando António Nogueira Pessoa) nasceu em Lisboa em 13 de Junho de 1888 e viria a falecer em 1935 de doença, na sequência de uma cólica hepática que lhe foi diagnosticada

Uma parte da sua vida, mais concretamente a infância e a adolescência foi passada na África do Sul, mais precisamente em Durban. Na sequência deste facto e, o resultante domínio da língua inglesa fez com que a sua obra fosse também escrita em inglês, sobretudo poesia.

Em vida publicou uma única obra: A Mensagem. Com ele morreram também os seus heterónimos: Bernardo Soares, Alberto Caeiro, Álvaro de Campos e Ricardo Reis.

Fernando Pessoa juntamente com Pablo Neruda, são considerados, como os maiores poetas mundiais do século XX.

Qual o cidadão dos PALOP´s que não se orgulha deste Homem que se exprime universalmente na Língua Portuguesa?

Eis alguns poemas e extractos da vasta obra deste vulto da literatura universal:


MAR PORTUGUÊS


Ó mar salgado, quanto do teu sal
São lágrimas de Portugal!

Por te cruzarmos, quantas mães choraram,
Quantos filhos em vão rezaram!
Quantas noivas ficaram por casar
Para que fosses nosso, ó mar!

Valeu a pena? Tudo vale a pena
Se a alma não é pequena.
Quem quer passar além do Bojador
Tem que passar além da dor.
Deus ao mar o perigo e o abismo deu,
Mas nele é que espelhou o céu.

Fernando Pessoa, in A Mensagem


PARA SER GRANDE, SÊ INTEIRO

Para ser grande, sê inteiro: nada
Teu exagera ou exclui.
Sê todo em cada coisa. Põe quanto és
No mínimo que fazes.
Assim em cada lago a lua toda
Brilha, porque alta vive

Ricardo Reis


EXTRACTOS DO LIVRO DO DESASSOSSEGO

“Tenho que escolher o que detesto – ou o sonho, que a minha inteligência odeia, ou a acção, que a minha sensibilidade repugna; ou a acção, para que não nasci, ou o sonho, para que ninguém nasceu.

Resulta que, como detesto ambos, não escolho nenhum; mas, como hei-de, em certa ocasião, ou sonhar ou agir, misturo uma coisa com outra.”

Um dia talvez compreendam que cumpri, como nenhum outro, o meu dever-nato de intérprete de uma parte do nosso século; e, quando o compreendam, hão-de escrever que na minha época fui incompreendido, que infelizmente vivi entre desafeições e friezas, e que é pena que tal me acontecesse. E o que escrever isto será, na época em que o escrever, incompreendedor, como os que me cercam, do meu análogo daquele tempo futuro. Porque os homens só aprendem para uso dos seus bisavós, que já morreram. Só aos mortos sabemos ensinar as verdadeiras regras de viver.

Bernardo Soares - in Livro do desassossego



LIBERDADE

Ai que prazer
Não cumprir um dever,
Ter um livro pra ler
E não o fazer!
Ler é maçada.
Estudar é nada.
O sol doira
Sem literatura

O rio corre, bem ou mal,
Sem edição original.
E a brisa, essa,
De tão naturalmente matinal,
Como tem tempo não tem pressa...

Livros são papéis pintados com tinta.
Estudar é uma coisa em que está indistinta
A distinção entre nada e coisa nenhuma.

Quanto é melhor, quando há bruma,
Esperar por Dom Sebastião,
Quer venha ou não!

Grande é a poesia, a bondade e as danças...
Mas o melhor do mundo são as crianças,
Flores, música, o luar, e o sol, que peca
Só quando, em vez de criar, seca.

E mais do que isto
É Jesus Cristo,
Que não sabia de finanças
Nem consta que tivesse biblioteca...

Fernando Pessoa




CARTAS DE AMOR

Todas as cartas de amor são
Ridículas.
Não seriam cartas de amor se não fossem ridículas.

Também escrevi em meu tempo cartas de amor,
Como as outras,
Ridículas.

As cartas de amor, se há amor,
Têm de ser
Ridículas.

Mas, afinal,
Só as criaturas que nunca escreveram
Cartas de amor
É que são ridículas.

Quem me dera no tempo em que escrevia
Sem dar por isso
Cartas de amor
Ridículas.

A verdade é que hoje
As minhas memórias
D’essas cartas de amor
É que são ridículas.

(Todas as palavras esdrúxulas ,
Como os sentimentos esdrúxulos,
São naturalmente
Ridículas.)

Álvaro de Campos



ALGUMAS AFIRMAÇÕES RETIRADAS DE PROVAS DE AVALIAÇÃO DE ALUNOS

“Gandas” malucos


*Biologia*

- A respiração anaeróbia é a respiração sem ar que não deve passar de três minutos.

- As plantas distinguem-se dos animais por só respirarem à noite.

- Os crustáceos fora de água respiram como podem.

- Caracteres sexuais secundários são as modificações morfológicas sofridas por um indivíduo após manter relações sexuais.

- A insónia consiste em dormir ao contrário.

- Quando um animal irracional não tem água para beber, só sobrevive se for empalhado.

- O coração é o único órgão que não deixa de funcionar 24 horas por dia.

- Os ruminantes distinguem-se dos outros animais porque o que comem, comem duas vezes.

- As aves têm na boca um dente chamado bico.

- O Sol dá-nos luz, calor e turistas.

- A principal função da raiz é enterrar-se.

- O vento é uma imensa quantidade de ar.



*História*

- O objectivo de uma Sociedade Anónima é ter muitas fábricas desconhecidas.

- Na Grécia a democracia funcionava muito bem porque os que não estavam de acordo envenenavam-se.

- As múmias tinham um profundo conhecimento de anatomia.

- A arquitectura gótica notabilizou-se por fazer edifícios verticais.

- A febre-amarela foi trazida da China por Marco Polo.

- A harpa é uma asa que toca.

- Péricles foi o principal ditador da democracia Grega.

- Os Egípcios antigos desenvolveram a arte funerária para que os mortos pudessem viver melhor.


*Geografia*

- O petróleo apareceu há muitos séculos, numa época em que os peixes afogavam-se dentro de água.

- O problema fundamental do terceiro mundo é a superabundância de necessidades.


*Geologia*

- Terramoto é um pequeno movimento de terras não cultivadas.


*Química*

- Lavoisier foi guilhotinado por ter inventado o oxigénio.