quarta-feira, março 29, 2006

De fracos líderes nunca seria de esperar forte oposição.
Temos pena!...

«Durante um quarto do seu mandato, o Governo desprezou o estrutural em favor do episódico ou conjuntural», afirmava Marque Mendes, Presidente do PSD, no discurso de encerramento das jornadas parlamentares do partido, que decorreram desde segunda-feira em Óbidos, dedicadas ao primeiro ano de governação socialista.

O pequeno líder criticou o que considerou ser a ausência de visão estratégica de um projecto, considerando ainda que a imagem que fica do primeiro ano de Governo do PS é a de um executivo «tacticista, que age de forma pontual e avulsa, ao sabor dos impulsos do momento». O Pequeno líder limitou-se, assim, a recuperar críticas que já tinham sido feitas pelos deputados sociais-democratas na avaliação que fizeram do primeiro ano de governação socialista, nomeadamente, quanto à quebra das promessas eleitorais de José Sócrates, de não aumentar impostos e a criação de 150 mil novos empregos

Digo eu: «não há projectos, não há estratégias de acção e não há pressupostos nenhuns que possam vir a credibilizar os comentários do líder do PSD relativamente aos últimos 12 meses de governação. Logo, não há alternativa a este governo, (que no meu ponto de vista está a fazer um excelente trabalho) pelo simples facto de que não existe uma oposição e, deste modo torna-se muito difícil ser também líder da oposição quando o próprio líder não tem nada de novo para dizer, repetindo futilidades lugares comuns!...

Se a única estratégia da oposição é tentar descredibilizar as iniciativas do Governo do Eng. Sócrates, não irá de certo muito longe, uma vez que depois da desgovernação anterior, desastrada, lhe falta a necessária autoridade. Por isso, sempre que o Governo anuncia algum novo projecto, neste caso o da desburocratização administrativa, lá vem a oposição com o mesmo chove e não molha de sempre; e não sabendo sequer ser originais, não passam do mesmo patamar de sempre, porque mesmo em bicos de pés não conseguem chegar à chave para abrir a porta....

Temos pena!.... Pois se a oposição fosse minimamente credível, o próprio governo sentir-se-ia mais motivado e decerto melhoraria, ainda mais, o bom desempenho da actual governação.

Assim não! Assim esta oposição arrisca-se a não ir lá, por mais congressos extraordinários que possa vir entretanto a fazer… Temos pena!...

segunda-feira, março 27, 2006

Preocupante…

Portugal com maior taxa de morte de menores por violência

Soube-se a semana passada que Portugal tem a mais alta taxa anual de mortes de crianças, menores de 15 anos, por maus tratos, entre os 27 países mais ricos do Mundo. O resultado desta estatística é revelado através de um estudo da Unicef divulgado, no Porto, durante uma conferência subordinada ao tema «Menores, Vítimas de Violência».

Segundo a Socióloga Isabel Dias, a violência sobre crianças, no âmbito familiar, é um fenómeno transversal e comum a todas as classes sociais. O problema «é que nas famílias bem integradas socialmente o acesso é mais difícil».

Referiu também que actualmente «a sociedade está mais alerta e mais intolerante para com a violência» e que «há informação suficiente para orientar formas de intervenção». O que falta, concluiu, são meios efectivos. Corroborando o diagnóstico feito já por quem trabalha neste sector em Portugal reforçou: faltam meios técnicos, formação e uma base de dados.

É tempo de actuar e de acabar de uma vez por todas com este pesadelo que a todos atormenta: Famílias, Escola, Sociedade…

Os Pais têm de aprender a ser pais, a Escola deve ter a capacidade de saber lidar com todos os alunos de forma diferenciada e eficaz, a Sociedade deverá ser democrática, tolerante, mas também exigente e dotada de capacidade para resolver os problemas dos menores quando todos os outros falharam.

sexta-feira, março 24, 2006

Ainda Seia e o Centro Hospitalar

“Deus Quer, O Homem Sonha, A Obra Nasce...”. (Fernando Pessoa)

A vida das pessoas enquanto elementos de um colectivo é caracterizada por momentos altos, mas também por momentos menos bons, sendo que o sofrimento e as contrariedades hão-de acompanhar sempre, de um modo ou de outro, o percurso de vida de cada ser humano.

Todos os dias, ao abrirmos o jornal, nos damos conta de novos avanços técnicos e novas tecnologias, proporcionando já no dia seguinte a abertura de novos horizontes que eram impensáveis no dia anterior. É esta perspectiva de evolução que vai criar em nós um clima de euforia e expectativa no qual todas as maravilhas parecem ser possíveis de concretizar mais cedo ou mais tarde.

Mas há coisas que não é possível mudar, porque vêm amarradas à nossa condição do homem ser social ou fazem parte das características próprias da vida. Por isso devíamos, pelo contrário, aprender a viver com elas, enfrentando-as ou simplesmente contornando-as. Dos fracos não reza a História!...

Se não houver outra forma, devemos, suportar com inteligência e muita paciência as contrariedades da vida e descobrir nelas o lado bom que, quase, todas as coisas têm. Rir, até, com tudo isso. Sou de opinião que nenhuma contrariedade nos devia impedir a boa disposição durante muito tempo.

É bom, sem dúvida, sonharmos e corrermos depois atrás desses sonhos. Já foi dito que essa é a forma de o mundo avançar. Disseram-no os nossos poetas, de modo exemplar, pois que aquilo por que tanto esperamos pode vir anunciado num qualquer jornal de amanhã!... O importante é acreditar!...

"... sempre que um homem sonha, o mundo pula e avança, como bola colorida entre as mãos de uma criança(António Gedeão).

quinta-feira, março 23, 2006

O maior sucesso na organização do evento.
Para o Luís o meu abraço amigo.

J.V.

quarta-feira, março 22, 2006


A POLÍTICA EM TONS LARANJA-CASCA GROSSA CONTINUA!...

O PSD da Madeira prepara-se para acabar com as comemorações do 25 de Abril na Região Autónoma. Ler notícia, (má demais para ser verdade) DN{link]

A quem deverá a região a sua autonomia e o seu governo regional pago pelos continentais?

Será que o PSD nada diz ao desplante alarve daquele manicómio?

Ainda fala este partido em credibilidade?

O PSD, a continuar assim, e por mais congressos que faça, não passará de um grupo político trauliteiro, provinciano, grosseiro, caciquista, sem dignidade nem decoro, que nem oposição saber ser…

Enfim… E alguns nós a ter que pagar tudo isto!...

GESTORES JANOTAS E MODERNAÇOS COM VELHAS PRÁTICAS VIGARISTAS

. “A Direcção-Geral dos Impostos (DGCI) deixou caducar uma alegada dívida de IRS superior a 740 mil euros ao contribuinte António Carrapatoso, presidente da Vodafone Portugal.

A notícia no DN [link] manchava a tão propalada eficácia do seu todo-o-poderoso Director-Geral, Paulo Macedo, pago, “a peso de ouro”… mas, como habitualmente, apenas por alguns de nós!...

Estes gestores janotas e modernaços nunca me enganaram e para isso basta estar atento às "boas" práticas que as empresas que gerem têm para com os seus clientes, recorrendo a inimagináveis expedientes a roçarem a burla e a vigarice.

O ambicioso António Carrapatoso é o paradigma do gestor modernaço.

Há uns tempos atrás, durante o encontro "Compromisso Portugal", que concentrou centenas de empresários e gestores no Convento do Beato este janota defendia um Estado mais leve e mais eficiente e propunha despedimentos de funcionários públicos para uma redução da despesa pública em 40 por cento do PIB até 2008.

Considerava ainda a concorrência indispensável ao desenvolvimento económico e argumentava que, mais do que aumentar o investimento, era preciso melhorar a sua qualidade, sendo que, o modelo económico português, teria que assentar num cidadão qualificado, num Estado forte, num enquadramento transparente e em empresas competitivas…

Afinal o homem até tinha razão e sabia do que falava quando queria mandar para casa uns milhares de funcionários públicos. Ora digam-me lá o que é que estes “distraídos” funcionários públicos andam a fazer no Bairro Fiscal deste cavalheiro? Fora com eles e indemnizem mas é o Estado pelas perdas e danos…

Admitia ainda, este opaco cavalheiro, abraçar a vida política dentro algum tempo, quando chegasse ao fim o seu actual mandato como presidente da Vodafone, e com toda a propriedade, porque tendo em conta os exemplos que nos chegam, com regularidade, vindos do Banco de Portugal e da Caixa Geral de Depósitos, o homem, afinal, já está no bom caminho...

22 DE MARÇO, DIA MUNDIAL DA ÁGUA


Foi em 1992, que a Assembleia Geral das Nações Unidas declarou, o dia seguinte às comemorações do Dia da Árvore e da Floresta, 22 de Março, como o Dia Mundial da Água.

O objectivo desta data comemorativa era de fomentar em todo o mundo actividades de consciencialização pública sobre a conservação e o uso da água. Desde 1993, que a ONU tem adoptado um tema específico para cada ano. Este ano o tema é: “Água e Cultura”, sendo as actividades coordenadas pela UNESCO.

Desnecessário se torna referir que as nossas actividades do dia-a-dia se desenvolvem em torno da água. Dela depende a nossa saúde. O nosso corpo é composto na sua maior parte por água e dois terços da superfície do planeta estão cobertos por água. Nunca conseguiríamos viver sem ela, no entanto é um bem de consumo inestimável que quase não valorizamos.

Sabemos que a água é essencial para a vida e para o desenvolvimento socioeconómico dos países mas também sabemos que é um recurso natural limitado. Da sua conservação depende a nossa sobrevivência.

As condições meteorológicas com fraca precipitação têm contribuído para a diminuição progressiva das reservas e a degradação da sua qualidade o que poderá causar sérios problemas na saúde pública. Ao mesmo tempo que a população mundial triplica o consumo de água potável multiplica-se por seis. Deste modo, a explosão demográfica e o aumento da industrialização têm contribuído para potenciar ainda mais este grave problema.

Urge poupar e reutilizar a água sempre que possível. Todos podemos contribuir implementando algumas medidas simples mas que, muitas vezes, implicam mudar os nossos hábitos.

É preciso tomar consciência sobre a necessidade de trabalharmos em sintonia para poupar e proporcionar que a água potável para o consumo chegue a todas as pessoas do planeta.

terça-feira, março 21, 2006

DIA MUNDIAL DA FLORESTA NO HEMISFÉRIO NORTE

Hoje, dia 21 de Março, dia de equinócio, comemora-se nos países do Hemisfério Norte, o Dia da Árvore e da Floresta.

Mais uma vez, são os Estados Unidos da América que exportam ao restante planeta, já no longínquo ano de 1872, esta saudável tradição! De facto a América é um país, de contrastes parecendo realmente um verdadeiro paradoxo. É um país notável, capaz de ser o exemplo do pior, como também o paradigma do melhor.

A primeira vez que se comemorou este dia, foi no estado de Nebraska, tendo um lenhador americano chamado John Stirling Morton, convencido os amigos e os vizinhos, primeiro, a seguir os americanos e, finalmente, quase toda a população do planeta a consagrar um dia no ano à plantação ordenada de diversas árvores. Nessa altura para resolver o problema da escassez de lenha que era o combustível doméstico à época. A Festa da Árvore rapidamente se expandiu a quase todos os países do mundo, e em Portugal comemorou-se pala primeira vez a 9 de Março de 1913.

É já recentemente, em 1971, na sequência de uma proposta da Confederação Europeia de Agricultores que a FAO, acolheu a ideia tendo estabelecido um Dia Mundial da Floresta com o objectivo de sensibilizar as populações para a importância da floresta na manutenção da vida na Terra, tendo em 21 de Março de 1972, (início da Primavera) sido comemorado o primeiro DIA MUNDIAL DA FLORESTA no Hemisfério Norte em vários países, entre os quais Portugal.

É curioso constatar que este lenhador já sabia naquela altura que ele e toda a população dependiam das árvores para a sobrevivência e que a devastação desordenada provocaria, fatalmente, grandes prejuízos para o mundo. Não apenas a economia local ficava ameaçada, mas toda a vida, de seres humanos, plantas e animais.

O grande problema da actualidade é que nem sempre, “o homem urbano”, se dá conta de que pode ser o responsável por exterminar definitivamente a fonte do seu sustento de vida, mas, sobretudo, o grande motor da Vida neste Planeta cada vez mais cansado de viver...

segunda-feira, março 20, 2006

Pensamento

Use a inteligência e não deixe manipular a sua consciência


"Não me sinto obrigado a acreditar que o mesmo Deus que nos dotou de sentidos, razão e intelecto, pretenda que não os utilizemos."

Galileu Galilei

Três anos sobre a invasão do Iraque e o mundo está mais inseguro!...

Completam-se hoje, 20 de Março, três anos sobre a invasão do Iraque. Completam-se também três anos de resistência do povo iraquiano à ocupação - um direito que a Carta das Nações Unidas e a Constituição Portuguesa consagram.

Uma guerra ilegal, criminosa e baseada em mentiras. Nestes 3 anos já morreram mais de 130 mil iraquianos, mais de 36 mil americanos e britânicos e ainda muitos soldados das forças da coligação Há ainda que contabilizar milhares de soldados e civis estropiados, sem motivo válido que justificasse tanta violência…

Hoje, é uma evidência que afinal não havia armas de destruição em massa no Iraque. A razão de todas as justificações para a guerra de saque do petróleo iraquiano não passava de uma mentira. Uma mentira milhares de vezes repetida, mas que, nem por isso, conseguiu tornar-se verdade. Até Durão Barroso, agora no papel de senhor Europa, finalmente reconhece o equívoco.

À devastação terrível da guerra seguiu-se o terror permanente e a instabilidade sem fim à vista, com mortes diárias de ambos os lados, o desespero e fanatismo dos iraquianos, a desorientação das tropas e autoridades ocupantes, as torturas, como na prisão de Abu Ghraib, os ataques aéreos a populações indefesas, como em Fahluja, a zonas residenciais, mercados e hospitais, até a jornalistas.

Os ataques diários, são às dezenas e ninguém vislumbra qualquer solução. Enfim… Respira-se já um clima de ódios que, no mínimo, desembocará numa feroz guerra civil entre sunitas e chiitas sem fim à vista.

Entretanto, em diversas regiões do Globo, e até nos próprios Estados Unidos, a opinião pública continua a pressionar os governos dos seus países para que as tropas saiam rapidamente do Iraque. Espero que a grande potência que são os E.U.A., tenha a sabedoria e a vontade de se reconhecer e de conter nos seus próprios limites bélicos, antes que seja tarde demais...

domingo, março 19, 2006

Contrastes

Em França os jovens mobilizam-se para resolver os seus problemas de qualidade de vida, sobretudo, o problema da manutenção de emprego. O «Contrato Primeiro Emprego» continua assim a provocar uma onda de contestação por causa das suas consequências no futuro laboral dos jovens que se manifestam contra arbitrariedade e rescisão unilateral do emprego até aos 26 anos, por parte do empregador, sem que haja necessidade de haver motivo para que este justifique o despedimento.

Em Espanha os jovens mobilizam-se para se embebedarem em grupo, nos jardins, praças e ruas das cidades, naquilo a que chamam de «botellón», dando a ideia que no seu país os jovens não têm qualquer problema de emprego, habitação, independência económica, ou será que bebem simplesmente para esquecer?

Nota: Botellón é um "ritual" urbano que consiste em levar bebidas para a rua , sobretudo à noite, e aí beberem e festejarem. É uma prática que foi proibida em Espanha de forma generalizada há cerca de 3 anos. No passado dia 17 deste mês de Março, organizou-se a nível nacional um grande botellón, promovido através da Internet e telemóvel, mobilizando as pessoas para repor esta prática.

O Orgulho de ser facista

Em Itália, Alessandra Mussolini, neta do antigo ditador italiano Benito Mussolini e líder de um partido de extrema-direita, gabou-se de ser "fascista", durante um debate na televisão italiana, e acrescentou que isso é preferível a ser "bicha". Durante a emissão do referido debate com um dos seus adversários políticos, que a acusava de ser fascista, Alessandra Mussolini - que faz parte da coligação formada pelo chefe do Governo, Silvio Berlusconi, para as eleições legislativas de Abril - respondeu: "E tenho orgulho nisso!". “

Ainda em Itália, o primeiro-ministro italiano, Silvio Berlusconi, abandonou os estúdios da RAI a meio de uma entrevista porque a jornalista, segundo ele, não o deixava falar do que queria. Berlusconi acusou a jornalista Lucia Annunziata de estar «a ser violenta» e pediu-lhe para que o deixasse falar dos seus cinco anos de governo e do seu programa eleitoral. A jornalista lembrou que ela é que era a jornalista sendo ela quem fazia as perguntas. Berlusconi levantou-se, dizendo: «Mostraste bem como se comporta uma pessoa de esquerda» e «que devia ter vergonha». Deixou o local gritando: «E ainda dizem que sou eu que controlo a RAI!»

FONTE: Diário Digital

Desabafo: Como eu gostava de me conseguir identificar com todos aqueles que como eu nos esforçamos a cada dia para melhor compreender o funcionamento deste mundo e as contradições do ser humano. Só assim poderemos alcançar um dia os verdadeiros desígnios da liberdade. Nem álcool, nem droga, nem distúrbios, nem prepotência, nem descriminação, nem chauvinismo, nem desafios inúteis, nem qualquer outra dependência. Só o conhecimento fará de nós realmente livres.

sábado, março 18, 2006

Novas políticas educativas exigem interacção com novas políticas sociais, mas, sobretudo, uma forte motivação dos principais intervenientes do Sistema Educativo



Estudos estatísticos do M.E. revelam que cerca de 45% dos jovens portugueses, entre os 18 e os 24 anos, abandonam os estudos sem concluir o Ensino Secundário. Há, portanto, mais de 485 mil jovens sem o secundário completo, sendo que, mais de metade destes, cerca de 266 mil alunos, não concluíram sequer a actual escolaridade obrigatória do 9º ano.

No seu programa, o Governo tem como objectivo qualificar 1 milhão de adultos nos próximos 5 anos. Por isso, o Ministério da Educação, propõe-se a triplicar a oferta de cursos técnicos e profissionais para educação e formação de adultos. Prevendo-se que até 2010 se atinjam 107.000 vagas nestes cursos, 65.000 ao nível do 12º ano e 42.000 ao nível do 9º ano.

À semelhança dos nossos parceiros europeus, o Governo tenciona fazer do Ensino Secundário o referencial mínimo para a qualificação dos portugueses e, por conseguinte, implementar até 2010, o 12º Ano, como Escolaridade Obrigatória. É este o nível de escolarização da população que deve orientar o grau de exigência da Educação Geral para Sociedade Portuguesa do futuro. Daí a necessidade de mobilizar os esforços de todos aqueles que de uma maneira geral estão ligados ao Ensino e à Educação deste país, (ministério, professores, pais, autarquias e outros agentes de ensino) para que esta tarefa ciclópica possa ser bem sucedida.

Um dos principais motivos para as elevadas taxas de abandono e insucesso escolar, no ensino secundário, bem como para as baixas qualificações no nosso tecido produtivo, prende-se com o facto de este nível de ensino estar implementado, sobretudo para o prosseguimento de estudos no ensino superior, sendo quase inexistente oferta educativa alternativa, nomeadamente de índole técnica e profissional, virada para o mundo do trabalho qualificado. Deste modo, a formação técnica e profissional quase não existe, não existindo também resposta do sistema à grande oferta de emprego ao nível de quadros intermédios.

Corrigindo de vez aquilo que foi um erro histórico do nosso sistema de ensino, quando se extinguiu o Ensino Técnico neste país, o futuro do nosso desenvolvimento colectivo impõe prioridade absoluta à formação prática voltada, sobretudo para o mundo do trabalho!

Há uma opção clara no Programa do Governo que é voltar a apostar no ensino técnico e profissional através do programa “Novas Oportunidades” que pretende fazer da expansão das formações técnicas e profissionalizantes uma prioridade no nosso sistema de ensino, apoiado em três medidas que lhe darão corpo:

1. Alargar substancialmente a oferta de cursos técnicos e profissionais ao nível do 12º ano, prevendo-se em 2010, atingir 145 mil vagas num total de 650 mil jovens abrangidos por estes cursos. Em apenas cinco anos faremos com que as vias técnicas e profissionalizantes representem metade da oferta de nível secundário, tal como é norma em todos os países da OCDE.

2. Aumentar, até 2010, para 27.500 as vagas de natureza profissionalizante ao nível do 9º ano, para dar uma alternativa a todos os jovens que estejam na contingência de abandonar o sistema de ensino sem cumprirem a escolaridade obrigatória. Prevendo-se já a partir de 2006 existência, neste domínio, de mais 2.500 vagas.

3. Favorecer o acesso e a participação dos jovens carenciados, em particular das regiões onde o insucesso e o abandono escolar são mais expressivos. Para isso impõe-se a implementação de um sistema de atribuição de bolsas nas vias técnicas e profissionais, de modo a melhorar também as condições de sucesso escolar tantas vezes, motivada por questões de política social e não tanto pelas políticas educativas.

Por tudo o que fica dito, e se nada mais acontecesse, é previsível que a Escola Secundária de Seia não consiga, já a partir de 2007, ter capacidade de acolhimento para a necessária oferta de cursos técnicos e profissionais aos alunos que não pretendem prosseguir estudos, quanto mais se insistir em acolher desde já os alunos do Terceiro Ciclo.

Que aconteceria depois? Devolveria A Escola Secundária novamente os alunos do Terceiro Ciclo à E.B.2,3, ou desta vez seria a EB2,3 de Seia que passaria a oferecer também Ensino Secundário?

A questão da mudança dos alunos do 1º Ciclo na Cidade.

Como é sabido, é logo no 1º Ciclo que o aluno deve adquirir as atitudes e capacidades, “moldando-lhe” o necessário perfil de forma a estar dotado dos pré-requisitos que lhe proporcionarão a continuidade de um percurso escolar sereno, eficaz e de sucesso.

Como consagra a Lei de Bases do Sistema Educativo, a planificação da rede deve ter em vista a imprescindível humanização de espaços escolares, o que deverá passar pela aposta em escolas básicas de média dimensão, onde o número de alunos de cada turma seja determinado em função de critérios de natureza pedagógica e não em função de critérios meramente administrativos. Há que salvaguardar diversas condições para garantir que as crianças passem a frequentar uma escola melhor do que a que tinham e ter acesso a um conjunto de recursos e respostas educativas de que não dispunham anteriormente, acautelando ao mesmo tempo as condições de acessibilidade dos alunos.

Assim, relativamente aos Jardins e Escolas do 1º Ciclo, a Câmara Municipal deverá trabalhar no terreno com as várias entidades ligadas ao processo educativo, tendo em vista assegurar todas as condições, (sem esquecer o transporte de alunos) para que o encerramento das escolas do 1º Ciclo do Ensino Básico seja um processo sereno e tranquilo.

O Conselho Municipal de Educação, constituído por todas as entidades com responsabilidade directa ou até indirectamente nas questões escolares, tem como objectivo promover a coordenação da política educativa entre as autarquias, os agentes escolares e os parceiros sociais, analisando e acompanhando o funcionamento do sistema e propondo acções para torná-lo melhor e com iguais oportunidades para os alunos. Este órgão deve participar activamente na elaboração da Carta Educativa e na sua reconfiguração ao longo do tempo. A Carta Educativa do concelho de Seia, deverá ser elaborada depois de ouvida a Comunidade Educativa devendo ser objecto de uma reflexão e aferição com as diversas entidades envolvidas no Processo Educativo Concelhio. Tem por objectivo: a expansão do sistema educativo num determinado território em função do desenvolvimento económico, sócio-cultural e urbanístico, prevendo uma resposta adequada à necessidade de redimensionamento da Rede Escolar ditada pela evolução da política educativa, pelas oscilações da procura da educação e rentabilização do parque escolar existente e ainda, fundamentar tecnicamente as tomadas de decisão relativas à construção de novos empreendimentos, ao encerramento de escolas e à reconversão e adaptação do parque, optimizando a funcionalidade da rede existente e a respectiva expansão, bem como a definição de prioridades. É à Câmara Municipal a quem cabe executar, promover e propor a aprovação da Carta Educativa à Assembleia Municipal.

O diagnóstico sobre a situação do parque escolar do 1º Ciclo, na cidade, está mais que feito e a autarquia deverá proceder com celeridade ao início das obras do Centro Escolar de Seia que tanto tardam. Não é possível alojar todo o 1º e 2º Ciclos da cidade na EB2,3 de Seia, não havendo capacidade física nem arquitectura compatível com os mais pequenitos. Urge sim dar resposta rápida à, eternamente adiada, construção do Centro Escolar de Seia com as necessárias estruturas a um ensino de qualidade, (refeitório, recursos pedagógicos e didácticos adequados e de espaços de qualidade para do desporto e ocupação de tempos livres) que já se arrasta desde o anterior mandato autárquico, tendo já localização definida e construção decidida. Só assim será possível resolver o problema do parque escolar do 1º Ciclo e é, de facto, no 1º Ciclo que tudo começa!...

Retomar a ideia peregrina, que já vem do tempo do antigo Ministro da Educação David Justino, de mudar o 1º Ciclo para a EB2,3 de Seia que perde o 3º Ciclo para a Secundária, não virá nunca a resolver o problema; fará antes parte desse mesmo problema, potenciando-o nas suas diversas vertentes. É inútil pensar que é possível fazer qualquer reforma de ensino, com professores e alunos desmotivados, com a insegurança e desconfiança das famílias nem a ansiedade dos pais e encarregados de educação.

Os professores, alunos e as famílias desta cidade têm também direito a estabilidade e a um Ensino de qualidade, ministrado numa Escola de qualidade e em condições pedagógico-didácticas. Por isso é exigível que todos os parceiros da Comunidade Educativa, da qual a Câmara Municipal faz parte, cumpram integralmente as suas obrigações, assumindo as responsabilidades que lhe cabem.

sexta-feira, março 17, 2006

« Caminando se hace el camino»…

Depois da Alta Autoridade da Concorrência ter tido a coragem de multar exemplarmente algumas multinacionais farmacêuticas por se constituírem em cartel e terem preços previamente acordados, o Governo, por ocasião do Dia da Defesa do Consumidor na sua caminhada no sentido da modernidade definiu que a partir de agora as seguradoras têm 30 dias para assumir e indemnizar os segurados; em caso de imobilização temporária de veículos sinistrados, mas não responsáveis pelo sinistro, os condutores têm direito automático a veículo de substituição.

Ainda as seguradoras, mas também os bancos, passarão obrigatoriamente a escrever em letras grandes aquilo que até aqui era sistematicamente escrito em letra quase invisível, entre as quais constavam: cobertura e abrangência de riscos, índice de responsabilidade, ”spreads” encargos financeiros e outros habituais truques com que esta gente nos brindava a cada dia …

Isto já era prática europeia há anos. Cá é que não, por claro servilismo perante o vil metal. Nada disto é muito pouco, bem pelo contrário. São sinais de modernização e sanidade social há muito tempo indispensáveis na defesa inequívoca do consumidor.

Simbolicamente são passos de gigante no sentido de apanharmos ainda o comboio a caminho da modernidade que bem atrasado chegou à nossa estação…

Fundamental é que a coragem de decidir esteja sempre presente no tempo certo, quando a decisão deve ser inevitavelmente tomada. «Caminando se hace el camino» chega já de país adiado, os portugueses agradecem!

«caminando se hace el camino»

"Caminante, no hay camino,
se hace camino al andar.
Todo pasa y todo queda,
pero lo nuestro es pasar,
pasar haciendo caminos,
caminos sobre la mar."

quinta-feira, março 16, 2006

A POLÍTICA EM TONS LARANJA-CASCA GROSSA!...

A avaliar pela natureza de muitas das intervenções políticas acaloradas de alguns dos membros da bancada do PSD na Assembleia e, até fora dela, a fórmula “laranja casca-grossa” de intervenção política está a fazer escola de norte a sul do país e ilhas.

A POLÍTICA EM TONS LARANJA-CASCA GROSSA!...

Que vergonha! Pensava eu que já tinha visto tudo neste partido laranja!...

Os deputados do PSD-Madeira, que se vão perpetuando no poder, ultrapassaram todos os limites do razoável!... Pergunto-me como é possível chegar-se a um nível tão baixo?

Os deputados do PS e do BE da Madeira denunciaram terem sido vítimas de agressões verbais, (que me escuso de reproduzir) e ameaças físicas por parte do presidente da bancada social-democrata, Jaime Ramos, durante uma reunião de líderes parlamentares da Assembleia Regional.

O presidente do grupo parlamentar do PS, Bernardo Martins, acusou Jaime Ramos de o ter insultado e tentado agredir durante a reunião, em que se discutia o regimento para o debate sobre o Plano de Desenvolvimento Económico e social da Região. Referiu que o energúmeno sujeitinho só não lhe bateu porque outros deputados o seguraram a tempo, impedindo-o de concretizar as suas violentas intenções.

Também a deputada regional do BE, Violante Matos, referiu ter sido agredida verbalmente por Jaime Ramos por apenas lhe ter dito: «que não era só ele que conhecia o Regimento». O referido deputado laranja, fazendo uso da boa educação que o caracteriza, (que aprendeu certamente quando vendia sifões para casas de banho), não teve pejo em mandar a deputada do Bloco de Esquerda à merda!...

Depois das polémicas madeirenses sobre sanidade mental, o verborreico Jaime Ramos passou no mínimo a ser candidato a internamento psiquiátrico compulsivo…

Com tão poderosa eficácia, política e parlamentar, acredito que nas próximas eleições regionais os laranjas voltarão, (como habitualmente) a ser eleitos, por esmagadora maioria. Simplesmente notável…

Vamos aguardar, com expectativa, o evoluir da situação na Madeira e também as reacções no PSD nacional em vésperas de congresso.

terça-feira, março 14, 2006

Mimos do pequeno líder do laranjal

Para o líder do PSD, Luís Marques Mendes, o primeiro ano de mandato do Governo foi sobretudo marcado por acções de "marketing e propaganda".

Segundo o líder, Luís Marques Mendes, o primeiro ano de mandato do Governo foi um "manto de propaganda" para esconder os problemas reais do país. Considerou que o executivo "em vez de governar a sério, especializou-se em marketing e propaganda".

Explicou que "os indicadores pioraram" em matérias como exportações, défice das contas públicas, emprego, investimento e crescimento. No último ano de governação, "em nenhum indicador económico ou social" se verificou "qualquer melhoria" considerou Marques Mendes.

Agora, "a responsabilidade deste agravamento já não pode ser imputada à conjuntura internacional", salientou Marques Mendes, acusando o Governo de ter "falhado todas as suas promessas
eleitorais".

Esta é a realidade que a propaganda do Governo tenta esconder", disse, desafiando o PS a desmentir estes dados, que irão prejudicar ainda mais a vida das empresas e dos cidadãos. No plano autárquico, Marques Mendes acusou o PS de estar a promover uma "tendência centralista e jacobina de tudo fazer contra o poder local".

Se tirarmos da frente o manto de propaganda do Governo" no espaço de um ano "o país está pior", afirmou Marques Mendes que acusa os socialistas de fugirem a esta realidade.

No final da sessão, Marques Mendes não quis prestar declarações aos jornalistas, (de quem fugirá ou de quem terá medo?) minimizando a ausência de alguns autarcas de relevo como Luís Filipe Menezes (Gaia), Rui Rio (Porto) ou Carmona Rodrigues (Lisboa).

Como eu afirmava ainda há pouco tempo, lá está a oposição a dar tiros no pé e a disparar artilharia palavrosa de pólvora seca!... Se não atente-se nas palavras ocas proferidas pelo líder de um partido que teve responsabilidades governativas, bem recentes, nos dois últimos infelizes e fracassados governos laranja deste país.

No primeiro, o sagaz e calculista, primeiro-ministro Sr. Fujão Barroso não se entendeu com a governação. Abandonando o barco raspou-se para a Europa, onde se está bem melhor. No governo seguinte o Sr. Santana Flope, mais conhecido pela má moeda, do Sr. Silva, apesar de menino guerreiro não conseguiu aguentar o impacto da pancadaria que apanhava, até, do próprio partido. Dado que não tinha vergonha das trapalhadas em que se metia, teve que ser demitido….

Não sabemos agora com que autoridade falará agora o pequeno líder, de governação, quando os governos laranja, em desespero, vendiam, no final de cada ano económico, património ao desbarato para tentar equilibrar o deficit das finanças públicas, tendo conseguido acabar de uma vez por todas a réstia de capital de confiança ainda existente neste país...

Em resumo o pouco afirmado líder laranja, (aguardemos o próximo congresso) disse nada!... Com esta oposição fraca, sem ideias que critica apenas por criticar, jamais haverá alternativa à actual governação! Apesar das medidas impopulares, atentemos nas sondagens…

Melhor fora que neste quadro de quatro anos de uma longa travessia do deserto, melhorassem o capital de confiança e se tornassem uma oposição responsável e credível porque tempo é coisa que lhes não há-de faltar e para fazer melhor do que aqueles que lá estão não irá ser fácil. Com a actual estratégia e as expectativas do pequeno líder, não saberemos de que lado está a tal luz ao fundo do túnel, o que é preocupante, pelo que não saberemos nunca em que direcção circula o comboio…

Para o Dr. Marques Mendes… o silêncio nesta fase seria bom conselheiro. Essa necessidade de dizer qualquer coisa só para lembrar que a oposição existe, não parece ser a melhor estratégia e não havia necessidade de cair no ridículo!... Ainda que seja para cumprir calendário, há que voltar a criar confiança no eleitorado que claramente rejeitou o PSD!

Neste momento, a estratégia reformista do Governo socialista é inatacável por isso acredito que não será nunca o PSD a ganhar eleições. Se num cenário longínquo, isso eventualmente viesse a acontecer seria o Eng. Sócrates a perdê-las.

Um Balanço francamente positivo do primeiro ano de governação

Apesar de ser um primeiro ano de diagnóstico e análise estatística, para procedimentos e decisões posteriores, é possível já neste primeiro ano de Governo fazer um balanço muito positivo da governação socialista que vem recuperando algumas das reformas chave, num país com problemas demasiado sérios à espera que alguém de coragem possa definitivamente solucionar.

Procedeu à consolidação das contas públicas, que obrigou à aplicação de medidas de emergência para a redução do défice, à solução de muito problemas que ao longo dos anos se foram eternizando, principalmente nas áreas da Administração Pública, Finanças, Solidariedade Social, Saúde, Educação, Justiça!

Uma nova atitude de a promover o regresso de um clima de verdadeira confiança em todos os actores e sectores de desenvolvimento, sendo já claramente visíveis, depois de muitos anos de cepticismo, os primeiros sinais de recuperação da confiança de que é exemplo um novo ciclo de investimentos modernizador, com muitos empresários e grupos empresariais a apostar finalmente na Economia Portuguesa, a que não são alheias a aposta na modernização da economia e as medidas de desburocratização, de que é exemplo a criação da "empresa na hora".

Assim, entre o melhor e o pior o balanço é francamente positivo!..

Desenvolvendo:

Nomeações iniciais polémicas

Habitual distribuição inicial de alguns tachos a alguns boys que deu por exemplo uma cadeira no conselho de administração da GALP ao ex-presidente da Câmara do Porto Fernando Gomes...

Negociação dos Fundos Europeus

Apesar das nuvens negras e de todas as ameaças, o dinheirinho continua a cair de Bruxelas que é o mais importante... Sócrates e Freitas do Amaral foram os arquitectos de uma distribuição de fundos que é afinal muito generosa para o nosso desenvolvimento.

O Deficit

Segundo algumas estimativas recentes parece querer ficar abaixo daquilo que havia sido estimado pela incompetente Em vez de 6,8% é possível que o deficit fique abaixo dos 6%, mesmo sem vender nada!...

Plano Tecnológico

Embora esteja manchado por várias demissões, a grande bandeira do governo no essencial vai dando alguns passos como o Inglês (questão fundamental) que está já implementado nas escolas do 1º Ciclo.

Reestruturação da Função Pública

O Governo prometeu reduzir 75 mil funcionários públicos até ao final da legislatura. Apesar dos sucessivos governos terem sempre fugido e adiado esta inevitabilidade, sempre condicionados ora pela incompetência ora pelos curtos ciclos eleitorais É inevitável e necessário e racionalizar o funcionalismo público.... Sócrates parece com balanço e coragem bastantes para avançar. Aguardemos os desenvolvimentos

Paridade dos Regimes especiais de Segurança Social e de Saúde

Num Estado onde o volume da despesa não pára de crescer, e onde as assimetrias de regalias são cada vez mais era imperativo impor alguma igualdade. Os privilégios cedidos durante décadas a troco das mais justas e devidas compensações salariais começaram a desaparecer neste primeiro ano de governação.

Lei das Rendas

Num mercado imobiliário imerso na mais completa irracionalidade e onde a intervenção do Estado é cada vez mais necessária, a Lei das Rendas veio ajudar a resolver o grande enguiço que são as rendas antigas em Portugal... A gravidade do problema está bem patente na existência de perto de meio milhão de casas vazias em Portugal e quase 200 mil só na capital... Esta Lei é um passo no bom sentido.

Colocação de professores por 3 anos

Apesar da sempre costumeira protestação dos Sindicatos esta lei vem dar estabilidade às Escolas, aos professores e sobretudo aos alunos e pode contribuir decisivamente para o aumento do rendimento escolar.

Medicamentos fora das farmácias

Afrontando o lobbie mais poderoso de Portugal o Governo conseguiu fazer com que já existam neste momento locais de venda de medicamentos fora das farmácias. Isso e uma redução de preços de 6% são dois sinais de uma política que está a ser bem conduzida à custa de uma turva ANF que estava (e está) a ganhar demasiado dinheiro e depressa demais, à custa do Estado e de todos nós.

Redução das férias judiciais

Um dos privilégios mais absurdos de Portugal foi finalmente posto em causa. Contudo, a inabilidade de Alberto Costa levou a um grande nível de conflitualidade e à existência de uma "Greve de Zelo duvidosa" das pessoas que exercem cargos de soberania.

O aumento da fiscalização fiscal e a recuperação de dívidas

Embora os bancos continuem a somar crescimento de lucros e a pagar cada vez menos impostos, o Estado conseguiu recuperar mais mil milhões de euros de verbas que Guterres, Barroso e Santana se revelaram incapazes de recuperar...

Fim dos automatismos na progressão nas carreiras

Implementação de medidas que promovam o mérito. As promoções automáticas contribuíam em muito para que um funcionário público não estivesse motivado para chegar mais além e mais depressa. Logo, o fim de algo que automaticamente premiava, sem avaliar antes o mérito era algo que se impunha. Contudo, ainda não existe nenhum mecanismo de avaliação... E este é essencial para que se possa passar a premiar o melhor desempenho e dedicação...

O aumento do IVA

Quando em campanha, Sócrates disse e redisse variadas vezes que não aumentaria os impostos. E contudo, pouco depois de ter chegado a São Bento, aumentou o IVA, violando as promessas eleitorais... Provavelmente dadas a caótica herança dos governos de Durão Barroso e Santana Lopes não teria alternativa para colmatar um pouco do buraco orçamental. Claro que a medida além de impopular travou ainda mais o crescimento da economia, contribuindo para o agravamento do desemprego.

O Disparar do Desemprego

Existem hoje em Portugal quase meio milhão de desempregados e a taxa de desemprego chegou ao nível mais alto dos últimos 20 anos (8%). Apesar de uma das mais repetidas promessas de Sócrates ter sido a criação de 150 mil novos empregos... E a tendência é para crescer ainda mais, como afirma o próprio ministro do sector... Neste domínio ainda faltam medidas concretas...

OTA e TGV

Não me pronuncio sobre aquilo que não sei!... Mas ambas as iniciativas parecem condenadas a ser executadas, mercê da teimosia que caracteriza o Primeiro Ministro Sócrates.

E, finalmente uma atitude de verdadeira justiça social:

Garantia que nenhum reformado tenha menos de 300 euros, por mês, ao seu dispor, que é o limiar de pobreza definido internacionalmente. Esta medida calcula-se que venha a abranger cerca de 300 mil pessoas com mais de 65 anos de idade, o que é deveras importante em termos de justiça social.

O Governo apontou como uma obrigação moral e como uma prioridade política o combate à pobreza.

Depois de um Governo socialista ter criado o Rendimento Mínimo Garantido, temos outro governo socialista criando agora o Complemento Solidário para Idosos.

Há aqui, de facto, uma marca política distintiva de consciência socialmente relevante.

Este complemento não é pago igualmente para todos os reformados. Num acto de verdadeira justiça ele irá ser atribuído àqueles que dele necessitem para atingirem aquele patamar mínimo de rendimento dos 300 euros.

Quem dispõe de outros rendimentos, de um património elevado, de boas contas bancárias, etc. não tem de exigir do Estado que lhe dê mais dinheiro. O pouco que o Estado tem para poder distribuir, em complemento às reformas normais, deve ser, justamente, para aqueles que mais precisam e não igual para todos.

O Governo, também tem cuidado de uma equilibrada gestão da Segurança Social, mormente no combate contra aquelas pessoas e empresas que fugiam às suas contribuições, o que só por si já é um factor de justiça social, e, de igual modo, atribuindo à Segurança Social o valor arrecadado pela cobrança do aumento parcial do imposto sobre as transacções de bens e serviços, o IVA.

Por isso o primeiro-ministro anunciou que a extensão deste complemento a todos os reformados, em condições de a ele terem direito, será feita mais rapidamente do que o previsto.

Assim, já este mês, começará a ser pago a todos os idosos com mais de 80 anos de idade, em 2007 a todos os que tenham mais de 70 anos e no ano seguinte já cobrirá a totalidade daqueles que façam os 65 anos.

Pesados que foram os factores positivos e negativos, deste primeiro ano de governação, o saldo é francamente positivo pelo que daqui endereço os meus parabéns ao Governo, e ao seu teimoso timoneiro, Eng. Sócrates, que muito já conseguiram fazer em tão pouco tempo!...

segunda-feira, março 13, 2006

O Boato e os Boateiros!...

Neste país de brandos costumes, a teoria do boato lembra que ele nasce geralmente de um rumor e se propaga por contágio.

Como as bactérias putrefactas, o boato precisa sempre de um caldo de cultura adequado e de um clima instável numa sociedade instável pelas mais diversas razões, reflexo do analfabetismo e do atraso sistemático de muitos anos que continua a impedir as pessoas de chegar à modernidade.

Numa sociedade que pretende ser urbana mas que parece não querer deixar de ser provinciana e rural, nos seus piores aspectos, o boato é ainda mais fácil de propagar porque as limitações à educação e à cultura impede-as de olhar mais além, satisfazendo-se alarvemente com o gozo dos resultados de uma farta colheita, após eficaz sementeira.

É esta sociedade que dificilmente conseguirá apanhar o comboio que transportaria aos valores das sociedades evoluídas, estas sim, promotoras da modernidade...

Pior que o temível vírus das aves, o boato resiste a tudo, sendo enriquecido a cada momento, a cada passagem, tornando-se cada vez mais forte e eficaz!...

Passa de boca em orelha e tem ligeiras variantes, mantendo, no entanto, o núcleo essencial de uma história verosímil, mas falsa. Possível mas improvável. Previsivelmente imprevisível. Porque alguém disse a outrem sem saber ao certo a fonte, porque essa fonte o já teria ouvido a alguém que também ouviu dizer a indeterminada pessoa.

Do boato ao facto vai uma distância que parecendo inocente e inofensiva, é em certas circunstâncias, fatal para as vítimas eleitas a quem se pretende atingir.

A hipocrisia e cinismo popular encarregam-se do resto. De o amplificar de forma vil quase sádica para que possa doer, sem dó nem piedade às vítimas eleitas à semelhança dos julgamentos medievais na praça pública ou mais recentemente nas tortuosas e sádicas provas inquisitórias…

«O mal é de quem as ouve porque quem as diz fica aliviado»!...

Há centrais de boatos que espalham a epidemia com efeitos multiplicadores pelos sítios certos pondo em causa a “própria saúde pública”, porque o boato é uma praga mesmo quando tem alguma graça e parece inofensivo. “Ainda bem que só toca aos outros”…

Para mal dos nossos pecados, os últimos boatos lançados em Portugal aquando das eleições legislativas nem sequer tinham piada e pareciam cientificamente programados para aumentar a desconfiança e, pior que isso, serviram, sobretudo, para exercer invejas e vinganças pessoais. Porque nesta sociedade de cobardolas, a seguir ao boato vem sempre a “deliciosa” justiça popular e a condenação pelas costas, para deleite de quem o programou.

Enfim... O Conhecimento e a Inteligência são sem dúvida o melhor antídoto para a inveja e a esquizofrenia colectivas. A fórmula resolvente é mesmo ver as coisas pela positiva.

Será que algum Senense minimamente inteligente poderia alguma vez cogitar sequer que o Hospital de Seia poderia deixar de ter Serviço de Urgências?

Pois… E não é que há gente que acredita mesmo?... Há gente capaz de tudo!...