sábado, dezembro 31, 2005

Vamos acreditar que em 2006 já soprem bons ventos...

O Ano de 2005 não deixa saudades. Por motivos óbvios não foi um Ano Bom para este Planeta infeliz. Mas também não foi particularmente feliz para a generalidade dos portugueses e para alguns amigos meus em particular.

Aumentou o custo de vida e diminuiu a nossa capacidade de aquisição. Apesar dos esforços, quer do Governo, quer das pessoas, aumentaram os níveis de endividamento quer do Estado, quer das famílias. A golbalização e a inerente deslocalização de empresas para países de mão-de-obra barata, foram responsáveis pelo aumento do desemprego, mas também a razão para se não criarem novas empresas geradoras de trabalho, tendo também por isso a Economia estagnado. Acentuou-se o descrédito da Justiça. Tal como se acentuaram sentimentos colectivos e comportamentos individuais como a inveja, a vaidade e o culto da personalidade, alimentados por uma certa comunicação social sedenta de argumentos para alimentar escândalos e à qual nem sequer têm escapado alguns órgãos, até agora, de referência...

O facto mais positivo, além dos bons resultados desportivos, sobretudo no futebol, foi de que, apesar de tudo, vamos conseguindo melhorar significativamente o Ambiente, dando pequenos passos, mas já assinaláveis, no sentido de criar alguma consciência ambiental nas pessoas. Além da aposta na política dos 3R´s sinto o país a ficar gradualmente bem mais limpinho, o que já é muito bom!...

Neste ano para esquecer, (ou será para relembrar?) o nosso maior problema foi, de facto, a falta de confiança no país, nas instituições, mas, sobretudo, em nós próprios.

Para 2006 vamos ser positivos e acreditar que vai ser possível ultrapassar medos e receios. Vamos esquecer rapidamente que este ano triste de 2005 existiu e acreditar que somos tão ou mais capazes que os nossos parceiros.

Há que ser optimistas e ACREDITAR que o ano de 2006, e os outros que se lhe hão-de seguir, vão ser ANOS de SUCESSO. Para isso vamos ter que ser, inevitavelmente, nós próprios a construí-los com o esforço individual, sabiamente projectado, numa construção colectiva, não só nos vários sectores da Economia, mas também na Justiça, na Saúde, na Educação, na Segurança Social e, sobretudo, assumindo as nossas responsabilidades e cidadania, através da participação Cívica na Sociedade de que somos parte fundamental.

Alguém dizia: "O pessimista queixa-se do vento, o optimista espera que ele mude e o realista ajusta as velas".

Vamos acreditar que soprem bons ventos ainda que, para isso, tenhamos necessidade de reajustar as velas!...

O meu desejo de um Bom Ano de 2006 a cada um de vós em particular, mas, sobretudo, a todos nós em geral, porque afinal também merecemos ser Felizes.

sábado, dezembro 24, 2005

Boas Festas...

Que a cada Natal se verifique o renascer do amor e da amizade.
É muito bom sentir,
nesta época tão especial, o espírito da amizade e dos afectos partilhados.
Obrigado amigos por partilharem comigo estes sentimentos tão sublimes. Eles são, seguramente, a melhor prenda que cada um de nós poderá alguma vez receber!...
Boas Festas...

sexta-feira, dezembro 23, 2005

O perfil desejável do próximo Presidente da República de Portugal

O importante é votarmos responsavelmente e de consciência esclartecida e tranquila!... Por isso gostaria de chamar a atenção dos meus amigos, para as várias visões sobre o perfil desejável do próximo Presidente da República de Portugal.

Hoje proponho: na TSF, no programa Directo ao Assunto”, de Carlos Pinto Coelho: “A campanha eleitoral portuguesa vista por jornalistas estrangeiros”, [LINK]. Á conversa com Carlos Pinto Coelho estão, Jair Rattner, correspondente em Portugal do jornal «Estado de S. Paulo», Olivier Bonamici, correspondente da rádio France Inter e do jornal belga «Le Soir» e Thomas Fischer correspondente do jornal suíço «Neue Zurcher», do diário económico alemão «Borsen Zeitung» e da estação de televisão ZDF, e ainda Virgínia López, correspondente da rádio Cadena SER e do «El Periódico de Cataluña». Em debate está a campanha eleitoral portuguesa, e também o artigo notável de Clara Correia Alves, A Cartilha - Já Começou”, [LINK]no Diário Digital.

Breves da Semana

CDS/PP I – O Presidente CDS/PP, Ribeiro e Castro, (uma espécie de presidente da comissão liquidatária de um partido, mal frequentado e em vias de extinção) não se limita a ser o líder de uma facção daquele grupo. Afastado da campanha de Cavaco, que o quer longe, pretende tornar-se o teórico da filosofia do terrorismo com a afirmação lapidar: «o terrorismo nasceu na esquerda».

Que amnésico se revelou, o homem, em relação à onda Nazi e Fascista esquecendo mentores como: Hitler e Mussolini. Que falta de memória revelou que não se lembrou do terrorismo de Estado de Franco, Salazar, dos generais Pinochet ou Videla, para não citar outros. Escusava era de trazer à memória dos portugueses as antigas ligações do CDS a movimentos tão pacifistas como o ELP e o MDLP quando ele era dirigente do partido. Quem não se lembra de nomes como: Ramiro Moreira, Ângelo de Trancoso, Alpoim Calvão e, até, o tenebroso Cónego Melo da Sé de Braga, todos eles rapaziada da não esquerda. Como é possível Ribeiro e Castro, (à data conhecidíssimo por BIBI - recordam-se?) fazer tais afirmações… Não há decoro! O terrorismo não tem partido! É ideológico da esquerda, da direita. É religioso a começar nas Cruzadas e na Santa Inquisição, acabando no tenebroso fundamentalismo Islâmico. O Terrorismo é, sobretudo, um MONSTRO condenável venha ele de cima, de baixo ou de que lado ele vier!....

CDS/PP II – «O Ministério Público suspeita que Paulo Portas possa ter microfilmado, antes da mudança de Governo em Março deste ano, os arquivos do Ministério da Defesa, nos quais podem estar documentos confidenciais ou classificados como Segredo de Estado».

Os indícios resultam das escutas telefónicas realizadas no âmbito do processo Portucale, que incide sobre alegadas práticas de tráfico de influências na aprovação de um empreendimento turístico do Grupo Espírito Santo.

No decurso do interrogatório a Abel Pinheiro, o juiz Carlos Alexandre trouxe à colação as microfilmagens aos arquivos dos ministérios tutelados por Paulo Portas, Luís Nobre Guedes e Telmo Correia». Estas suspeitas trazem também à memória o nome de Celeste Cardona e o controle absoluto do Ministério da Justiça e de um conjunto de personalidades do CDS. Para não falar na tão famigerada, como desnecessária, compra de submarinos, de contas bancárias no estrangeiro e de milionárias férias no Dubai…

A vida é tão estranha como surpreendente!...

A minha visão sobre as Grandes Opções do Plano e Orçamento para 2006, na autarquia Senense

É o maior orçamento de sempre. Este orçamento é o cumprir de uma tradição a que se tem assistido em Seia e que se traduz no cumprimento das propostas eleitorais assumidas pelo PS, na campanha autárquica. Começa a ser um saudável hábito a Câmara Municipal de Seia assumir os seus compromissos e responsabilidades, apesar do momento difícil relativamente ao cumprimento da lei das finanças locais que diminui as transferências do Fundo de Equilíbrio Financeiro para os municípios. O facto de sermos uma maioria ainda mais significativa, exige de nós uma maior responsabilidade de fazer bem e fazendo ainda melhor que no mandato precedente…

A uma diminuição das receitas contrapõe-se um aumento das responsabilidades financeiras da autarquia, por isso, o Orçamento do Estado para 2006 obriga a um aperto forte do orçamento das autarquias a nível geral. O pouco dinheiro disponível deve ser ainda bem mais aproveitado. Na sequência do bom desempenho passado, o próximo Quadro Comunitário de Apoio (2007-2013) também não foi esquecido nas Opções do Plano. À semelhança do anterior Quadro Comunitário de Apoio, a Câmara revela estar preparada para não passar ao lado dos financiamentos dos projectos que elegeu como prioritários.

O início da construção do novo cemitério de Seia, uma das prioridades. A construção de infra-estruturas básicas, como o Complexo Desportivo da Quinta da Nogueira, a requalificação das zonas históricas, que se vai revelar seguramente fundamental a uma nova visão da cidade e do concelho na área do turismo e da qualidade de vida de todos os munícipes, vão ter grande expressão no Orçamento de 2006.

A criação de um Gabinete de Apoio à Família revela um novo entendimento da autarquia relativamente à Acção Social, sendo, por isso, uma das áreas que vai absorver maior dotação financeira, numa tentativa séria de minorar as dificuldades que afectam os grupos sociais mais fragilizados a grande preocupação deste executivo na acção social.

O nosso concelho dispõe de condições “per si” únicas para se afirmar como um destino turístico de qualidade, criador de riqueza e desenvolvimento económico e social, mas vai melhorar e criar condições de excelência, de um Turismo de ano inteiro, não se confinando apenas, sazonalmente, à época de neve. Com a conclusão das estações de tratamento de águas residuais de S. Romão e Seia, é encerrado o processo do projecto ambiental de águas e saneamento básico do concelho. A partir de agora nada será igual. Estão criadas as condições ambientais e a Câmara Municipal vai seguramente dar o maior passo na qualidade de vida do nosso concelho. Com a despoluição e requalificação dos nossos cursos de água, transformando a paisagem, criando condições ao regresso e desenvolvimento da flora e fauna autóctone, de características ribeirinhas que, devido à poluição, há alguns anos deixaram de existir. O CISE, o Gabinete Florestal, os espaços museológicos, entre outros, são condições inerentes não só ao sucesso Turístico e Ambiental à disposição das pessoas que nos passarão a visitar, mas, sobretudo, para os jovens de Seia para que um dia possam orgulhar-se, e todos nós, de pertencer ao concelho mais verde do país. O resto, bem!.. O resto pertence à iniciativa privada. Não se pode exigir à Câmara que seja ela a definir por decreto a criação de unidades hoteleiras e de restauração de referência, com animação, com qualidade, mas sim o engenho e a arte daqueles empresários que acreditando em Seia, investirão com confiança, profissionalismo e a qualidade necessária a este sector tão promissor para mais tarde irem buscar os legítimos dividendos. A verdade é que o sucesso do Turismo é directamente proporcional à sua qualidade e nós temos tudo, (até uma Escola Superior de Turismo!) para sermos um caso sério de Turismo no contexto nacional e até além fronteiras.

Ao momento a oposição “grita” sobre a necessidade de incrementar medidas que promovam o Turismo…. Qual será o objectivo deste apelo quando todos sabemos que todas... Sim, digo todas as Unidades Turísticas estão completamente lotadas nesta altura. Queremos mais turistas para irem alojar-se onde? Para tomarem as suas refeições onde e com que qualidade? Brevemente voltarei ao tema do Turismo. Não há é, seguramente, necessidade de tanto ruído!...

Outra questão são o Hospital e as acessibilidades… É fundamental continuar a pugnar para que o Executivo do Eng. Sócrates concretize a promessa de construção do novo Hospital de Seia e as novas acessibilidade já definidas para Seia e para Região da Serra da Estrela, nomeadamente os IC6, IC7 e IC37, rapidamente se concretizem.

No essencial, este Plano de Actividades e Orçamento confirma assim a continuidade na mudança de rumo encetada há alguns anos a esta parte e que é por todos visível. Assim, as Grandes Opções do Plano e Orçamento, a uma distância de quatro anos, traduzem o cumprimento dos compromissos eleitorais, numa perspectiva de afirmação perante o eleitorado que em nós depositou a sua confiança.

É assim, trabalhando deste modo para quem em nós acredita que se ganha pouco a pouco, mas solidamente, a confiança no eleitorado que vai seguramente reconhecer a obra feita daqui a quatro anos, ou seja, por ocasião das próximas eleições autárquicas. É neste este quadro de desenvolvimento sustentado que se articularão, (apesar da crise económica e adversidade centralista) as novas oportunidades para o potencial investidor nas diferentes áreas de actividade, nas quais a plena integração na modernidade do nosso município advirá a grande mais-valia para o nosso projecto e modelo de desenvolvimento que passará inevitavelmente por uma Seia em que acreditamos, uma Seia cada vez maior e cada vez mais merecedora do respeito e admiração todos.

Nota de rodapé: acabo de saber que na reunião do Executivo os vereadores do PSD votaram contra a aprovação do Orçamento e das Grandes Opções do Plano para o ano económico de 2006, porque o acharam despesita. Instados a pronunciarem-se sobre o que retirariam para “aliviar a despesa”, por eles foi dito que, entre várias, uma das coisas que retirariam era a construção de um “Campo de Tiro”.

Como eu compreendo a oposição e por isso lhe presto a minha solidariedade e porquê? Porque enquanto a Câmara raramente falha o alvo, a oposição raramente lhe acerta, dando "tiros" no próprio pé! E os que nem no pé acertam não passam de artilharia palavrosa de pólvora seca!...


sábado, dezembro 17, 2005

Breves da Semana

Manuel Alegre I – Por duas vezes, (duas) o Alegre Poeta saía rapidamente do hemiciclo no momento da votação, para evitar participar na votação do Orçamento de Estado. Considero este gesto do poeta deputado uma atitude inqualificável que pode revelar o carácter ambíguo de alguém que nunca poderia ser o meu candidato à Presidência da República. O seu dever era assumir o posicionamento e a sua intenção de voto relativamente ao (OE), perante os seus pares e, sobretudo, perante o partido a quem deve o lugar que ocupa no Parlamento.

Manuel Alegre II – Enquanto as sondagens lhe foram favoráveis, o poeta, estranhamente, nunca colocou em causa nem as fontes nem os métodos e, muito menos, os resultados. Agora que as sondagens não transmitem aquilo que ele gostaria que transmitissem, tudo passa a estar em causa, tendo referido: "Temo que haja aqui [nas sondagens] alguns equívocos que possam ter influência no processo eleitoral", mas, se assim for, isso "levar-me-á, a mim e a quem me apoia, a uma reacção política e a uma reacção por todos os meios legais ao nosso alcance". Aludindo de novo a estudos de opinião publicados e a publicar afirma: "Não me admiro que haja muita manipulação e até jogo sujo". Para completar a minha decepção ainda referiria: "Não me vão fazer desistir, com manobras de sondagens falsificadas - eu também tenho sondagens, eu também tenho sinais". "Não há donos da República, dos partidos, dos votos, dos homens e mulheres livres de Portugal”. Ontem à noite anunciou ainda que vai processar a Eurosondagem, depois de a sua candidatura se ter manifestado preocupada com a "sintonia" entre o responsável desta empresa e o socialista Jorge Coelho.

Finalmente boas notícias da Europa – O primeiro-ministro avaliou como "muito bom" e "muito importante" para Portugal o acordo obtido hoje pelos líderes europeus sobre o quadro orçamental para 2007/2013. Para José Sócrates, o acordo agora obtido é "ainda melhor" do que a proposta que estava em cima da mesa em Junho passado, altura em que a presidência d a União Europeia pertencia ao Luxemburgo.

Miguel Sousa Tavares – Foi com tristeza que constatei a despedida de Miguel Sousa Tavares das páginas do jornal Público, onde, durante 14 anos, escreveu das melhores crónicas da imprensa portuguesa. Eu e muitos leitores do Público iremos sentir a falta das suas crónicas regularmente insertas naquele jornal. E agora? Agora ficaremos a aguardar outras crónicas do Miguel no Expresso.

“Honni soit qui mal y pense”- Ao constatar que, até à data, mais de trinta mil soldados americanos perderam ingloriamente a vida por uma causa, pelo menos discutível, o Presidente Bush admitiu, esta semana, que os argumentos para a guerra estavam errados - reconhecendo assim o que toda a gente já sabia -, no entanto insiste em que a decisão de invadir o Iraque permanece válida. A Administração Americana limita-se a informar os parceiros e aliados sobre as suas posições, mas não os ouve, não quer, nem sabe ouvi-los. E agora como deverão reagir os parceiros e apoiantes da primeira hora? Não será esta uma situação “democraticamente” insustentável para os incondicionais parceiros da coligação da Administração Bush?

Não há causa que valha a morte inglória de um único ser humano! Digo eu!...


A Amnésia Política neste jardim à beira-mar plantado

A amnésia com que, curiosamente, os mesmos que agora condenam as duas linhas de TGV lançadas pelo PS, como sendo as que têm racionalidade económica, esqueceram-se rapidamente das cinco linhas protocoladas e assinadas na Figueira da Foz por Aznar e Durão Barroso, cujas obras deveriam arrancar já em 2006.

À semelhança do que já tinha ocorrido, anos atrás, com a antiga militante do PCP, Zita Seabra, também o ex-camarada e antigo ministro do PCP, Veiga de Oliveira várias vezes deputado e vice-presidente da respectiva bancada, decidiu apoiar Cavaco Silva nas eleições presidenciais.

Acabo de ouvir declarações do eterno e incontestável líder da Ilha: Alberto Laranjim, que discursava por ocasião de mais uma festa do PSD-Madeira. Não é que o “Laranjim da Ilha”, na sua insular sapiência, vai apoiar à presidência da República a candidatura do Sr. Silva, pessoa que há bem pouco tempo desconsiderava com impropérios, defendendo mesmo a sua expulsão do partido?

Se bem nos recordamos, ainda há bem pouco tempo, o “Laranjim da Ilha” apoiava publicamente a candidatura presidencial de Santana Lopes e deixava a pairar no ar que, caso este não avançasse, ele próprio, o faria para se opor a uma eventual candidatura do Sr. Silva. “Laranjim da Ilha” não poupava então o Sr. Silva, referindo: «O comportamento do Sr. Silva é causa de expulsão do partido». Agora “Laranjim da Ilha” vem anunciar que ele e o seu PSD-da Ilha «resolveram dar todo o apoio que for solicitado à candidatura nacional e supra-partidária do professor Cavaco Silva»... Onde chega a lata e a falta de decoro do Perpétuo Chefe do Governo Regional da dita Ilha!...

terça-feira, dezembro 13, 2005

Os caminhos tortuosos da Democracia Portuguesa

Quem houvera de dizer que há 15 anos atrás o Prof. Cavaco Silva recomendava pacificamente aos militantes do PSD o voto em Mário Soares, promovendo assim a sua reeleição à Presidência da República.

Quinze anos volvidos, o candidato Mário Soares cumprimentava alguns apoiantes durante uma acção de rua, em Barcelos, quando foi abordado por um homem, ex-combatente da guerra colonial, que o insultou e agrediu, (mais parecendo um combatente da actualidade!...) fazendo referências a alegados apoios de Soares aos antigos movimentos independentistas africanos».

É doloroso verificarmos que três décadas após Abril a ameaça à Liberdade ainda existe e há perigos que ainda espreitam a nossa democracia, constatando-se a falta de tolerância que trinta anos de liberdade não conseguiram remover em alguns, (felizmente poucos) nostálgicos do passado.

Imagino os caminhos tortuosos que este país poderia ainda percorrer caso não tivesse, civilizadamente, feito, na década de oitenta, a sua integração na União Europeia.
E, porque se não deve dar importância ao que não é importante, continuemos para bingo!...

sexta-feira, dezembro 09, 2005

Os pacíficos Lusitanos na Terra da Democracia Imaginária

Não resisto a recomendar a todos os meus amigos o notável artigo, do nosso grande amigo e jornalista Batista Bastos, incerto na sua habitual coluna do [Diário Económico-Link] , do qual, e com a devida vénia, transcrevo o seguinte parágrafo:
"E que soluções? A rápida decomposição da sociedade impede eventuais processos de recomposição. Recorro a Ortega y Gasset: "Não sabemos o que se passa, e é isso, justamente, o que se passa". Quantos projectos "democráticos" nos foram apresentados, nesta Segunda República? As descoincidências entre os partidos existentes não têm correspondido, apenas, a antagonismos ideológicos. Resultam de uma dispersão buliçosa, desatenta aos interesses fundamentais dos portugueses. Num país onde um "gestor" recebe 3 600 contos de reforma, depois de exercer funções durante seis meses; e um trabalhador aufere 60 contos, após quarenta anos de labor – qualquer reflexão séria cai, por parcelar. Mas indica que uma "democracia" assim é uma forma imaginária de sistema justo e equânime. Para não dizer: uma aberração”.